Embora o primeiro semestre tenha surpreendido positivamente o mercado, com queda do desemprego e aumento da renda da população, o indústria de cimento instalada no Brasil revisou para baixo sua previsão de vendas para 2024. No primeiro semestre do ano, as vendas totalizaram 30,6 milhões de toneladas, 1,2% acima do registrado no mesmo período de 2023.
A redução em lançamentos imobiliários, o baixo investimento em infraestrutura, a interrupção do ciclo de queda da Selic e a maior dificuldade de acesso ao crédito levaram ao Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (Snic) reduzir a estimativa de expansão do setor para o ano de 2,4% para 1,4%, com 62,9 milhões de toneladas embarcadas.
“Vivemos um primeiro semestre de percalços e expectativas frustradas”, disse ele, ao Valor, o presidente da entidade, Paulo Camilo Penna. Segundo o executivo, a adição de 900 mil toneladas de consumo neste ano recupera apenas um terço do que a indústria deixou de vender entre 2022 e 2023.
Regulamentado no ano passado, o Minha casa, minha vida demorou para decolar e, apesar do crescimento de 25% nos lançamentos neste ano, não conseguiu compensar a fragilidade em outros segmentos do setor imobiliário. Assim, enquanto os lançamentos do setor, em geral, caíram 9%, as vendas subiram 6%. “Essa equação levou à redução dos estoques, gerando receio quanto ao desempenho das obras civis até o final do ano”, explicou.
Do lado dos juros, a manutenção da taxa básica em níveis elevados continua a alimentar a competição por recursos, que foram transferidos de ativos imobiliários para ativos financeiros, contribuindo para o menor volume de lançamentos, especialmente em mercados de maior renda.
Dívida das famílias e inadimplência
“Há outro ponto. Ó dívida familiar e a padrão neutralizaram o aumento da massa salarial. Durante o pandemia, auxílio emergencial e a mudança no perfil de consumo contribuiu para as vendas, mas isso não está se mantendo”, afirmou, referindo-se aos maiores gastos das famílias com reformas e autoconstrução nesse período.
Em infraestrutura, disse Penna, o novo PAC iniciou 2024 com corte orçamental e não contribuiu para o aumento do consumo de cimento. Em 2011, um estudo de Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que o setor era responsável por cerca de 25% da demanda de cimento no país. Desde então, essa participação encolheu e não ultrapassou a marca dos 12%.
Depois da queda acentuada das vendas de cimento em Maio, superior a 5% e relacionada, sobretudo, com os efeitos da enchentes no Rio Grande do Sul, Houve crescimento em junho, mas em ritmo moderado e não há expectativa de aceleração nos próximos meses.
Segundo dados preliminares do Snic, em junho foram comercializadas 5,4 milhões de toneladas de cimento, aumento de 2,1% na comparação anual. Assim, no primeiro semestre do ano, as vendas totalizaram 30,6 milhões de toneladas, 1,2% acima do registado no mesmo período de 2023.
Por dia útil, a expedição em junho foi de 238,8 mil toneladas, aumento de 4,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. Nessa métrica, o aumento foi de 1,1% no semestre.
No região Sudeste, Principal mercado da indústria cimenteira do país, as vendas entre janeiro e junho totalizaram 14,1 milhões de toneladas, praticamente estáveis (alta de 0,2%) em relação ao primeiro semestre de 2023.
A região Norte continuou despontando com a maior taxa de crescimento, de 12,8%, para 1,4 milhão de toneladas, seguida pelo Nordeste, com expansão de 3,8% e total de 6,3 milhões de toneladas. No Centro-Oeste, houve aumento de 2%, para 3,5 milhões de toneladas, e no Sul, que já se recupera do impacto das enchentes, a queda foi de 0,8% no semestre, para 5,2 milhões de toneladas.
A demanda deve “ir para o lado”
A nova estimativa de crescimento das vendas para 2024 contempla um desempenho tímido da indústria no segundo semestre, com crescimento de apenas 0,2%, justamente o período que tende a ser sazonalmente mais forte.
“Acreditamos que a procura se moverá lateralmente no segundo semestre, a menos que haja maior investimento em infraestruturas ou alguma mudança na trajetória das taxas de juro”, observou. Mantido o cenário atual, a indústria prevê uma expansão de cerca de 2% nos embarques de cimento em 2025.
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