Além das vítimas fatais, que incluem duas crianças, mais de 3 mil pessoas ficaram feridas nas explosões de terça e quarta-feira. O Líbano permanece esta quinta-feira em estado de choque, após a série de explosões de dispositivos de comunicação pertencentes a membros do Hezbollah que deixaram pelo menos 32 mortos em dois dias. Além das vítimas fatais, que incluem duas crianças, mais de 3.000 pessoas ficaram feridas nas explosões de terça e quarta-feira, segundo o Ministério da Saúde libanês. Contexto: Novas explosões de dispositivos de comunicação do Hezbollah no Líbano deixam 14 mortos e mais de 450 feridos Um dia antes: Explosões quase simultâneas de pagers no Líbano deixam nove mortos e milhares de feridos Na terça-feira, as explosões simultâneas de centenas de pagers, um sistema de mensagens e localização sistema usado pelo movimento islâmico pró-Irã, matou 12 pessoas e deixou quase 2.800 feridas, disse o ministério. No dia seguinte, uma segunda onda de explosões, visando walkie-talkies, deixou 20 mortos e outros 450 feridos, segundo as autoridades libanesas. O Hezbollah anunciou esta quinta-feira que 20 membros do movimento morreram nas explosões de walkie-talkies, atribuídas a Israel. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que não ficou ferido nos ataques, fará um discurso público esta quinta-feira. Uma fonte próxima ao grupo xiita libanês disse que as explosões dos últimos dias foram o “maior golpe desferido ao movimento pró-Irã” por Israel, que se recusou a comentar. As explosões ocorreram em todo o país, quando membros do Hezbollah que usavam os dispositivos estavam em casa, fazendo compras ou participando de um funeral dos mortos na explosão do pager. O ataque ocorreu depois de Israel ter anunciado a extensão dos seus objectivos na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza até à sua fronteira norte com o Líbano, cujo objectivo é permitir o regresso das pessoas deslocadas no norte de Israel devido aos confrontos fronteiriços. Carro pega fogo após walkie-talkie explodir no sul do Líbano em 18 de setembro de 2024 Reprodução O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse nesta quarta-feira que o “centro de gravidade” da guerra está se movendo “para o norte”, onde ocorrem trocas de tiros quase diárias entre o Exército e o Hezbollah causaram o deslocamento de dezenas de milhares de pessoas em ambos os lados da fronteira. — Estamos realizando as nossas tarefas simultaneamente, no norte e no sul, para garantir o retorno seguro dos habitantes do norte às suas casas — destacou Gallant. Desde o início da guerra em Gaza, em Outubro de 2023, o Hezbollah abriu uma frente na fronteira do Líbano com Israel para apoiar os aliados do Hamas. Infiltração no Mossad Charles Lister, analista do Middle East Institute, acredita que o Mossad, o serviço de inteligência externo de Israel, “se infiltrou na cadeia de abastecimento do Hezbollah” para desencadear as explosões. Segundo uma investigação preliminar das autoridades libanesas, “os dispositivos foram pré-programados para explodir e continham materiais explosivos colocados ao lado da bateria”, disse à AFP uma fonte dos serviços de segurança do país. A União Europeia condenou os “ataques” aos pagers, a ONU criticou uma “escalada extremamente perturbadora” e o governo dos Estados Unidos alertou para o risco de uma “escalada”. O ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, acusou “Israel de expandir a guerra para o Líbano”. Na frente diplomática, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu a Israel e ao Hamas “vontade política” para chegar a um acordo de cessar-fogo, após meses de negociações frustradas. O conflito em Gaza foi desencadeado pela incursão letal de comandos do Hamas no sul de Israel, em 7 de outubro, que matou 1.205 pessoas, a maioria civis, segundo um inquérito da AFP baseado em dados oficiais israelitas. Dos 251 sequestrados durante a incursão, 97 permanecem presos em Gaza, dos quais 33 foram declarados mortos pelo Exército israelita. Os bombardeamentos e operações terrestres israelitas destruíram o território palestiniano e causaram a morte de pelo menos 41.272 palestinianos, a maioria deles civis, segundo dados do Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas, que a ONU considera fiáveis.
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