Brasileiros terão velhos conhecidos na briga pelo título olímpico em Paris 2024 Conheça as principais rivalidades das Olimpíadas de Paris Rivalidade, no esporte, é sinônimo de disputa, atrito e diferença, mas ao mesmo tempo pode significar admiração, respeito e olimpíada espírito. A dez dias das Olimpíadas, o ge listou as principais rivalidades nas provas individuais em que atletas brasileiros estarão presentes nos Jogos de Paris. +Saiba como entrar no grupo de Whatsapp das atletas olímpicas Simone Biles e Rebeca Andrade Ricardo Bufolin/CBG Em algumas delas o conflito é direto e a língua solta, como Beatriz Ferreira, do boxe, e a irlandesa Kellie Harrington. Em outros, o carinho fala mais alto: Rebeca Andrade não poupa elogios a Simone Biles. Isaquias Queiroz foi além e batizou o filho de Sebastião, em homenagem ao rival que o venceu nas Olimpíadas do Rio. Gabriel Medina e John John Florence já trocaram farpas após apontamentos de alguns jurados, enquanto Ana Marcela e Sharon Van Rouwendaal vivem amizade fora da água. REBECA ANDRADE (BRA) X SIMONE BILES (EUA) É OURO! Rebeca Andrade tem média de 14,750, ultrapassa Simone Biles e é bicampeã de salto Rebeca Andrade e Simone Biles fazem alguns dos duelos mais esperados de toda a Olimpíada. Sim, no plural, pois dividiram o pódio em cinco das seis provas disputadas no Campeonato Mundial do ano passado. Nos saltos ornamentais, Rebeca é a atual campeã olímpica e mundial, enquanto Simone conquistou o ouro na última Copa do Mundo no solo, individual geral e por equipes, sempre com a brasileira conquistando a medalha de prata. Na trave, Biles conquistou o ouro e Rebeca o bronze. – É uma honra competir com ela, ela é o maior nome não só da ginástica, mas de todo o esporte mundial. Ela será lembrada não só na nossa geração, mas por várias gerações. Temos carinho por ela e ela por nós também. Foi muito bom vê-la competindo feliz, de cabeça erguida no último Mundial – disse Rebeca, sobre o Mundial de 2023. Em cena marcante deste Mundial, Simone Biles tirou da cabeça uma coroa imaginária e colocou em Rebeca Andrade, como se passasse o bastão para a nova melhor do mundo. Horas depois, em uma festa pós-festa mundial, os dois foram vistos dançando juntos. Simone Biles coroa a brasileira Rebeca Andrade na Copa do Mundo de Ginástica de Antuérpia Reprodução RAFAELA SILVA (BRA) x CHRISTA DEGUCHI (CAN) Grand Slam de Judô: Antalya – Rafaela Silva x Christa Deguchi Rafaela Silva foi campeã mundial de judô na categoria até 57kg em 2022 e A canadense Christa Deguchi conquistou o ouro na Copa do Mundo de 2023. Não se enfrentaram em nenhuma das competições, mas possuem um longo histórico de confrontos no Circuito Mundial. O primeiro confronto foi em 2013, quando Deguchi, que nasceu no Japão mas tem pai canadense, ainda representava seu país de origem. No total, são dez lutas, com seis vitórias do canadense e quatro do brasileiro. Este ano, equilíbrio, com triunfo para cada lado. – A primeira vez que lutei contra o Deguchi foi em 2013, então já corremos no circuito há alguns anos. Nós nos conhecemos bem. Quando vou para uma competição a gente separa as oito cabeças de chave, então já conheço as quatro meninas que vão ficar do meu lado (da cabeça de chave). Tenho alguns ajudantes, alguns parceiros de reserva que acompanham as lutas comigo, fazem esse tipo de estudo. Quando a gente vem treinar eles não são a (Beatriz) Comanche, a Shirlen (Nascimento), o Anzu Yamamoto, são os franceses, os georgianos, os japoneses, então eles se entregam assim, eles ajudam muito e isso vai fazer a diferença nesta reta final de preparação. BEATRIZ FERREIRA (BRA) x KELLIE HARRINGTON (IRL) Tóquio 2020: Bia Ferreira – Prata no Boxe Beatriz Ferreira e Kellie Harrington dominam a categoria até 60kg desde 2018, mas só se enfrentaram uma vez: na final olímpica de Tóquio, em que o europeu venceu por pontos. Na Copa do Mundo de 2018, Kellie conquistou o título, mas sem enfrentar Bia. No ano seguinte, Bia foi campeã e a rival se machucou. Nas Copas de 2022 e 2023, a irlandesa não esteve presente – seu país boicotou a competição – e Bia foi prata e ouro respectivamente. Em 2024, a brasileira até tentou enfrentar a rival em alguma competição preparatória, mas a irlandesa não participou de nenhuma prova. – Infelizmente