As receitas aumentam numa temporada brilhante, como a anterior, mas os custos também. O Clube das Laranjeiras fez a opção de vender os direitos comerciais aos investidores para encerrar a conta. A vitória da Libertadores por si só já se justifica. Isso não é discutido. A razão pela qual um clube de futebol existe é para vencer competições. Mas, assim como a Copa do Brasil, o torneio sul-americano tornou-se sinônimo de grandes premiações em dinheiro. E aí surge a dúvida: a conta fecha? Se por um lado as receitas provenientes dos direitos de transmissão (que incluem os prémios) e dos estádios aumentam significativamente, por outro lado, esses mesmos prémios são partilhados com jogadores e comissão técnica, o que faz disparar a massa salarial, entre outros custos vinculado à atividade. . Para um clube que há muitos anos vem cortando gelo em sua reestruturação, como o Fluminense, a lamentável constatação é que nem mesmo uma temporada gloriosa como a de 2023 gerou um impulso nas finanças. A dívida continua a aumentar, os juros continuam a doer. A situação é tão delicada que, sem a venda de 20% dos direitos comerciais do Brasileirão durante 50 anos, para investidores da Liga Forte União, a conta não teria fechado durante a temporada. O recebimento da primeira parcela da transação, em outubro, foi o que permitiu chegar ao final do ano no azul. Existem alguns problemas com esta dinâmica. Primeiro, as receitas que aumentaram em 2023 não são recorrentes. Os prêmios não são repetidos se o desempenho em campo for baixo. Em segundo lugar, a transação com a LFU é uma antecipação de receitas, que drenará percentagens durante décadas. Algo diferente precisa acontecer para reestruturar o clube. Para facilitar o entendimento dos torcedores sobre a situação, o ge se baseia no estudo produzido pelo economista Cesar Grafietti, da consultoria Convocados. O especialista também gravou 13 episódios do podcast Dinheiro em Jogo, para analisar individualmente as contas dos clubes. + Ouça a análise das finanças do Fluminense Finanças do Fluminense Infoesporte Rating Os ratings foram atribuídos pela Grafietti, da consultoria Convocados, com base nas demonstrações financeiras dos últimos 12 anos. O conceito é utilizado no mercado de capitais para classificar empresas: a partir da combinação de uma série de métricas, é gerado um score. No caso do rating de futebol, o especialista considera elementos como receitas, custos, EBITDA, investimentos e valores a pagar a bancos, entidades, agentes, fornecedores, parcelamentos, etc. Classificação do Fluminense: D Receita e custos Em 2023, a receita do Fluminense aumentou e atingiu R$ 445 milhões. A Libertadores puxou a linha dos direitos de transmissão, que inclui os prêmios da competição, e a receita vinculada à torcida, por meio de bilheteria e do programa torcedor-sócio. As despesas com pessoal — que incluem salários, encargos trabalhistas e direitos de imagem — dispararam entre 2022 e 2023, enquanto as despesas administrativas do clube também aumentaram. Somando ambos, o Fluminense teve um custo de R$ 290 milhões na temporada. Mário Bittencourt, presidente do Fluminense Lucas Merçon/Fluminense FC Dívidas e alavancagem Em 2023, a dívida do Fluminense aumentou para R$ 736 milhões. O valor é dividido entre dívidas bancárias (R$ 49 milhões), tributos e convênios (R$ 515 milhões) e dívidas operacionais (R$ 214 milhões), que estão vinculadas a compromissos correntes do próprio ano. O cálculo da dívida de Grafietti inclui tudo o que deve ser desembolsado, exceto o que está disponível em dinheiro. As provisões para contingências (para ações judiciais em andamento) podem aumentar os valores devidos em casos de clubes contestados. Por outro lado, é possível que o clube tenha valores a receber pelos direitos dos jogadores que vendeu, ou de patrocinadores e parceiros comerciais, o que acaba por facilitar o pagamento da dívida no curto prazo. No gráfico abaixo, o Convocados mostra a “alavancagem” do clube, ou seja, a comparação entre receita e dívida. Quanto menor o número, menos alavancada está a entidade — o que indica que há condições favoráveis para novos investimentos em atletas, infraestrutura, bases, etc. Geração de caixa e investimentos EBITDA: R$ 13 milhões (negativo) Investimento base: R$ 31 milhões Investimento em contratações: R$ 6 milhões Investimento em infraestrutura: R$ 1 milhão EBITDA é a diferença entre receitas e custos, antes de descontados juros, depreciação e amortização. Menos complicado do que a sigla faz parecer, indica a saúde financeira do negócio. E, no caso do Fluminense, o número mostra que o ponto de partida é desfavorável. A situação fica mais incômoda ao incluir no cálculo os juros (R$ 45 milhões em 2023), o pagamento das próprias dívidas e investimentos diversos. Mesmo que a diretoria não invista muito na compra dos direitos dos atletas, os reforços que estavam livres têm luvas para pagar. Não foi por acaso que o clube optou por vender 20% dos seus direitos comerciais relativos ao Brasileirão, por 50 anos, para investidores da LFU. Sem o recebimento de R$ 122 milhões em outubro, referente à primeira parcela do negócio, a conta da temporada não teria fechado. @rodrigocapelo
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