A porta-voz da entidade argumentou que o crime ocorreu há dez anos e que houve reabilitação para confirmar a participação de Steven van de Velde, do vôlei de praia holandês. O Comitê Olímpico Internacional (COI) se pronunciou pela primeira vez, neste sábado (27), sobre a presença do jogador holandês de vôlei de praia Steven van de Velde, condenado por estuprar uma menina de 12 anos, nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. O porta-voz do COI, Mark Adams, confirmou a participação do atleta, apesar da enorme pressão contra, argumentando que a entidade está satisfeita com as explicações do Comité Olímpico Holandês, que o crime ocorreu há dez anos e que houve reabilitação. + Leia mais sobre as Olimpíadas de 2024 Paris realiza cerimônia inédita de abertura dos Jogos Olímpicos — Classificá-la como confortável e feliz não seria correto — começou o porta-voz ao ser questionado, em entrevista coletiva, se o COI se sentia confortável com a participação de van de Velde nas Olimpíadas. — Deixamos claro que tivemos longas conversas com o Comitê Olímpico Holandês. Ocorreu um crime há dez anos, houve muita reabilitação e existem fortes garantias”, continuou. Steven van de Velde, atleta holandês de vôlei de praia Pablo Morano/Agência BSR/Getty Images + Confira o quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos de Paris + Acompanhe o canal olímpico do ge no WhatsApp — O atleta nem está na vila. Sentimos que o comité nacional já explicou a sua decisão. Confortáveis e felizes, classifiquem como quiserem, mas a posição que nos deram é correta e continuaremos com a situação como está — concluiu o representante do COI + Planeje-se: confira a agenda das Olimpíadas de Paris + Confira quais esportes têm participação brasileira Van de Velde foi condenado a quatro anos de prisão na Grã-Bretanha em 2016 pelo estupro de uma menina de 12 anos em 2014, quando o atleta tinha 19 anos. Ele cumpriu parte da pena antes de retornar à Holanda. O holandês voltou a competir no vôlei de praia em 2017 e, ao lado de Matthew Immers, fará sua estreia olímpica em jogo contra os italianos Ranghieri e Carambula Raurich neste domingo (28), às 5h (horário de Brasília). Diante da repercussão negativa em relação à participação de Van de Velde nos Jogos Olímpicos, o Comitê Olímpico Holandês decidiu não deixá-lo na vila olímpica e acomodá-lo em moradias alternativas. Ele também está proibido de falar com a imprensa. Ainda assim, o COI estava a ser acusado da presença de Van de Velde, com a alegação de que as entidades desportivas estavam a enviar uma mensagem perigosa aos violadores e a causar “danos colaterais” às vítimas de abuso sexual, conforme noticiou o jornal britânico The Guardian. Entenda o caso Em 2014, Steven van de Velde, na época com 19 anos, voou de Amsterdã, na Holanda, para Milton Keynes, no Reino Unido, para conhecer um estudante de 12 anos, que conheceu online. Embora soubesse que a vítima era virgem e menor de idade, o holandês forçou-a a manter relações sexuais. O crime sexual acabou por ser descoberto depois de a menina, cuja identidade não é revelada para protegê-la, ter ido a uma clínica médica para tomar a pílula do dia seguinte, sob orientação de van de Velde. Em 2016, ele recebeu pena de prisão de quatro anos por estupro. Na sentença, o juiz Francis Sheridan declarou: — Uma criança jovem, ingênua e tola formou a opinião de que você a amava. Na verdade, você só a conheceu pela internet, nunca a tinha conhecido antes e tinha plena consciência da diferença de idade. O dano emocional causado a esta criança é enorme. À medida que ela amadurecer, ela terá que perceber que você não é o homem legal que ela pensava que era e esperava que fosse.
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