Depois de enfrentar problemas em gestações anteriores, a britânica Jodie Grinham adaptou os treinos e se preparou para a chance de entrar em trabalho de parto em Paris Veja a projeção de medalhas para o 2º dia de competições Competir em uma edição das Paraolimpíadas é algo que fica marcado na vida de qualquer atleta, mas Paris 2024 tem um sabor diferente para Jodie Grinham. Quarta colocada na fase de classificação da classe aberta de arco composto, a britânica está na 28ª semana de gravidez do segundo filho e disputará as oitavas de final neste sábado (31). A gravidez, claro, afetou a preparação para os Jogos – e não apenas no aspecto esportivo. Jodie também tinha tudo planejado caso entrasse em trabalho de parto durante a competição. + Confira o quadro de medalhas das Paraolimpíadas! + Confira a programação das Paraolimpíadas! + Por que o Brasil é uma potência paraolímpica? Jodie Grinham treina em Paris antes das Paraolimpíadas Alex Davidson/Getty Images A preocupação com a chance de dar à luz em Paris é consequência de alguns obstáculos que Jodie teve que enfrentar nos últimos tempos. Antes e depois do nascimento do primeiro filho, Christian, há cerca de dois anos, a atleta sofreu três abortos espontâneos. Em março de 2024, ela foi internada com meningite bacteriana e afastada das competições. Resumo Paralímpico – Dia 1: Brasil conquista três medalhas na natação e conquista primeiro ouro A gravidez de Christian também foi difícil para Jodie. A arqueira entrou em trabalho de parto quando tinha 28 semanas, mesma época da gravidez atual. Logo após nascer, o primeiro filho do atleta teve problemas de saúde e foi direto para a incubadora do hospital. O contato com a mãe só aconteceu 10 dias depois. Ainda com lembranças de experiências anteriores, Jodie quer a melhor reta final possível para sua nova gravidez. Por isso, mesmo se sentindo bem com as Paraolimpíadas, ela mapeou maternidades e hospitais em Paris. Ela também conheceu todos os procedimentos para registrar um recém-nascido na França. Jodie Grinham competirá nas Paraolimpíadas quando estiver grávida de sete meses Comitê Paraolímpico da Grã-Bretanha Esses preparativos estão em andamento desde que Jodie recebeu a notícia de sua gravidez, logo após se recuperar de meningite. O atleta fez as contas e percebeu que o nascimento aconteceria bem próximo às Paraolimpíadas. A participação no evento, porém, nunca foi ameaçada, pois conciliar os papéis de mãe e arqueira era um objetivo antigo da britânica. – Com os problemas que tive, eu e meu companheiro não sabíamos se seria possível engravidar novamente. Ela não queria ir aos Jogos no primeiro trimestre (de gravidez), porque a pior coisa que ela poderia imaginar seria competir com a cabeça em outro lugar (por medo de um aborto espontâneo). Então começamos a tentar bem antes de Paris. Infelizmente, tive muitas complicações que me impediram de vivenciar a gravidez e as Paraolimpíadas separadamente. Mas, se eu tiver os dois juntos, vou mostrar que é possível – comentou ela, em entrevista ao jornal britânico “Telegraph”. + O que é capacitismo? Entenda como não cair nessa armadilha nas Paraolimpíadas + De 16 a 64 anos: Brasil terá 280 atletas em busca de recordes nas Paraolimpíadas Mapeamento: O Brasil é uma potência paraolímpica; A expectativa é superar as 22 medalhas de ouro nos Jogos de Tóquio. Focada em destacar todas as suas facetas, dentro e fora do tiro com arco, Jodie passou a usar sua voz para fortalecer debates sobre questões de fertilidade. O assunto é especialmente relevante no mundo esportivo, onde os atletas precisam equilibrar a vida pessoal com as exigências e o alto desempenho nas competições. – Ter uma família não é tão fácil como as pessoas pensam. Tem muitas mulheres tentando, que não falam muito sobre isso, não têm apoio ou vivenciam perdas. É um tabu, e as pessoas veem isso (problemas de fertilidade) como fracasso ou vergonha – diz Jodie, antes de acrescentar: – (Essa postura) Não