Na noite de 17 de setembro e nas primeiras horas do dia 18, um espetáculo celestial está prestes a acontecer: um eclipse lunar parcial, acompanhado pela visão deslumbrante de uma Superlua. Embora o eclipse em si seja relativamente discreto, a Superlua promete tornar a noite memorável. Mas o que exatamente acontecerá naquele momento e por que o eclipse será apenas parcial?
Um eclipse lunar ocorre quando a Terra se alinha perfeitamente entre o Sol e a Lua, lançando sua sombra no satélite natural. Ao contrário de um eclipse solar, que só pode ser visto em certas regiões específicas da Terra, um eclipse lunar é visível em qualquer parte do mundo onde a Lua esteja acima do horizonte. O fenômeno pode ser dividido em três categorias principais: eclipse total, parcial e penumbral, dependendo de como a sombra da Terra cobre a Lua.
Diagrama do alinhamento entre Sol, Terra e Lua durante um eclipse lunar.Fonte: NASA
No caso de um eclipse lunar total, toda a Lua entra na parte mais escura da sombra da Terra, chamada umbra. Isto provoca um efeito espetacular: a Lua adquire um tom avermelhado, conhecida como “Lua de Sangue”causada pela luz solar refratada pela atmosfera da Terra e projetada na Lua.
Em um eclipse lunar parcial, como o que veremos no dia 17 de setembro, apenas uma parte da Lua entra na umbra, deixando o resto ainda visível. Isto cria um contraste interessante, onde a porção da Lua coberta pela sombra da Terra aparece ligeiramente obscurecida, enquanto o resto mantém o seu brilho habitual. Embora o efeito não seja tão dramático como um eclipse total, ainda é um fenómeno notável, oferecendo uma visão clara da mecânica orbital que liga a Terra, o Sol e a Lua.
Eclipse lunar total da Superlua no céu da Espanha.Fonte: José Antonio Herves
O eclipse lunar parcial de 17 de setembro terá uma cobertura muito limitada, com apenas uma pequena parte da Lua mergulhando na sombra da Terra. Estima-se que cerca de 0,08% da superfície lunar ficará obscurecida, tornando o eclipse mais sutil e, para observadores menos atentos, até difícil de perceber. O fenômeno começará com a Lua entrando na penumbra da Terra, que é a parte mais externa e menos escura da sombra.
Para quem observa, esta fase é quase imperceptível, pois a luz da Lua permanece muito próxima do seu brilho habitual.
À medida que o eclipse avança, a Lua entrará na umbra, e é neste momento que a parte “mordida” se torna visível. Porém, como será um eclipse de baixa intensidade, a mudança de brilho será relativamente suave, dificultando a observação a olho nu, principalmente em áreas com muita poluição luminosa ou condições climáticas desfavoráveis.
Exemplo de um eclipse lunar parcial.Fonte: Orazio Mezzio
O eclipse será visível em muitas partes do mundo, incluindo América, Europa, África, Ásia e Austrália, embora o tempo exato varie dependendo da localização. No Brasil, devido à sua vasta extensão territorial, os horários de início e término também mudam dependendo da região, mas, em geral, será visível na maior parte do país a partir das 23h da noite do dia 17 até a 1h do dia 18.
Nessa mesma noite, a Superlua também embelezará a noite. Este termo é usado para descrever a Lua cheia quando ela está mais próxima da Terra em sua órbita elíptica, um ponto denominado perigeu. No dia 17, a Lua estará a aproximadamente 360 mil quilómetros da Terra, em vez dos habituais 384 mil quilómetros de distância média. Esta proximidade fará com que a Lua pareça até 14% maior e até 30% mais brilhante do que uma Lua cheia normal.
Diferença entre o tamanho aparente da Superlua e da Microlua.Fonte: Catalina Paduraru
Esta coincidência acrescenta uma camada complicada à magia do eclipse, já que o brilho intenso da Superlua pode ofuscar a leve sombra projetada pela Terra. No entanto, isto também tornará a observação uma oportunidade para desafios raros: testemunhe a Superlua ao mesmo tempo que um eclipse parcial.
Na noite de 17 de setembro, seremos lembrados do intrincado balé celestial que acontece acima de nossas cabeças, com a Terra, a Lua e o Sol em perfeita sincronia. Portanto, se o céu estiver limpo, vale a pena reservar um momento para olhar para cima e ver essas maravilhas cósmicas em ação.
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