Em visita à Bolívia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que a região não pode mais “tolerar desvios autoritários e planos golpistas”. A fala ocorreu durante uma declaração à imprensa durante uma visita ao país vizinho, que sofreu uma tentativa de golpe de Estado no dia 22 de junho.
- Luis Arce agradece Lula pelo apoio contra a tentativa de golpe na Bolívia
Ao falar, Lula traçou um paralelo entre o episódio boliviano e os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro vandalizaram os prédios dos Três Poderes, em Brasília.
“Agradeço ao presidente Arce por me receber num momento em que as instituições bolivianas mostraram seu valor diante de uma grave ameaça. Assim como no Brasil, a democracia boliviana prevaleceu após uma longa trajetória marcada por golpes e ditaduras”, disse Lula. “Mas o que pensávamos ser o fim do caminho revelou-se ainda um terreno instável. Em 2022, o Brasil comemorou o bicentenário de sua independência em um dos momentos mais sombrios de sua história. extremismo que terminou em 8 de janeiro, numa tentativa de golpe.”
O presidente também lembrou o golpe que derrubou o ex-presidente Evo Morales, agora insatisfeito com o atual presidente, Luis Arce, em 2019.
“O povo boliviano já havia experimentado esse gosto amargo com o golpe de Estado de 2019. E agora se viu afetado pela tentativa de golpe de 22 de junho. Às vésperas de comemorar seu bicentenário em 2025, a Bolívia não pode cair novamente nesta armadilha, “, disse o presidente. “Não podemos tolerar a loucura autoritária e o golpismo. Temos uma enorme responsabilidade em defender a democracia contra tentativas de retrocesso.”
Segundo Lula, “em todo o mundo, a desunião das forças democráticas serviu apenas à extrema direita”. O presidente recordou as eleições parlamentares em França e no Reino Unido, onde a esquerda e o Partido Trabalhista saíram vitoriosos, como exemplos de que a “superação das diferenças” pode funcionar “para um objetivo comum”.
“Os exemplos da França e do Reino Unido demonstram o imperativo de superar as diferenças na prossecução de um objectivo comum. Isto também se aplica à integração regional. Quanto mais forte for a nossa parceria, menos apelo terão as nossas divisões”, afirmou.
A Bolívia tornou-se o mais novo membro pleno do Mercosul na semana passada, enquanto a Venezuela, governada pelo chavista Nicolás Maduro, está suspensa devido a violações da cláusula democrática do bloco.
Nesse sentido, Lula defendeu a realização de eleições “pacíficas” que fossem reconhecidas por todos. A votação está marcada para 28 de julho.
“O bom funcionamento do Mercosul contribui para a prosperidade comum. Esperamos receber a Venezuela em breve e muito rapidamente. A normalização da vida política venezuelana significa prosperidade para toda a América do Sul”, disse Lula. “Por esta razão, esperamos que as eleições decorram sem problemas. E que os resultados sejam reconhecidos por todos”.
Para Lula, “não há solução individual para nenhum país da América do Sul”.
“Ou nos reunimos, formamos um bloco, tomamos decisões conjuntas e executamos essas decisões. Ou continuaremos a ser países em desenvolvimento por mais um século”, disse ele.
Lula defendeu ainda que Brasil e Bolívia aproveitem seus recursos naturais para inserir os dois países “soberanamente nas cadeias de valor”.
“A Bolívia possui grandes reservas de lítio, enquanto o Brasil possui terras raras, nióbio, cobalto, entre outros. Há pouco tempo foi descoberta em solo brasileiro a terceira maior jazida de manganês do planeta”, disse. “Juntos, podemos inserir-nos soberanamente nas cadeias de valor dos recursos estratégicos. E evitar que esta história de pilhagem continue a repetir-se no nosso continente.”
Disse também ser a favor da inclusão da Bolívia no BRICS, uma solicitação do país sul-americano.
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