ela não quis treinar comigo, mas tudo bem. Nós dois nos classificamos. Não aceito minha derrota nas Olimpíadas de Tóquio, isso não é segredo. Não achei que a pontuação dos árbitros fosse justa. Agora tenho que buscar mais, ser mais esperto para convencer os árbitros a marcar a meu favor caso eu a encontre novamente no ringue de Paris. Ninguém morre me devendo (risos) – disse Bia. ALISON DOS SANTOS (BRA) Mas não é errado dizer que Alison dos Santos aparece como favorita ao ouro nos Jogos de Paris. Há dois meses, o brasileiro conquistou o ouro na etapa de Oslo da Liga Diamante, derrotando o anfitrião. A rivalidade, nos últimos anos, tem sido prejudicada por lesões. Em 2022, Alison foi campeã mundial em uma competição que Karsten voltava de lesão. No ano seguinte, a situação se inverteu: Alison ficou em quinto lugar após cinco meses afastada devido a uma lesão no joelho. Aqui vale lembrar que a rivalidade tem um terceiro elemento: Rai Benjamin, prata nas Olimpíadas de 2021 e na Copa do Mundo de 2022, mas que chega a Paris como líder do ranking mundial. ISAQUIAS QUEIROZ (BRA) x SEBASTIAN BRENDEL (ALE) ISAQUIAS É OURO! Brasileiro é campeão no C1 1000m – Olimpíadas de Tóquio Isaquias Queiroz tinha muitos motivos para não ser grande fã do alemão Sebastian Brendel. Nas Olimpíadas do Rio, Brendel conquistou duas medalhas de ouro – C1 1000m e C2 1000m – em provas em que o brasileiro foi vice-campeão. Mas o baiano leva a rivalidade para o lado da admiração, a ponto de batizar o primeiro filho de Sebastião, em homenagem ao adversário. Nas Olimpíadas de Tóquio, Isaquias foi campeão e Brendel ficou longe do pódio. Para os Jogos de Paris, Isaquias, 30, tem muito mais chances do que Brendel, 36, mas nunca se pode duvidar do alemão. Isaquias Queiroz e Sebastián Brendel em 2018 Guilherme Taboada ANA MARCELA (BRA) x SHARON VAN ROUWENDAAL (HOL) Ana Marcela Cunha conquista medalha de ouro na maratona aquática de Tóquio Ana Marcela Cunha é a atual campeã olímpica, Sharon Van Rouwendaal conquistou ouro no Rio 2016 As duas são amigas de longa data, inclusive Sharon que treina frequentemente no Brasil e compete na Rainha do Mar, tradicional competição de Copacabana. Ana tem 17 medalhas em Mundiais, enquanto os holandeses têm dez. Os dois estão entre os favoritos ao ouro na prova de 10 km em Paris. Sharon e Ana da maratona aquática Reprodução MARCUS D´ALMEIDA (BRA) x MATE GAZOZ (TUR) Em busca de uma medalha inédita: Marcus D’Almeida luta pelo ouro olímpico no tiro com arco Quem tem a hegemonia olímpica no tiro com arco é a Coreia do Sul, mas parece que a medalha de ouro em Paris ficará entre dois países com pouca tradição no esporte: Turquia e Brasil. O turco Mate Gazoz é o atual campeão olímpico e mundial na prova individual, enquanto Marcus D´Almeida é o líder do ranking mundial pela regularidade no Circuito. Ele é o atual campeão mundial, conquistou o bronze no Mundial (perdeu a semi para Mate) e, este ano, conquistou a prata na etapa turca do Mundial. GABRIEL MEDINA (BRA) Gabriel é tricampeão mundial – 2014, 2018 e 2021 – enquanto John John é bicampeão – 2016 e 2017. O americano sofreu com algumas lesões nos últimos anos, mas parece estar 100% fisicamente . Ele lidera o ranking da atual temporada e, nas semifinais da etapa do Taiti, derrotou Medina. RAYSSA LEAL (BRA) x CHLOE COVELL (AUS) Rayssa Leal consegue finalizar a manobra e nota 8,5 na final da etapa parisiense do SLS Nos últimos anos, duas jovens e carismáticas atletas têm se destacado no skate mundial: Rayssa Leal, 16 anos, e Chloe Covell, 14. Uma cena que chamou a atenção foi a passagem da coroa que Rayssa fez para Chloe durante uma etapa da liga de rua. Há três japonesas ainda na briga pela medalha – Funa Nakayama, Coco Yoshizawa e Liz Akama, mas o embate que todos esperam é entre Rayssa e Covell. HUGO CALDERANO (BRA) tênis de mesa individual. Então, em tese, sobraria uma vaga no pódio e essa disputa conta com vários atletas, mas dois principais: o brasileiro Hugo Calderano e o francês Felix Lebrun, que dividem a liderança. São os dois melhores não-chineses do ranking e já se enfrentaram três vezes neste ano, com duas vitórias do brasileiro. O último deles, aliás, um 4 a 0 na decisão do Aberto da Eslovênia.
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