A demanda para o oferta de ações de privatização de Sabesp alcançou o R$ 200 bilhões ao final do período de reserva, encerrado na segunda-feira (15), segundo agentes do mercado financeiro e pessoas próximas ao processo de privatização.
A intenção de compra dos investidores supera em cerca de 30 vezes o volume da oferta inicialmente indicado pelo estado de São Paulo, que esperava captar cerca de R$ 7 bilhões com a oferta, além de cerca de R$ 7 bilhões provenientes do investidor de referência.
A Sabesp confirmou nesta terça-feira (16) que o Equatorial Energia SA atende aos requisitos para ser investidor estratégico na empresa governamental de saneamento e deterá 15% da empresa.
Apesar da forte procura, o preço final das ações vendidas pelo governo de São Paulo deverá ser de R$ 67 por ação, mesmo valor proposto pela Equatorial Energia em sua oferta, e, consequentemente, o teto do preço por ação da oferta.
Segundo analistas, a procura foi alta pelo valor oferecido pelo Equatorial ser bem inferior ao valor atual das ações já em circulação, cotadas em torno de R$ 81,32 nesta terça-feira (16). Ou seja, o investimento poderia ter um retorno inicial de 21%.
Como serão vendidas no máximo 220,47 milhões de ações, os interessados não receberão todas as ações que gostariam de comprar, sendo feita uma distribuição proporcional. Segundo analistas, deve ficar em 3%. Ou seja, os investidores irão, de fato, comprar apenas 3% das ações que sinalizaram interesse.
Ao saber da grande demanda, os investidores informaram às corretoras que gostariam de comprar mais ações do que inicialmente reservadas, para que pudessem captar parcelas proporcionalmente maiores da ação.
A quantidade exata de ações adquiridas por investidor será divulgada na quinta-feira (18), quando serão divulgados os valores do siga em frente (oferta secundária de ações) também será lançado oficialmente.
Com valor de R$ 67 por ação, a oferta deve gerar R$ 14,8 bilhões. O valor, descontadas as margens dos bancos que coordenaram a oferta, irá para os cofres do governo paulista, que reduzirá sua participação na Sabesp de 50,3% para 18%.
Com experiência apenas regional no setor de saneamento, a Equatorial foi a única interessada em se tornar acionista de referência da Sabesp — uma espécie de parceiro estratégico do Governo de São Paulo no negócio, que terá 15% do capital da empresa, além com peso relevante na administração.
Como acionista, a Equatorial terá o direito de indicar o CEO da Sabesp, o presidente do conselho de administração e três conselheiros.
Quando as ações estarão disponíveis para investidores?
As ações estarão em carteiras de investidores na sexta-feira (19), quando já poderão ser vendidos. A expectativa dos analistas é que a maioria dos compradores já coloque suas ações à venda no dia 19, o que deve pressionar o valor das ações.
A liquidação, porém, só ocorre na segunda-feira (22), quando será cobrado o preço de compra das ações de privatização da Sabesp.
Segundo a Eleven Financial, as ações da Sabesp poderão chegar a R$ 99 após a privatização, um retorno de 22% em relação ao preço atual.
“Saudamos a entrada da Equatorial na Sabesp. A empresa atua no setor de energia há mais de 25 anos e é reconhecida pelo controle de despesas e eficiência operacional, tudo o que a Sabesp precisa neste momento”, afirma a casa de análise em relatório.
A EQI Research vê preço-alvo de R$ 115 para as ações da empresa. Para a casa de análise, além da privatização otimizar os investimentos da Sabesp, também pode trazer melhorias na governança da empresa.
O Itaú, por sua vez, calcula o valor potencial de R$ 120,30 do papel. Citi, mais otimista, projeta R$ 137.
De acordo com pesquisa da Bloomberg, nenhum analista recomenda a venda das ações; 78,6% indicam compra e 21,4% indicam manutenção da ação.
Para os economistas, o grande interesse na oferta de Sabesp é um reflexo da falta de IPOs (ofertas públicas) e acompanhamentos no mercado brasileiro e o maior interesse dos investidores em empresas privadas.
“Este é um movimento muito positivo para o mercado de capitais no Brasil, que é muito carente de ofertas de ações devido ao cenário macroeconômico, com altas taxas de juros. [A privatização da Sabesp] abre caminho para novas ofertas”, afirma Gustavo Bertotti, diretor de Renda Variável da Fami Capital.
O governo vai vender a Sabesp?
O Governo de São Paulo, que atualmente detém 50,3% da Sabesp, venderá parte das ações que possui e ficará com 18% do capital, saindo do controle da empresa.
O acionista de referência deterá 15% das ações, enquanto os investidores do mercado – incluindo pessoas físicas e jurídicas, nacionais e estrangeiras – ficarão com 17%.
Qual modelo de privatização foi escolhido?
O governo diz ter estudado vários modelos de privatização, incluindo a venda total da empresa. A opção escolhida foi realizar uma oferta subsequente de ações (follow-on). É um modelo diferente do que aconteceu com a privatização da Eletrobras, em que as ações foram diluídas na Bolsa.
Porém, o formato de seguimento escolhido por Tarcísio é inédito, cheio de complexidades que deixaram o mercado em dúvida ao longo de todo o processo.
Como será a empresa depois?
No início de junho, o Governo de São Paulo publicou as regras de governança da Sabesp após a privatização.
Foi definido, entre outras coisas, que o governo estadual deverá abster-se de indicar o candidato a CEO da empresa, só podendo participar da votação para escolha do CEO, por meio de seus representantes no conselho de administração.
O novo conselho de administração após a privatização será composto por nove membros, três nomeados pelo governo, três nomeados pelo acionista de referência e três administradores independentes.
O presidente do conselho será nomeado pelo investidor de referência.
Pelo menos dois dos nomeados pelo governo terão de ter pelo menos cinco anos de experiência no sector dos serviços públicos (gás, saneamento e energia). Além disso, na diretoria executiva, o diretor de Engenharia e Inovação e o diretor de Operação e Manutenção devem ter pelo menos dez anos de experiência no segmento.
Por que o governo vai privatizar a Sabesp?
O Governo de São Paulo diz que a privatização da Sabesp permite aumentar os investimentos da empresa em modernização, antecipar a universalização do acesso à água e esgoto de 2033 para 2029, incluir pessoas que atualmente não estão na área de atendimento da empresa e, principalmente , diminuir a tarifa para o consumidor.
Membros da oposição, porém, dizem que não há nada além de ambição política por parte do governador. De olho no vácuo deixado por Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio quer se firmar como um líder emergente da direita brasileira, fazendo das privatizações a marca registrada de sua gestão. A Sabesp seria a sua “jóia da coroa”.
Lucro líquido 2023: R$ 3,5 bilhões
Valor de mercado: R$ 57 bilhões
Municípios atendidos: 375
População atendida: 28,4 milhões
16/07/2024 20:51:25
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