A imposição de um bloqueio no somatório das alíquotas dos futuros Impostos e Contribuições sobre Bens e Serviços, criada pela reforma tributária, foi comemorada por políticos de todas as matizes ideológicas como o maior avanço da regulamentação aprovada ontem (07/10) em a Câmara dos Deputados. Deputados.
De acordo com o texto final enviado ao Senado, sempre que a alíquota referencial atingir percentual superior a 26,5%, o governo deverá encaminhar ao Congresso projeto de lei complementar propondo reduzir os abatimentos de 30% e 60% para uma extensa lista de produtos e serviços considerados merecedores de tributação inferior à aplicada aos outros bens e serviços.
O dispositivo serviu para justificar a nova rodada de concessões feitas a diversos setores em meio à forte pressão dos lobbies nas últimas semanas em Brasília.
O caso das carnes e queijos é o que mais chamou a atenção na mídia, mas também é importante destacar a redução de 30% na alíquota concedida aos planos de saúde animal e o aumento da alíquota reduzida em 60% para todo e qualquer medicamento registrados pela Anvisa ou produzidos por farmácia de manipulação – para citar apenas alguns exemplos, pois a leitura atenta das mais de 360 páginas do projeto deverá render muito mais.
A ampliação das isenções e dos tratamentos especiais para alguns setores levará inevitavelmente ao aumento da alíquota a ser aplicada a outros produtos e serviços, uma vez que os governos federal, estaduais e municipais não estão dispostos a abrir mão de receitas.
A ideia do bloqueio de 26,5%, portanto, nada mais é do que uma manobra inteligente dos deputados titulares. Por um lado, ao criarem esse limite máximo, dão a ideia de que estão preocupados em não aumentar a carga tributária. Na prática, porém, simplesmente transferiram a responsabilidade por possíveis cortes para o governo e os parlamentares do futuro – com chances mínimas de isso acontecer.
Ou seja, os parlamentares, liderados por Arthur Lira, não tiveram coragem de dizer “não” aos poderosos lobbies que os pressionam e, em alguns casos, os patrocinam, e jogam para a torcida com uma fechadura que simplesmente não vai trabalhar. . Afinal, vivemos num país onde objectivos, limites máximos e enquadramentos são muito bonitos na lei, mas só duram até serem substituídos por outros instrumentos muito bem-intencionados, mas igualmente ineficazes.
E por falar em lobby, alguns dos setores mais poderosos da economia brasileira também conseguiram ampliar as suas vantagens.
No caso do agronegócio, além da inclusão da carne na cesta básica, houve a ampliação de outros benefícios, como alíquotas reduzidas para insumos como defensivos agrícolas, tratamento ainda mais especial para cooperativas ou a retirada da aplicação de novos impostos ao Fiagro.
As mineradoras, por sua vez, protagonistas de alguns dos maiores desastres ambientais e sociais do país nos últimos tempos, como Mariana, Brumadinho e o naufrágio de Maceió, conseguiram reduzir a alíquota seletiva máxima de 1% para 0,25%.
O agro e a mineração são, de fato, um caso surpreendente de setores que ostentam vantagens comparativas, competitividade internacional e exportações recordes, mas que são insaciáveis na busca por cada vez mais benefícios governamentais.
Outro exemplo de ineficiência que sobrevive às custas dos contribuintes e dos consumidores brasileiros, sempre obrigados a pagar por incentivos fiscais e produtos caros e de baixa qualidade, é o setor automobilístico. Na decisão do Congresso de incluir os veículos elétricos na lista de itens sujeitos à tributação seletiva, o protecionismo prevaleceu entre as montadoras instaladas no Brasil, que estão atrasadas no processo de eletrificação e vêm perdendo participação de mercado para concorrentes chineses.
A indústria de bebidas também conseguiu iniciar legislação subsequente que irá diferenciar a cobrança do imposto por tipo de produto e teor alcoólico e também uma implementação gradual até 2033.
Esses são apenas alguns dos benefícios concedidos nesta nova rodada da feira de benefícios promovida pelo Congresso Nacional na reforma tributária.
A cada votação, o país se afasta um pouco mais das melhores práticas internacionais, beneficiando algumas empresas em detrimento de milhões de contribuintes e consumidores.
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