Clube-empresa ainda lida com sobrecarga causada por dívidas do passado celeste. Pedro Lourenço, novo dono, precisará investir dinheiro para executar uma estratégia mais agressiva. Em seis meses, tudo mudou na Toca da Raposa. Ronaldo pretendia continuar mais tempo no comando da SAF, mas aceitou vender o negócio a Pedro Lourenço. Com o ex-jogador, a austeridade sai de cena. Com o empreendedor, entra em vigor uma postura mais ousada. De olho nessa mudança de propriedade e de mentalidade, revisitar os relatos do Cruzeiro ajuda a entender a dimensão do desafio. Lutando para disputar a primeira divisão em 2023, o clube ainda enfrenta os problemas financeiros criados na última década. As receitas voltaram a subir, após o período negro da Série B. Os gastos foram rigidamente controlados pela equipe de Ronaldo. As dívidas estão em um nível elevado, muito acima do que o clube-empresa consegue arcar, mesmo após a recuperação judicial bem-sucedida. Este cenário ajuda a entender dois pontos. Primeiro, por que o Cruzeiro entrou na Liga Forte União (LFU) e vendeu 20% dos direitos comerciais do Brasileirão para investidores, para receber R$ 96 milhões em outubro. O dinheiro era bem-vindo. Em segundo lugar, Pedrinho precisará aportar dinheiro do próprio bolso para dar continuidade à sua estratégia de investimentos, principalmente em reforços para o futebol. Para facilitar o entendimento dos torcedores sobre a situação, o ge se baseia no estudo produzido pelo economista Cesar Grafietti, da consultoria Convocados. O especialista também gravou 13 episódios do podcast Dinheiro em Jogo, para analisar individualmente as contas dos clubes. + Ouça a análise das finanças do Cruzeiro Finanças do Cruzeiro Infoesporte Rating Os ratings foram atribuídos pela Grafietti, da consultoria Convocados, com base nas demonstrações financeiras dos últimos 12 anos. O conceito é utilizado no mercado de capitais para classificar empresas: a partir da combinação de uma série de métricas, é gerado um score. No caso do rating de futebol, o especialista considera elementos como receitas, custos, EBITDA, investimentos e valores a pagar a bancos, entidades, agentes, fornecedores, parcelamentos, etc. Classificação Cruzeiro: D Receitas e custos Em 2023, a receita do Cruzeiro aumentou e atingiu R$ 225 milhões. Os direitos de transmissão e a área comercial (patrocínios e merchandising) cresceram significativamente. As transferências de atletas podem contribuir mais para as contas do clube do que atualmente. As despesas com pessoal — que incluem salários, encargos trabalhistas e direitos de imagem — aumentaram ligeiramente entre 2022 e 2023, enquanto as despesas administrativas do clube também aumentaram. Na soma de ambos, o Cruzeiro teve um custo de R$ 205 milhões na temporada. Ronaldo e Pedro Lourenço, ex-proprietário e novo proprietário da SAF Gustavo Aleixo/Cruzeiro do Cruzeiro Dívidas e alavancagem Em 2023, a dívida do Cruzeiro permaneceu em R$ 811 milhões. O valor é dividido entre dívidas bancárias (R$ 89 milhões), impostos e convênios (R$ 706 milhões) e dívidas operacionais (R$ 83 milhões), que estão vinculadas a compromissos presentes, do próprio ano celeste. O cálculo da dívida de Grafietti inclui tudo o que deve ser desembolsado, exceto o que está disponível em dinheiro. As provisões para contingências (para ações judiciais em andamento) podem aumentar os valores devidos em casos de clubes contestados. Por outro lado, é possível que o clube tenha valores a receber pelos direitos dos jogadores que vendeu, ou de patrocinadores e parceiros comerciais, o que acaba por facilitar o pagamento da dívida no curto prazo. No gráfico abaixo, o Convocados mostra a “alavancagem” do clube, ou seja, a comparação entre receita e dívida. Quanto menor o número, menos alavancada está a entidade — o que indica que há condições favoráveis para novos investimentos em atletas, infraestrutura, bases, etc. Geração de caixa e investimentos EBITDA: R$ 20 milhões (positivo) Investimento base: R$ 22 milhões Investimento nas contratações: R$ 76 milhões Investimento em infraestrutura: R$ 10 milhões EBITDA é a diferença entre receitas e custos, antes de descontados juros, depreciação e amortização. Menos complicado do que a sigla faz parecer, indica a saúde financeira do negócio. E, no caso do Cruzeiro, o número positivo mostra que o ponto de partida é favorável. A situação fica incômoda quando se inclui todo o resto: foram enviados R$ 42 milhões à associação, para que ela possa fazer frente a dívidas antigas, por exemplo. Só então a conta fica negativa. Depois, entram em jogo também os juros do SAF, as próprias dívidas, investimentos diversos, entre outros compromissos. Daí a opção de vender os direitos aos investidores da LFU. Quando o “novo” Cruzeiro aumentar a folha salarial, é possível que o EBITDA fique negativo. Primeiro problema. O valor destinado ao investimento em contratações também tende a subir. Segundo problema. Ou a SAF passa a ganhar muito mais do que ganha hoje, ou não haverá outra saída, a não ser o aporte de recursos vindos diretamente do bolso do novo proprietário. @rodrigocapelo
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