Entre as muitas frases atribuídas a Warren Buffettum dos mais citados é algo como “comprar ações ao som de canhões e vendê-las ao som de violinos”
O espírito desta frase é ter paciência e coragem para comprar quando todos querem vender e os preços estão derretendo e, mais uma vez, ter paciência e disciplina para vender quando todos querem comprar. Resumindo, compre barato nas tempestades e venda caro nos bons tempos.
Na mesma linha, Marcos Howard costuma enfatizar que a economia vive em movimento pendular, alternando momentos de expansão com outros de contração. Na mesma linha que nos ensina Warren Buffett, devemos esperar pacientemente pelos ciclos de baixa para aproveitar as pechinchas, que inevitavelmente aparecerão, e saber esperar o momento de vender, quando muitos estarão ávidos em busca de ativos e provavelmente pagarão preços mais elevados do que esperavam. aqueles estimados por boas técnicas de avaliação.
Não há como discordar das ideias ou conceitos embutidos nessas frases, elas são cristalinas e fazem parte de um corolário de quem acumulou bilhões de dólares no mercado financeiro.
Mas ter paciência e saber esperar o momento certo não é simples, a começar por saber identificar qual é o momento certo.
Conversando com um amigo em março, em meio à polêmica sobre a suspensão do pagamento de dividendos extraordinários de Petrobrás e a conseqüente queda dos preços, ele manifestou a intenção de se desfazer das ações que possuía, e ainda me disse que estava cansado de ver seus fundos multimercados serem derrotados pelo CDI. Resumindo, ele iria vender tudo e investir em criptomoedas e ações americanas.
É evidente que o episódio dos dividendos funcionou como um gatilho. A tensão causada por meses de perdas e de ver os seus recursos diminuir parecia ter atingido o seu auge. Não é uma tarefa fácil, quando você vê seu portfólio diminuindo, esperar pacientemente o momento de vender, principalmente quando não sobra dinheiro e pode ser necessário no futuro. Neste momento de explosão, a emoção fala mais alto e uma decisão inoportuna, que ajuda a acabar com o sofrimento do momento, é a coisa mais fácil de se fazer.
E neste ponto reside um dos maiores problemas – evitarei a palavra erro – na decisão do investidor, que é, tomá-la em momentos de estresse ou cansaço mental.
Um exemplo comum dos danos causados nas decisões sob estresse pode ser tirado da recomendação típica dos nutricionistas sobre comer algo a cada 3 horas, ou algo parecido. O objetivo dessa dica é evitar que a dieta do paciente seja desperdiçada, afinal todos sabemos que fazer uma refeição com fome é sinal de que comeremos demais. O estresse gerado pela fome inibe os freios da racionalidade e, sem eles, o que importa é tapar aquele buraco no estômago.
Gostamos de pensar que somos donos de nós mesmos, capazes de domar os nossos instintos e tomar decisões muito equilibradas, mas isso não é verdade.
Prova clara são os típicos excessos cometidos em churrascarias com rodízio. Alguns acham que devem comer muito para compensar o tamanho da conta, parecem esquecer os sacrifícios subsequentes para se manterem em forma. Sem falar nas prováveis despesas de um guarda-roupa novo.
A qualidade das nossas decisões é altamente impactada pelo estado emocional no momento em que são tomadas. Na economia comportamental, foi até cunhado um nome para esse preconceito, o chamado lacuna de empatiaou lacuna de empatia, também conhecida como lacuna de empatia quente-frio.
A fragilidade em que nos encontramos em momentos de cansaço emocional, mental ou físico reduz a capacidade de criar distanciamento e racionalizar a situação e conduz facilmente a uma decisão que resulta em prazer ou segurança no curto prazo. Veremos as consequências mais tarde.
O melhor antídoto para evitar essas decisões, tomadas em momentos quentes, quando é difícil se livrar das emoções intensas, é o planejamento.
A melhor coisa que podemos fazer é ter um bom plano. Fundamentado, com explicações sobre os motivos das decisões, lista de ativos interessantes, preços de compras e vendas, e assim por diante. O planejamento deve ser feito em momentos calmos e frios, quando é mais fácil conter emoções e preferências descabidas.
Então, durante a execução do plano, siga-o. Parodiando Buffett, trata-se de evitar vender ao som de canhões e conter a ansiedade para não ir às compras ao som de violinos.
Se o que você quer é tomar decisões que não estão de acordo com o planejado, então é melhor fazer um novo plano. Neste momento, com calma, ao rever as premissas e objetivos, provavelmente você pesará os prós e os contras e as emoções darão lugar à racionalização.
Quanto ao meu amigo, felizmente o convenci a esperar e analisar seus objetivos e plano de investimentos. Valeu a pena, evitou ter um grande prejuízo com as ações da Petrobras.
Hudson Bessa Economista e sócio da Escola de Negócios HB
hudson@hbescoladenegocios.com
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