A equipe tem controle e volume no campo de ataque, finalizando 19 vezes, mas só marcou a gol em três e tem dificuldade para achar espaços. Os tiros de longa distância são os mais perigosos. Faltou criatividade, faltou poder de decisão, mas, sobretudo, faltou espaço. Não há como fazer uma análise justa do empate entre Brasil e Costa Rica, na primeira rodada do Grupo D, sem deixar claro o quanto os campos reduzidos da Copa América prejudicam a seleção brasileira e favorecem os times que entram em campo para defender eles mesmos. Defesa da Costa Rica abraça Vini Jr no jogo contra o Brasil Pedro Martins/Photo FC Os 100m x 64m do estádio de Los Angeles (5m x 4m a menos que o padrão da FIFA) ajudaram o zagueiro costarriquenho a marcar em um Brasil que teve clara dificuldade de decisão fazendo. Por mais que o campo se movimentasse, virando a bola de um lado para o outro, o time não encontrava espaço e invariavelmente se via com dois marcadores nas costas. A Costa Rica baixou o bloqueio e obrigou o jogo a ser disputado em praticamente um terço do campo já reduzido. Os tiros de médio alcance pareciam uma alternativa óbvia, mas eram pouco utilizados. Não por acaso, foi desta forma que Lucas Paquetá e Guilherme Arana levaram mais perigo à baliza de Sequeira. Os únicos três chutes a gol em 19 chutes mostram como faltou requinte ao Brasil na fase ofensiva. Brasil 0 x 0 Costa Rica | Melhores momentos | 1ª Rodada | Copa América 2024 A Costa Rica até tentou aumentar o seu placar logo nos minutos iniciais e logo percebeu que não daria muito certo. O Brasil conseguiu sair da pressão, apesar da falta de velocidade na transição para o ataque – com exceção de bons passes longos de Bruno Guimarães pela direita. Aos 20 minutos, o rival estacionou um ônibus em frente à área com uma linha de cinco, e o Brasil se inclinou para o campo de ataque. Domínio absoluto, volume de jogo também, mas que, paradoxalmente, favoreceu as ações defensivas. Dorival – Copa América 2024 EUA – Brasil x Costa Rica Buda Mendes/getty O time abusou na tentativa de construção pelo lado esquerdo. Vini e Arana, porém, não tiveram uma boa noite e as ações foram bloqueadas devido à forte marcação adversária. O gol de Marquinhos após cobrança de falta sofrida por Vini seria a chave para obrigar a Costa Rica a se expor um pouco mais, mas o VAR anulou corretamente. A derrota e a pressão da Seleção funcionaram bem. Bruno Guimarães e, principalmente, João Gomes morderam no meio-campo ofensivo e a Costa Rica praticamente não conseguiu trocar passes. O espaço reduzido (sempre igual), por sua vez, prejudicou a criação brasileira. Dorival analisa empate com a Costa Rica e explica saída de Vini Jr.: “Muito bem marcado” Dorival Júnior tirou Vini e Raphinha, acrescentou Endrick e Savinho, e o jogo pela direita fluiu com a dobradinha do atacante do Girona e Danilo. Com a entrada de Martinelli no lugar de João Gomes, o Brasil finalmente afastou os resquícios da defesa costarriquenha e praticamente pressionou no 3-2-5. Bons tempos, mas não foram suficientes. Seja pelas dimensões reduzidas do campo, pela falta de velocidade no giro da bola ou por não correr tantos riscos de fora da área, o Brasil estava amarrado e não surgiu do nada. Aqui fica uma lição para seguir uma Copa América onde não se pode mais errar. O problema está aí, faltam três dias para encontrar soluções e “inventar” espaços.
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