O ex-presidente da Americanas, Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, foi preso nesta sexta-feira (28) em Madri, na Espanha. A polícia local realizou a prisão depois que o ex-diretor foi considerado foragido e incluído na lista dos mais procurados da Interpol.
O mandado de prisão partiu da 10ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro. Atualmente, o a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali também está fugindo e fora do país.
O ex-CEO das Lojas Americanas foi preso na Espanha.Fonte: GettyImages
Funcionário das Lojas Americanas desde 1993, Gutierrez é engenheiro e atuou em diversas áreas da empresa antes de se tornar presidente em 2001. Foi preso preventivamente por ser acusado de organizar o buraco financeiro nas Lojas Americanas.
O executivo também é suspeito de cometer abuso de informação privilegiada e outros crimes. Os ex-diretores das Lojas Americanas venderam R$ 287 milhões em ações pouco antes do anúncio do prejuízo bilionário da rede, apurou a Polícia Federal.
Suspeita de negociação com informações privilegiadas
Ó pico de transações ocorreu em julho e outubro de 2022, afirmaram a PF e o Ministério Público Federal (MPF). Miguel Guiterrez teria vendido R$ 171,7 milhões em ações de Lojas Americanas, enquanto Anna Christina Saicali teria liquidado R$ 59,6 milhões, ambos possivelmente cientes de que as fraudes da rede se tornariam públicas.
A a liquidação das ações teria ocorrido seis meses antes do anúncio do prejuízo financeiro. A previsibilidade sugere o crime de “Insider trading”, em que se aproveita posição privilegiada e informações internas para lucrar no mercado financeiro. A movimentação foi comunicada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Os executivos teriam vendido mais de R$ 200 milhões em ações meses antes da descoberta do buraco bilionário.Fonte: GettyImages
Fontes ouvidas por Estadão apontam que cerca de 60 pessoas ligadas à Americanas trabalharam diariamente para mascarar o buraco financeiro da rede. O grupo precisava repassar os dados modificados aos auditores que, por sua vez, não tinham acesso ao sistema.
A investigação da PF deu origem à Operação Divulgação, iniciada nesta quinta-feira (17). Cerca de 80 policiais federais saíram para tentar prender o ex-presidente da Americanas e o ex-diretor e cumprir 15 mandados de busca e apreensão em suas residências no Rio de Janeiro.
Esquema de fraude
Os nomes foram incluídos na Red Diffusion da Interpol, a lista dos mais procurados do mundo. Se for preso e condenado, o dupla pode pegar até 26 anos de prisão.
A dupla de ex-executivos é acusada de organizar a maior fraude da história do mercado financeiro brasileiro. Em tudo, cerca de R$ 25,3 bilhões foram mascaradosgarantindo bônus milionários por desempenho e lucro na venda de ações aos envolvidos.
Segundo a Polícia Federal, outras nove pessoas “participaram ativamente” com Gutierrez e Anna Christina Saicali no sistema de fraude. Os nomes investigados por supostas negociações com informações privilegiadas incluem:
- José Timotheo de Barros (R$ 20,7 milhões em ações vendidas);
- Márcio Cruz Meirelles (R$ 6,3 milhões);
- Fábio da Silva Abrate (R$ 6,4 milhões);
- Murilo Santos Corres (R$ 7,7 milhões);
- Carlos Eduardo Rosalba Padilha (R$ 4,4 milhões);
- João Guerra Duarte Neto (R$ 3,8 milhões);
- Jean Pierre Lessa e Santos Ferreira (R$ 1,1 milhão);
- Maria Cristina Ferreira do Nascimento (R$ 803 mil);
- Raoni Lapagese Franco Fabiano (R$ 5,3 milhões).
Antes de ser preso, a defesa do ex-CEO disse ao Estadão que ele “nunca participou” de fraudes e que vem cooperando com as investigações. A defesa de Anna Saicali ainda não se manifestou.
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