Finalista olímpica começou saltando vara de pescar em assentamento do MST e enfrentou luto pelo pai às vésperas da estreia

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Paranaense de Querência do Norte, Valdileia Martins disputa a final neste domingo, em Paris, representante do Brasil na final do salto em altura feminino. Por trás do sucesso nas pistas, Valdileia tem uma história de luta e superação. Começando com um treinamento improvisado em um acampamento do MST, ela realizou seus primeiros saltos utilizando uma vara de pescar para saltar e sacos de palha de arroz em vez de colchões. No início da semana, às vésperas da estreia em Paris, ela perdeu o pai, seu principal apoiador. Natural de Querência do Norte, município com pouco mais de 12 mil habitantes no Noroeste do Paraná, Valdileia nasceu no povoado Pontal do Tigre. Foi lá que foram dados os primeiros passos rumo ao atletismo, mesmo com tantos improvisos para atingir os objetivos, como registrou a RPC em 2003 (assista acima o trecho da reportagem, exibida pela RPC em 2003). Finalista olímpico começou a pular vara de pescar em assentamento do MST e enfrentou luto pelo pai às vésperas da estreia Reprodução/RPC – Como no início não havia estrutura, nosso professor Flávio Rodrigues começou a improvisar um saco de arroz e uma vara de bambu para fazer esse salto que ela dá hoje – disse Marcelo Martins, irmão do atleta. Quero mostrar ao povo que filha de agricultor também pode vencer – disse Valdileia, há 21 anos. Quem não pôde presenciar a principal conquista da carreira de Valdileia foi o próprio pai, Israel Martins, falecido na última segunda-feira, vítima de infarto, às vésperas da estreia da atleta nos Jogos Olímpicos. – É difícil perder um parente, perder um pai, e mais ainda naquele momento que eu passei, um momento tão importante, ele sabe o quanto eu lutei, e eu sei o quanto ele ficou feliz com a minha conquista. Queria que ele visse essa minha conquista, sabe? Mas, assim, eu disse que ia entrar na pista e que ia dar o meu melhor por ele, e ia prestar uma homenagem a ele, e que hoje seria a corrida mais difícil que eu iria fazer – disse Valdileia ao ge. Minha família me apoiou durante todo o tempo que estive aqui na Vila Olímpica, e os Jogos não são mesmo os Jogos Olímpicos que eu vi, sabe? Não brilha por causa da perda do meu pai – acrescentou. Valdileia Martins, atletismo-Paris 2024 Reuters Seu pai foi, ao lado do técnico Flávio Rodrigues, um dos grandes entusiastas da carreira de Valdileia. Quando a RPC gravou a história em 2003, ele estava presente. – Vendo que ela tinha potencial, Flávio veio conversar com meu pai, pois eram amigos de longa data. E a partir daí ele abraçou a causa. Foi quando se mudou para Maringá, aos 15 anos, lembra o irmão, Marcelo Martins. Valdileia terá a oportunidade de mostrar ao mundo sua capacidade de superação. Ela já detém o recorde brasileiro do salto em altura, ao lado de Orlane Maria dos Santos (ambos saltaram 1m92). A final será neste domingo, às 14h55 (horário de Brasília). Mais notícias esportivas do Paraná em ge.globo/pr



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