Já imaginou se pudesse saber se determinado alimento é saudável ou estragado antes de consumi-lo, ou mesmo na prateleira do supermercado? Bem, agora isso é possível. Pesquisadores brasileiros criaram uma espécie de nariz artificial que avisa quando um produto embalado está impróprio para consumo.
No estudo realizado por profissionais do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto de Química da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) , biofilmes com fécula de mandioca doce, água e glicerol.
Segundo pesquisas realizadas com três tipos de carnes – bovina, suína e de frango – os biofilmes mudam de cor ao entrar em contato com gases liberados por alimentos estragados, como enxofre e nitrogênio, indicando que não deve ser utilizado.
“Nem todos os biofilmes mudam de cor da mesma forma, depende muito do composto que está reagindo. Portanto, utilizar um conjunto de biofilmes lado a lado, como se fosse um rótulo, traz confiança nas mudanças de cor do material”, explica. Danilo Manzanium dos autores da obra.
O professor da USP acrescenta que os biofilmes são pequenos, do tamanho de botões, e permitem detectá-los em diferentes estágios de podridão. “Cada mudança de cor é pré-determinada para identificar certos níveis de deterioração e diferentes tipos de gases, proporcionando um método fácil e eficaz para monitorar a qualidade.”
Os biofilmes têm a mesma função do nariz. Enquanto o órgão humano identifica odores estranhos ao entrar em contato com alimentos estragados, o biofilme detecta moléculas inadequadas no processo de decomposição e avisa-as através da mudança de cor nas embalagens.
A descoberta permite saber se a comida está estragada e também evitar o desperdício. No entanto, não há prazo para disponibilidade no mercado. No momento, pesquisadores buscam parcerias para acelerar seu alcance à população.
O custo de produção do biofilme é pequeno, pois ele é feito basicamente de amido, ingrediente que custa, em média, R$ 10 a cada 500 gramas. Essa quantidade permite o desenvolvimento de 1 mil unidades.
“O legal é garantir a segurança alimentar do consumidor. Se houver uma bandeja de carnes na prateleira do mercado, por exemplo, a pessoa vai olhar e identificar se o alimento está pronto para ser consumido. Será uma espécie de indicador da validade daquele alimento, pois vemos muitos alimentos vencidos. Assim, a pessoa poderá detectar se a carne foi disponibilizada há uma semana ou há um mês”, afirma. Antonio Rovedapesquisador da Unesp.
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