Menos do mesmo

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Percursos malucos, paisagens diferentes, provas surpreendentes. Nós, corredores, merecemos isso e muito mais Nike Run 2024: percursos diferentes, mas sempre explorando o centro de SP Nike Runners sabem, não precisa explicar muito. Corrida em São Paulo e aí vem Marginal Pinheiros, USP, República do Líbano. No Rio, o Aterro do Flamengo é a marca registrada dos eventos. Em Porto Alegre, a região da orla do Guaíba é um trajeto quase obrigatório. Turma de Salvador, Curitiba, Brasília, Recife conhece bem seus mapas esportivos. Não é uma crise de criatividade, a dificuldade imposta pelas secretarias de trânsito das cidades é realmente enorme, mesmo sabendo que os eventos acontecem quase sempre nos finais de semana. Por isso é necessário elogiar quem consegue fazer diferente. Arranjar (e sobretudo reunir) provas que possam fugir ao lugar comum é uma missão quase impossível. Neste dia 14 de julho tem Nike SP com seus percursos de 5, 10, 15 e 21 km. A chegada é o Estádio do Pacaembu, até o momento nada de novo, muitas corridas já terminaram lá na Praça Charles Miller. A novidade neste caso são os diferentes começos. O grupo de 5 km sai do Memorial da América Latina, o grupo de 10 km parte do Pateo do Collegio no centro, o grupo de 15 km terá largada no Centro Esportivo da Mooca e a meia maratona começa na Avenida Pedro Álvares Cabral, no Ibirapuera. A Radial Leste, importante ligação da cidade, terá bípedes em vez de carros, não sei se isso já aconteceu na história da cidade. Confesso que sinto um certo orgulho de corredor quando vejo atletas amadores ocupando estradas que são de carros. Uma espécie de vitória parcial da vida saudável sobre o sedentarismo. A sensação de terminar a São Silvestre na Avenida Paulista também é especial por conta disso. Fui conversar com o organizador da prova, Bernardo Fonseca, fundador da X3M, que hoje pertence ao grupo SBF. Sim, foi uma luta e tanto, mas Bernardo parece adorar desafios inatingíveis como maratonas no deserto, na Antártica, além de escalar algumas das montanhas mais altas do mundo. Subida Corcovado 2024: 1.500 corredores chegaram ao topo Subida Bernardo, aliás, acabou de se meter em mais uma confusão logística. Ele completou mais uma Subida do Corcovado, prova com três distâncias (5, 10 e 21 km) que termina triunfalmente na estátua do Cristo Redentor. Participei da primeira edição em 2022 e posso atestar que beleza e resistência eram palavras que andavam juntas, de mãos dadas. Pelo que me disseram, agora está melhor com a mudança de horário. Comecei por volta das 17h de um sábado e corri um bom tempo no escuro. Agora, a largada foi nas primeiras horas da manhã, o grupo pôde aproveitar o amanhecer e chegou ao Cristo com o sol nascendo. O julho do Bernardo ainda está um pouco mais animado, ele já realizou o X-Terra Caraguatatuba e tem um X-Terra Amazônia para lançar no final do mês. Não é nem simples inventar e implementar eventos diferentes e surpreendentes. Quando vemos um ou dois desses passando diante dos nossos olhos, sempre vale a pena chamar a atenção. Nós, corredores, não queremos mais do mesmo.



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