Se depender de Christian Costantini, diretor da divisão de Produtos Arquitetônicos da Hunter-Douglas — multinacional holandesa conhecida no mercado de cortinas, persianas e toldos, além de coberturas para grandes projetos como aeroportos, hospitais e estádios de futebol —, São Paulo ganhará fachadas mais criativas e eficientes nos próximos anos. O executivo está empenhado em aproveitar a recente mudança de mentalidade dos incorporadores para oferecer soluções que auxiliem no controle térmico e acústico em novos empreendimentos. Uma delas é envolver os prédios com enormes venezianas de tecido, que dissipam melhor o calor e não refletem a luz solar, o que amenizaria o impacto urbano das pontas de vidro que se multiplicam nas capitais do país.
Como você vê o cenário arquitetônico de São Paulo?
Cristiano Costantini — Se olharmos pela janela, perceberemos que há predominância de edifícios neoclássicos na cidade. Mas, com o tempo, temos visto uma mudança, com mais edifícios com fachadas criativas e eficientes — não apenas na capital paulista. E vejo isso como uma grande oportunidade de crescimento para a nossa empresa no país.
Trata-se de uma mudança de mentalidade no setor?
Costantini — Acho que os incorporadores brasileiros estão entendendo que a fachada de seus projetos passou a ser mais valorizada pelos clientes. A visão dos arquitetos de criar fachadas mais sofisticadas sempre existiu, mas o que vemos agora é que os desenvolvedores também aderiram a essa ideia. Isso é muito bom para o mercado imobiliário.
Qual seria uma fachada mais eficiente?
Costantini — Aqueles que contribuem para o conforto térmico e acústico dos edifícios. Eles precisam ser mais funcionais, não podem ser apenas decorativos, mas pensados para oferecer maior controle de luz e temperatura a quem utiliza o projeto. Deveriam também utilizar materiais mais sustentáveis, como metal, cerâmica, tecidos e até madeira.
Costantini — Isso é um impasse de mercado: o custo pode até ser um pouco maior, mas a economia após a conclusão valida o investimento. Além disso, é uma vantagem que pode ser comunicada ao mercado, agregando valor ao empreendimento. Mas há muitos incorporadores que não se preocupam com isso, pois não pagarão a conta de energia do prédio depois.
Em regiões da capital com apelo mais corporativo, há uma repetição do modelo arquitetônico que utiliza vidros espelhados nas construções. Qual seria a alternativa?
Costantini — Pense em fachadas mais ventiladas. O vidro ainda está longe de cumprir o papel ideal em termos de conforto térmico, pois absorve muito calor. Existe a possibilidade de utilizar tecidos a 60cm da fachada de vidro e evitar isso, por exemplo. São persianas de uso externo, que podem abranger vãos enormes, o que dispensa a necessidade de estruturas auxiliares entre elas. É um material muito leve, importado da Europa, e de alta durabilidade. Chapas metálicas com furos próximos, sequenciais e muito pequenos também cumprem bem essa função. E é imperceptível, parece que não há proteção na frente da fachada.
Também ajudaria com a questão da reflexão da luz.
Costantini — Essa relação com a cidade é importante e estamos sempre interessados em pensar em como ajudar nesse sentido. Tons metálicos que absorvem mais luz solar podem ser uma alternativa.
Há mais consciência sobre sustentabilidade no setor?
Costantini — O que mais me chama a atenção são algumas empresas que se posicionam como sustentáveis, mas não o são na prática. Mas, em geral, a mentalidade dos responsáveis pelo mercado está bastante avançada em relação a este tema. O que ainda falta é que as construtoras comuniquem melhor as suas iniciativas. As pessoas precisam saber que houve investimentos em eficiência nos empreendimentos para que gastem menos para morar ali. Em cidades com clima muito quente, como as que temos no Nordeste do Brasil, a necessidade desse tipo de recurso é enorme.
O clima será um fator determinante para a fachada de novos projetos?
Costantini — Acredito que sim: o controle térmico de um edifício começa pela fachada. Cidades mais quentes ou muito frias exigirão projetos que garantam o conforto e a segurança dos usuários. E a engenharia terá um papel fundamental nisso. Instalar guarda-sóis a cem metros de altura, por exemplo, exige mais cálculos e análises de risco para resistir a situações climáticas extremas, como fortes rajadas de vento.
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