Ó Primeiro-ministro chinês, Li Qiangdefendeu o Conferência Mundial de Inteligência Artificial, concluiu neste fim de semana em Xangai (China) que a IA é uma “bem comum da humanidade” e a sua evolução precisa de incluir os países em desenvolvimento, por agora mantidos à margem.
Li falou para dezenas de convidados, incluindo o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barrosoe a ex-presidente da República Dilma Rousseffatualmente à frente do Novo Banco de Desenvolvimento, do grupo Brics, ambos colocados na primeira fila pela organização chinesa.
A conferência divulgou uma Declaração sobre Governança Global da IA, na mesma direção. Entre outros pontos, faz um “apelo a uma maior representação e voz dos países em desenvolvimento” no esforço para “estabelecer um mecanismo global de governação da IA”.
Foram três dias de apresentações de executivos e acadêmicos, além de uma exposição paralela de produtos. Sassine Ghazi, CEO da American Synopsys, e Xue Lan, da Universidade Tsinghua em Pequim, abordaram a necessidade de uma governação mais ampla.
“Trabalhar juntos a nível global”, segundo Ghazi, é a melhor forma de equilibrar o ritmo da inovação na IA com o imperativo da evolução responsável. Xue defendeu o fortalecimento da capacidade dos países em desenvolvimento para a IA, citando o compartilhamento de aplicações.
A presença brasileira totalizou cerca de 50 pessoas, principalmente de empresas, mas também de acadêmicos. Romildo Toledo, diretor do parque tecnológico da UFRJ, onde é professor de engenharia, foi um dos palestrantes ao longo dos três dias de conferência.
Ele concorda com o alerta para os países em desenvolvimento e acrescenta que o Brasil “tem feito progressos, mas precisa de uma infraestrutura mais robusta para que a IA cresça, precisa de internet de alta velocidade, data centers, poder computacional”.
Ele diz que isso também é um problema em outros países latino-americanos que estão mais avançados em IA, como México e Colômbia. “O potencial brasileiro está bem estabelecido, temos instituições como a Coppe na UFRJ, o LNCC [Laboratório Nacional de Computação Científica]USP, Unicamp”, diz. “Precisamos avançar em infraestrutura”.
Isabella Guedes, do Instituto de Inteligência Artificial do LNCC, ministrou palestra sobre a experiência brasileira com IA para desenvolvimento de medicamentossua área, e também sobre um programa para mulheres em STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática).
Ao ser questionada sobre os três dias, ela comentou: “Estou muito impactada. É impressionante o avanço das coisas que foram faladas e mostradas, em todas as áreas, mobilidade urbana, previsão climática. . Coisas que já estamos acontecendo”.
Assim como Li, Barroso e Dilma, muitos dos participantes da conferência também visitaram a exposição paralela, com destaque para o robôs humanóides lançado mundialmente em Xangai por empresas chinesas e pela americana Tesla, além de novos modelos chineses de IA generativa.
A concorrência com os Estados Unidos apareceu mais abertamente nas negociações de executivos chineses de IA generativa, como Robin Li, CEO da Baidu, e Zhang Ping’an, CEO da Huawei Cloud. Executivos americanos, como Stephen Schwarzman, CEO da Blackstone, evitaram confrontos.
Li criticou abertamente seu concorrente OpenAI, questionando onde o ChatGPT está sendo usado e em benefício de quem. Zhang afirmou que a IA é independente dos chips da Nvidia americana, argumentando que o poder de computação pode ser liberado de dispositivos – como smartphones, que exigem chips – para a nuvem.
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