O lateral relembra sua jornada de quase ser interrompido devido a uma lesão nas costas e serviu como reserva de Leonardo para se tornar um herói com um gol de falta contra a Holanda que salvou o quarto lugar do Brasil na Copa do Mundo de 1994. Se você estiver lá, com cerca de 40 anos ou mais, certamente se sentirá lembrado de onde estava quando Branco acertou aquele chute. Se você é mais jovem, não tem problema, provavelmente já ouviu falar desse chute. O placar dos gols de Romário, dos gols de Bebeto e das defesas de Taffarel teve no lateral-esquerdo um herói improvável, castigado pela dor, questionado por todos e que deixou os Estados Unidos há 30 anos com um lugar na eternidade. Branco Brasil e Holanda 07/09/1994 Getty Images É preciso ser muito específico para falar sobre esse objetivo. Olhar o resultado do jogo ou a história do Branco não é suficiente para retratar aquele momento. Afinal, com três Copas do Mundo no currículo, um título da Copa América e quase uma década na seleção, vivenciar seu momento de protagonismo não seria surpresa para o lateral. Mas para aquele homem branco, sim. Sim, naquela Copa do Mundo. Nesse jogo, sim. Titular em 1986 e 1990, a camisa 6 nas costas não foi suficiente para garantir prestígio. Muito pelo contrário. Com Roberto Carlos já em ascensão no Palmeiras, Branco ainda teve sua convocação questionada e chegou aos Estados Unidos como reserva de Leonardo. E a oportunidade contra os holandeses surgiu após o risco de ser cortado e graças à expulsão do concorrente nas oitavas de final contra os Estados Unidos. – Os deuses do futebol não dizem isso? O destino me colocou lá. Com certeza foi um grande prêmio para minha carreira, pela quantidade de golpes que levei, a imprensa dizia que eu estava acabado. “Aqueles dois segundos de bola que saiu do meu pé esquerdo e marcaram a história do futebol brasileiro e, com certeza, a minha vida… Uma carreira brilhante e encerrar a terceira Copa do Mundo com o título mundial. foi planejado e deu certo” Tetra 30: O drama de Branco até a glória na Copa do Mundo de 94 A cotovelada de Leonardo em Tab Ramos abriu caminho para Branco se tornar titular nas últimas três partidas do tetracampeonato. A vitória por 3 a 2 sobre a Holanda também proporcionou a cabeçada para o gol de Bebeto, o segundo do Brasil, mas não adianta falar das boas atuações, da disputa de pênaltis perfeita contra a Itália ou de qualquer outro lance daquela Copa do Mundo. Desde aquele 9 de julho de 1994, aquele chute de pé esquerdo aos 36 minutos do segundo tempo contra a Holanda insiste em ficar na mente e diante dos olhos de Branco. Não adianta fugir, você é mais forte que ele: – Eu me emociono, né? Tem coisas que eu fiz e às vezes eu olho e digo: “Bom, eu fiz tudo isso”. É uma coisa meio maluca assim, mas é verdade. Não sou de olhar muito, mas meus filhos e amigos mostram as imagens e eu digo: “Nossa, senhora”. – Olha, parece que é difícil, mas fiz com tanta naturalidade, com facilidade, não sei. Depois vem a questão do seu potencial individual, da sua capacidade, que logicamente melhorei com o tempo. Branco campeão mundial pela seleção em 1994 Arquivo pessoal Tudo naquela jogada está ligado ao destino traçado para Branco naquela Copa do Mundo. A corrida com o dedo apontado para o banco e com lágrimas nos olhos durante a comemoração lembrou os momentos tensos antes da estreia contra a Rússia. As dores nas costas impediram o lateral de treinar e o medo de ser cortado era uma realidade. Os amigos Mozer e Ricardo Gomes já haviam caído no esquecimento. – Bem, com medo? Fiquei apavorado. Não era medo, era terror. Já tinha vindo de duas (Copas do Mundo) e vi colegas cortados na preparação. Senti esse medo de ter seguido o mesmo caminho. Um dia, depois do almoço, eu estava na sala com o goleiro Gilmar, e o Luisão, o massagista, bateu na minha porta dizendo que tinha uma reunião me esperando. “Quando entrei, juro cara, parecia a mesa da Santa Ceia. Tinha todo mundo naquela mesa enorme e eu falei: “Vou me cortar”. me uma frase que foi extremamente importante e decisiva para o meu lado emocional Ele disse: “Você foi, você é e será importante para mim”” Duelo com Overmars A profecia de Carlos Alberto Parreira se cumpriu semanas depois, embora Branco tivesse dúvidas. quando foi preterido nas oitavas de final contra os Estados Unidos. Com a expulsão de Leonardo, Cafu foi escolhido para jogar de improviso, mas, mais uma vez, um encontro a portas fechadas tranquilizou o camisa 6 sobre o que o esperava naquela Copa do Mundo. – Pensei em entrar e não entrei, o Cafu entrou. E aí, como você está? Minha cabeça parecia um trevo, mas eu ainda estava lá, apoiando-a. Fui conversar com o Parreira sobre a questão da entrada do Cafu, ele disse que eu jogaria contra a Holanda e foi o que aconteceu. Lembro-me muito bem que tínhamos informações dentro da concentração de que todos estavam preocupados com a possibilidade de Overmars mentir sobre mim. Resumindo, o jogo inteiro o Overmars me marcou, eu não marquei ele. Branco durante entrevista para relembrar cobrança