Associação de petroleiros acionistas minoritários da Petrobras pede saída de conselheiro | Empresas

Em nota, a Anapetro informou que solicita, cautelarmente, até decisão final, o afastamento de Gasparino do cargo de assessor da estatal. A entidade lembra que Gasparino foi reconduzido ao conselho de administração da Petrobras em assembleia geral realizada no dia 28 de abril.

O conselheiro já exerce a função desde abril de 2021, conforme recomendação dos acionistas minoritários. Ele ocupa o cargo de conselheiro de gestão da Eletrobras desde agosto de 2022, lembrou a Anapetro.

A associação alegou ainda que, no entendimento do advogado Ângelo Remédio, da Advocacia Garcez — que representa a Anapetro —, a Eletrobras é considerada concorrente da Petrobras, por atuar no geração e comercialização de energia elétrica.

“Assim, ao ter acesso às deliberações dos conselhos de administração das duas empresas concorrentes, Marcelo Gasparino poderá, ainda que involuntariamente, agir de forma prejudicial a uma das duas empresas, o que não é permitido pela legislação vigente e as regras de ‘compliance’ e governança corporativa. Consequentemente, a permanência do referido conselheiro em empresas concorrentes provoca conflito de interesses e viola os deveres orientadores dos conselhos de administração”, afirmou a entidade, na representação.

Ainda segundo informações do advogado da Anapetro reproduzidas no texto, o Comitê de Pessoas do Conselho de Administração da Petrobras, no dia 16 de abril, avaliou e emitiu parecer destacando “a preocupação quanto à aceitação do referido conselheiro como atuante em questões energéticas e de transição energética nas duas empresas, recomendando que o conselheiro renunciasse ao cargo na Eletrobras”.

Procurado por Valor, Marcelo Gasparino preferiu não se posicionar sobre o tema. Procuradas pela assessoria de imprensa, Petrobras e Eletrobras não responderam até o momento.