A Espanha venceu a Inglaterra em campo – e não, não é a final da Liga dos Campeões. Com um elenco formado por craques como Vinicius Júnior, Jude Bellingham e o recém-anunciado Kylian Mbappé, o Real Madrid tirou do Manchester City o título de time mais valioso do mundo, alcançando o valor de US$ 1,8 bilhão. Trata-se de um aumento de 19% face a 2023, segundo o ranking deste ano da consultora Brand Finance.
Os ingleses tiveram um salto de 10%, para US$ 1,7 bilhão, o que lhes garantiu o segundo lugar na classificação. A fechar o pódio está o FC Barcelona, com um aumento de 16%, apesar dos contínuos desafios financeiros, para 1,65 mil milhões de dólares.
A força do Real Madrid – que pode ser traduzida como o benefício económico líquido que o proprietário da marca obteria ao licenciá-la no mercado aberto – pode ser explicada pelo investimento no plantel e pelos novos acordos de patrocínio.
A consultoria avalia que a estratégia dos espanhóis de ter grandes nomes dentro das quatro linhas deverá aumentar ainda mais a receita, com a venda de ingressos e produtos relacionados ao clube, ao mesmo tempo em que aumenta a visibilidade global do time.
No Brasil, São Paulo surpreende
No Brasil, o Flamengo manteve-se no topo do ranking de valor de marca, apesar de ter registado uma queda de 2% este ano, para 99,9 milhões de dólares. Em segundo lugar está o Palmeiras, com aumento de 9%, para US$ 85,1 milhões. Mas é no terceiro lugar do pódio que está a maior surpresa: com um salto de 55%, São Paulo atingiu o valor de US$ 55,7 milhões.
“As marcas do futebol brasileiro estão atingindo metas financeiras, com o São Paulo alcançando um aumento de 55% no valor da marca e o Flamengo mantendo o primeiro lugar apesar da concorrência acirrada. Embora nenhum clube da Série A tenha entrado na lista dos 50 mais valiosos do mundo este ano, as proezas futebolísticas do Brasil continuam a reforçar o seu poder de influência global”, afirma Hugo Hensley, chefe de serviços esportivos da Brand Finance, em nota.
Corinthians aumenta receita
A pesquisa da Brand Finance descobriu que o sucesso financeiro dos clubes foi impulsionado por diversas iniciativas estratégicas. No caso do Corinthians, houve um aumento substancial na receita dos dias de jogos, graças ao consistente aumento de público nos jogos em casa, ao melhor desempenho em campo e à precificação estratégica dos ingressos.
Flamengo e Palmeiras lideraram o caminho com campanhas digitais inovadoras e experiências virtuais de torcedores que ampliaram seu alcance global e impulsionaram as vendas de mercadorias. Por sua vez, a estratégia do Santos de incentivar os jovens da academia levou o time a fechar lucrativos acordos de transferência.
“Clubes bem administrados, que investem na evolução de sua marca, tendem a atrair mais investimentos e patrocinadores, resultando em uma base financeira mais sólida. Isso inclui estratégias de marketing, relacionamento com fãs, parcerias comerciais e inovações tecnológicas. Além disso, a transformação dos clubes em sociedades anônimas (SAF) tem se mostrado um caminho viável para a profissionalização da gestão”, afirma Eduardo Chaves, sócio-diretor da Brand Finance do Brasil, em nota.
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