ajuda a engravidar, colocando mais estresse no corpo e prejudicando mentalmente. Acabei em um lugar muito sombrio porque senti que estava falhando como mulher. Foi uma viagem muito longa e horrível. Jodie Grinham na Vila Paralímpica de Paris Reprodução Mudanças no cotidiano Entre as adaptações feitas por Jodie na preparação para as Paraolimpíadas, uma estava ligada aos equipamentos que utiliza no tiro com arco. A britânica trocou o cinto usado para guardar as flechas. Antes posicionado na altura da barriga, foi alargado e agora fica um pouco mais baixo. A atleta ainda é monitorada constantemente durante os treinos, por meio de um aparelho que mede seus batimentos cardíacos e evita que mãe e bebê fiquem muito estressados durante as atividades. Também foi necessário mudar a rotina. Ao longo de sua carreira como atleta, Jodie se acostumou a passar até 12 horas por dia em pé, devido a treinos e competições. Tal esforço, porém, torna-se mais difícil com a gravidez. – Tive que reduzir muito a minha jornada. Se eu quiser cumprir as 12 horas que consegui na preparação para o Rio (2016) e para o Mundial, vou precisar de um cochilo de duas horas. Curiosamente, isto funciona bem com o calendário de Paris, que tem uma sessão intermédia, uma depois do almoço e outra ao anoitecer. Procurei fazer meus treinos assim também, para que meu corpo ficasse preparado – conta o arqueiro. Jodie Grinham na Vila Paraolímpica de Paris Reprodução Com uma condição chamada braquissindactilia, Jodie apresenta danos na parte superior esquerda do corpo. Ela compete na classe de arco composto aberto, destinada a atletas com deficiência em um membro (inferior ou superior) ou em dois membros (inferior ou superior e inferior do mesmo lado). Jodie está na segunda edição paralímpica da carreira – na primeira, em 2016, saiu do Rio de Janeiro com a medalha de prata nas duplas mistas. Vem também de conquistas no Europeu de 2024, com direito ao ouro na competição individual na sua categoria. – Se eu não trouxer uma medalha paralímpica e atirar mal por causa do cansaço e da fadiga, ainda vou conseguir algo que muita gente não consegue. Isso é incrível. Se eu atirar o melhor que posso e subir ao pódio em Paris… Do contrário, ficarei triste, mas voltarei para casa e terei um filho, uma conquista de vida – projeta o arqueiro. A gravidez também nas Olimpíadas Paris tem fama de ser “A Cidade do Amor”, sentimento presente nas relações entre mães e filhos. E a capital parisiense viu outras atletas grávidas competirem recentemente. Nas Olimpíadas de 2024, a esgrimista Nada Hafez, do Egito, chegou às oitavas de final na disputa de sabre individual. Somente após o ocorrido ela revelou que estava grávida de sete meses e não se sentia sozinha durante as brigas. Nada Hafez, esgrimista egípcia, competiu nas Olimpíadas grávida de sete meses – Pareciam duas pessoas na pista, mas na verdade eram três: eu, meu adversário e meu bebezinho que ainda não chegou ao nosso mundo. Orgulho que preenche meu ser. Sou três vezes atleta olímpico, mas desta vez foi diferente, carregando um pequeno atleta olímpico. Tivemos nossa cota de desafios, tanto físicos quanto emocionais. A montanha-russa da gravidez é difícil por si só, mas ter que lutar para manter o equilíbrio entre a vida e o esporte foi exaustivo. Valeu a pena – escreveu ela. No tiro com arco, mesma modalidade de Jodie, Yaylagul Ramazanova, do Azerbaijão, chegou às Olimpíadas grávida de seis meses e meio. A atleta ainda garantiu que recebeu uma ajudinha do filho durante a competição em Paris: – Senti o bebê me chutar antes de atirar uma flecha. Logo depois tirei 10. Yaylagul Ramazanova grávida nas Olimpíadas de Paris REUTERS/Tingshu Wang Agora é a vez das Paraolimpíadas mostrarem que gravidez e alto desempenho esportivo podem andar de mãos dadas. Com Jodie Grinham entre os competidores, os Jogos vão até 8 de setembro. sportv2 mostra as disputas em Paris.
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