Segundo o advogado do clube, a agência que intermedia os contratos utilizou dinheiro adiantado para pagar a dívida do clube sem autorização; Presidente da agência nega que financiamento de patrocínio do Rio-PI tenha virado caso de polícia. O vice-presidente do Galo, Genivaldo Campelo, abriu boletim de ocorrência contra a Agência Esporte Mais por suposto desvio de parte do valor do adiantamento de um dos patrocinadores do clube, que teria sido usado para pagar uma dívida de gestões anteriores. sem autorização. O responsável pela agência diz que o pagamento foi feito por um assessor do presidente do clube, Ítalo Rodrigues, que tem autorização do diretor para receber recursos do clube. Genivaldo Campelo, vice-presidente do River-PI Pablo Cavalcante Segundo o BO, ao qual o ge.globo teve acesso, o River-PI recebe uma cota mensal de R$ 25 mil de um de seus patrocinadores. Segundo o documento, a patrocinadora adiantou as últimas cinco parcelas do patrocínio, abrangendo os meses de agosto a dezembro, totalizando R$ 125 mil. Segundo narração do BO, assinada por Genivaldo Campelo, o valor teria sido repassado à Agência Esporte Mais, responsável pela intermediação do contrato de patrocínio, que por sua vez não teria repassado o dinheiro ao clube. O documento informa ainda que o responsável pelo órgão, Edmar Soares, informou ao dirigente que os valores foram transferidos para a conta de Geison Silva Guimarães, com autorização do presidente do clube, Ítalo Rodrigues. O ge.globo entrou em contato com Genivaldo Campelo, que confirmou a abertura do BO devido à utilização do dinheiro para fins não autorizados por ele. – Abri um Boletim de Ocorrência porque nada foi combinado comigo. Eles se apropriaram do dinheiro e resolveram problemas sem a devida autorização, pois eu era o responsável por receber e pagar as dívidas. Eles terão que devolver, seja por acordo ou judicialmente — afirmou. CT de Rio-PI, Afrânio Nunes, em Teresina Pablo Cavalcante/ge O advogado do Clube, Augusto Chabloz também confirmou a abertura do Boletim de Ocorrência, acrescentando que parte do valor teria sido utilizado, sem autorização, para pagar dívidas de gestões anteriores. – Um pagamento foi feito sem autorização de ninguém do clube. Para nós, isso é apropriação indébita. Não cabe a uma empresa que é apenas intermediária fazer pagamentos a terceiros – disse o advogado. Agência nega que ge.globo tenha contato com Edmar Soares, presidente da agência Esporte Mais. Edmar nega ter recebido os valores na conta da empresa, confirmando o que foi narrado no BO: que o dinheiro foi depositado na conta de Geison Guimarães, com anuência do presidente do clube, Ítalo Rodrigues. Segundo ele, todas as transferências sempre foram feitas para a conta de Geison, já que a conta do clube estava bloqueada por dívidas trabalhistas. Apenas R$ 25 mil teriam sido repassados à agência, referentes à comissão de 20% pela intermediação do contrato. – A transferência foi para a conta autorizada pelo presidente do clube. A agência não tem autonomia para receber dinheiro do RAC. Quem tem é Geison Silva Guimarães, e o dinheiro do patrocinador é depositado na conta dele – disse Edmar Soares em contato com ge.globo. Dívida paga A reportagem também entrou em contato com Geison Guimarães, que confirmou o recebimento dos valores e o pagamento da dívida do clube, em aberto desde 2017, que foi quitada em R$ 50 mil. Segundo ele, o pagamento foi feito para resolver essa pendência, e que foram entregues cheques em seu nome ao credor, o que poderia gerar problemas pessoais. – O dinheiro sempre entrava na minha conta e nunca houve problema. O problema é que existe uma dívida no hotel desde 2017, em relação a alojamento, alimentação e alojamento de autocarros. Chegou no limite, o dono do hotel estava esperando e era o meu nome que ia ser processado, porque lá estavam os meus cheques – disse. Segundo Geison, o pagamento já havia sido acertado previamente com o vice-presidente do clube, responsável pelo futebol profissional, dependendo do avanço do time na Série D do Campeonato Brasileiro. – Genivaldo Campelo disse que, caso o time não se classificasse, as duas últimas parcelas do patrocínio poderiam ser utilizadas para custear o hotel. Depois que viu que não tinha dinheiro para pagar os funcionários e mandá-los embora, ficou desesperado e quis todas as cotas de patrocínio – acrescentou. O CT Afrânio Nunes Djalma Lemos/River AC Geison não confirma se recebeu autorização prévia de algum dirigente para pagar a dívida, mas informa que, após a realização do pagamento, ele foi apoiado por outros conselheiros do clube, incluindo o presidente Ítalo Rodrigues. Segundo ele, o valor desembolsado foi cerca de metade do valor devido pelo clube, após acordo com o credor. – Elizeu Aguiar, conselheiro do clube, concordou em acabar com esse problema. O próprio presidente disse que, se foi pago, pronto, era conta do clube. Foram mais de R$ 100 mil, fiz um acordo para receber R$ 50 mil e foi assim que a dívida do clube foi paga. Estava prejudicando o meu nome, e o Genivaldo estava ciente, todo o conselho estava ciente, e ele não foi pago. Já havia um cheque meu para tramitar na Justiça – disse Geison. Geison acrescenta ainda que Genivaldo Campelo, responsável pelo futebol profissional do clube, teria se recusado a receber os R$ 50 mil restantes, pedindo o valor integral do adiantamento. – Tenho R$ 50 mil na conta, prontos para serem transferidos, mas ele só quer se for R$ 100 mil. – Ele afirmou. Em contato com o ge.globo, o presidente do River-PI, Ítalo Rodrigues, informou não ter informações sobre o caso e destacou a responsabilidade de Genivaldo Campelo no futebol profissional. – Eu não conhecia esse BO. Os assuntos relativos aos profissionais ficaram a cargo do vice-presidente, Sr. Genivaldo. Acho que foi algum desencontro de informações, a melhor pessoa para explicar isso seria ele – disse. Ítalo Rodrigues, presidente do River-PI Gabriel Paulino Questionado se havia autorizado algum pagamento, não comentou. O espaço permanece aberto para que qualquer pessoa envolvida no caso se manifeste.
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