A Argentina declarou o Hamas uma “organização terrorista internacional” pelo seu ataque a Israel em 7 de outubro e pelo seu “extenso histórico de ataques”, anunciou o gabinete do presidente Javier Milei, que se apresenta como um aliado próximo do Estado de Israel, em uma declaração na noite de sexta-feira.
A Presidência argentina argumentou que “o Hamas assumiu a responsabilidade pelas atrocidades cometidas durante o ataque a Israel em 7 de outubro”, no qual 1.200 pessoas, a maioria civis, foram mortas e 251 sequestradas por combatentes palestinos. “Isso se soma a um extenso histórico de ataques terroristas em seu nome”, acrescenta o comunicado, enfatizando que “o presidente Javier Milei tem um compromisso inabalável em reconhecer os terroristas pelo que eles são”.
Com esta iniciativa, a Argentina, que abriga a maior comunidade judaica da América Latina, com cerca de 300 mil pessoas, alinha-se com a União Europeia (UE), os Estados Unidos, o Canadá e o Reino Unido, que também consideram o Hamas um organização terrorista.
“Este governo reiterou em diversas ocasiões a sua convicção de que a Argentina deve regressar à civilização ocidental, respeitando os direitos individuais e as suas instituições”, afirma o comunicado. Segundo o jornal La Nación, a ideia de incluir o grupo na lista de organizações terroristas foi uma ideia que o governo Milei começou a trabalhar quando assumiu o poder em dezembro passado, razão pela qual foi anunciada durante a viagem de Milei a Israel em Fevereiro.
Milei e Israel, uma relação estreita
No comunicado, a Presidência argentina também criticou a “ligação” do Hamas com o Irão. Em abril, o Judiciário do país determinou que o atentado à embaixada de Israel em Buenos Aires em 1992, que deixou 29 mortos, bem como o atentado à Associação Mútua Israelita Argentina (Amia) dois anos depois, que matou 85 pessoas, foram encomendado pelo Irão. O ataque a Amia completará 30 anos em poucos dias.
A Argentina emitiu um mandado de prisão internacional para o ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi, uma ação que a República Islâmica classificou como “ilegal”. “Estes ataques custaram a vida a mais de 100 cidadãos argentinos”, enfatizou o comunicado presidencial.
Milei é uma fervorosa admiradora do Estado judeu. Na sua segunda viagem ao estrangeiro desde que assumiu o cargo em Dezembro, ele viajou para Israel em Fevereiro, onde visitou um dos kibutz atacados pelo Hamas em Outubro e disse que Israel tem o direito de se defender contra o “nazismo do século XXI”.
A resposta militar israelense desde aquele dia deixou mais de 38 mil pessoas mortas em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do enclave, governado pelo Hamas desde 2007. Em Israel, Milei também anunciou sua intenção de transferir a embaixada do território. A capital israelense, Tel Aviv, a Jerusalém, uma promessa feita enquanto ainda concorria à presidência, e foi visto orando emocionado no Muro das Lamentações, o local mais sagrado do judaísmo.
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