O Ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, disse, nesta quinta-feira (18), para ter certeza de que é possível concluir o regulamento da reforma tributária no segundo semestre deste ano, apesar da conclusão eleições municipais, em outubro.
O otimismo do ministro se baseia, segundo ele, na vontade dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)deixar a reforma como um “legado” de sua gestão.
Padilha foi questionado sobre o assunto durante entrevista ao Rádio CBN. A questão é relevante porque, em ano eleitoral, os parlamentares tendem a priorizar seus redutos eleitorais em detrimento da agenda legislativa.
Sobre Lira: “episódio superado”
O ministro também falou sobre suas divergências com Arthur Lira, que, durante grande parte do primeiro semestre, criticou reiteradamente o trabalho de articulação política do governo. Sobre isso, Padilha disse que se trata de um “episódio superado”, que ficou na “última temporada”.
Como mostra o Valor Recentemente, as alterações aprovadas pela Câmara dos Deputados no projeto de regulamentação da reforma tributária deverão ter impacto de 0,62 ponto percentual, segundo cálculos preliminares que circulam entre os sete parlamentares do grupo de trabalho (GT) dedicado à redação do texto do parecer. Com isso, a taxa referencial média subiria para 27,12%.
Antes das alterações introduzidas pela Câmara, o Ministério das Finanças estimava uma taxa referencial média de 26,5%, podendo variar entre 25,7% e 27,3%. Considerando o limite mínimo de 25,7%, o impacto das mudanças dos deputados levaria a alíquota média para 26,32%. Ao atingir o limite superior, o percentual chegaria a quase 28%.
Nesta semana, o Senado, por sua vez, criou um grupo de trabalho para debater o imposto. A proposta partiu do presidente do colegiado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO) e será coordenado pelo senador da oposição Izalci Lucas (PL-DF), No âmbito de Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Câmara.
O GT organizará audiências públicas e, ao final, formulará um relatório com sugestões para o texto do relator do projeto de lei complementar (PLP 69/24), senador Eduardo Braga (MDB-AM). O modelo é o mesmo adotado na tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária que, assim como o PLP, só passará pelo Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Idealizador do GT, Vanderlan Cardoso disse aos jornalistas que há pontos no texto aprovado na Câmara dos Deputados que preocupam os senadores. Um exemplo é em relação à tributação das empresas construção, o que, segundo ele, poderia comprometer a Minha casa, minha vida, um dos principais programas de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O senador também se posicionou contra a inclusão de armas e munições no imposto seletivo, o chamado ‘imposto sobre o pecado’.
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