de falta contra a Holanda Cahê Mota/ge Marc Overmars era o ponta holandês, considerado na época um dos maiores velocistas do mundo. Aos 21 anos, já se destacava pelo Ajax e depois fez história vestindo as camisas do Arsenal e do Barcelona. O relato de Branco, por sua vez, é verdadeiro. Mesmo aos 30 anos, o lateral brasileiro foi mais incisivo e perigoso durante todo o jogo, invertendo os papéis. Quando a Holanda empatou após o Brasil vencer por 2 a 0, Branco já havia dado uma assistência e cobrado outras três cobranças de falta de longa distância. Até que enfrentou a marcação de Overmars para mudar o jogo e a própria história, conforme conta detalhadamente: – Onde ele estava no meu gol? No flanco direito e eu na ala esquerda. Foi aí que eu superei ele. Se houvesse VAR na época, com certeza fui roubado. Fiz aquela jogada e fui na diagonal. Se você analisar bem a jogada, o Jong entra no meio, eu vou na diagonal e cavo a falta. Coloquei o pé direito e joguei, e o árbitro me marcou a falta. Tanto que o zagueiro Koemann, quando viu que eu me joguei, me deu um chute na barriga. Houve uma pequena confusão na época. Sofremos um gol em cobrança lateral, Bergkamp fez 2 a 1. Depois, um gol do Winter, que foi rasteiro, de cabeça: 2 a 2 e pensei: pênaltis de novo? Em 86, saí e agora de novo? Confira este pensamento rápido. Só marcaríamos gols em lances de bola parada: de pênalti, de escanteio ou de falta, como eu fiz. Assista à cobrança de falta de Branco contra a Holanda na Copa do Mundo de 1994. O relato de Branco é detalhado, como quem assiste a um filme dos momentos mais importantes de sua vida: – Quando coloquei a bola para cobrar a falta, o goleiro marcou cinco na barreira e um para sair. Eu já tinha cobrado falta no jogo, uma que ele cobrou e outra que passou por cima. A visão dele era complicada e eu disse: “Vou colocá-lo no canto”. Apontei a válvula da bola, que aprendi com Éder Aleixo, meu grande professor, que aprendi com Telê na Toca da Raposa, a Granja Comary nem existia… Quando ouvi o barulho da bola batendo, Eu disse: “Foi”. Ela tinha aquele endereço que todo mundo vê, espetacular. Baixinho indo embora. E ele chegou ao baile. O goleiro era muito alto, De Goeij, chegou atrasado, a bola bateu no pé da trave e entrou. Aí saí apontando para o pessoal do DM, cumprindo a promessa que tinha feito de que quando voltasse faria um gol para eles. Cuidado, Romário! Os “dois segundos” entre a bola sair do pé esquerdo e bater na rede ainda permitiram que Branco testemunhasse mais uma jogada marcante na história da Copa do Mundo. O chute passa direto entre o zagueiro holandês Stan Valckx e Romário, um salta para trás, o outro dobra como pode e a bola segue sua trajetória para dar a vitória ao Brasil. Branco desabafa sobre a Copa do Mundo de 1994: jogador passou por momentos difíceis antes de voltar a jogar O Globo – O velho lá de cima e minha velhinha (mãe), juro para vocês, conduziram aquela bola. É tanto tempo, naquele sentido cheio de curvas, passando pelas costas do Romário entre o zagueiro… Chego até a brincar: se ele batesse nele não seria senador e o Brasil não seria campeão mundial. São histórias que a gente… (pausa entre lágrimas) Desculpe a emoção, mas não esquecemos. Enfim, foi um momento importante e Deus preparou para mim. 2 x 0, 2 x 2, eu faço a jogada, faço falta, cavo a falta e faço o gol. São coisas que ficarão para sempre… Não estarei aqui, mas muita gente vai lembrar. Continua marcado na nossa história, graças a Deus, pelo lado positivo. Trinta anos depois, o gol ainda alimenta o folclore do futebol brasileiro. Como dito no início deste texto, quem viveu lembra onde estava naquela tarde de 9 de julho, e Branco é quem pode comprovar: – Marcamos duas gerações. Chegamos no local e o pai diz que o filho quer tirar foto, mas é ele quem quer (risos). Todos se lembram de onde estavam. Um ia casar, outro no motel, outro pescando com televisão no barco… É impressionante. Branco exibe medalha de campeão mundial em 1994 Cahê Mota / ge Holder durante os 90 minutos contra a Suécia, na semifinal, e os 120 na final contra a Itália, Branco também fala sobre seu senso de humor naquele que foi o momento mais tenso da campanha nos Estados Unidos. O placar na disputa de pênaltis apontava 2 a 1 para a Itália quando o lateral cobrou o terceiro pênalti para o Brasil e, assim como havia acontecido na eliminação contra a França em 1986, fez sua parte. – Eu fiquei olhando para o Pagliuca, olhando, olhando, me afastei uma certa distância, e ele não ia embora. A dois passos da bola, ele me deu o canto esquerdo e pulou para o lado direito. Você pode ver nas imagens que viro o pé. “Se você puder, ou qualquer pessoa puder, peço pelo amor de Deus que encontre a foto do Pagliuca no meu pênalti, eu quero, porque até hoje não encontrei. (risos)” Memórias de um herói improvável, punido pela dor, questionado por todos e que deixou os Estados Unidos há 30 anos com um lugar na eternidade. Afinal, quem não se lembra da bomba sagrada de Branco?
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