Além dos resgates fora do estado, cinco trabalhadores que trabalhavam em atividades de pedreiras em Monte Alegre do Piauí foram resgatados no Piauí, em 2024. Totalizando 26 piauienses resgatados este ano. Vinte e uma pessoas piauienses foram resgatadas de situação análoga à escravidão nos municípios de Serranópolis, em Goiás, e Boituva, em São Paulo, informou o Ministério Público do Trabalho (MPT) do Piauí nesta segunda-feira (9). Os resgates foram realizados por equipes do Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego, Defensoria Pública da União, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, que compõem o Grupo Móvel de Fiscalização contra o Trabalho Escravo. Acompanhe o canal g1 Piauí no WhatsApp Resgate em São Paulo Em uma das acomodações havia apenas um banheiro que era compartilhado por cerca de 20 pessoas. A higiene íntima dos trabalhadores era realizada com pedaços de colchões velhos. As necessidades fisiológicas foram atendidas no canavial. Em Boituva, os trabalhadores trabalhavam no corte da cana-de-açúcar. O grupo era formado por 37 cortadores, 17 deles piauienses, que estavam alojados em dois espaços com péssimas condições de higiene e conforto. Compartilhe esta notícia no WhatsApp Compartilhe esta notícia no Telegram Na frente de trabalho, também não foram fornecidos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), nem mesmo facões e água potável. Durante a fiscalização, foi possível identificar o empregador, que assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). No documento, ele se comprometeu a pagar todos os valores devidos aos cortadores. Além disso, deverá pagar indenização por danos morais individuais no valor de R$ 100 por trabalhador, por cada dia de trabalho, e uma indenização coletiva de R$ 30 mil, cujo destino será indicado pelo MPT em momento oportuno. Os trabalhadores retornaram ao Piauí com transporte e alimentação pagos pelo empregador e foram incluídos para receber o seguro-desemprego. Resgate em Goiás Em Serranópolis, a cerca de 400 km de Goiânia, 21 trabalhadores estavam concentrados em uma obra, sendo quatro deles piauienses. O grupo estava alojado em quatro barracos precários próximos ao canteiro de obras. Segundo as equipas de fiscalização, viviam em condições desumanas, dormindo no chão sobre colchões velhos, sem camas nem roupa de cama, e em ambientes sujos, quase desprovidos de mobiliário básico como mesas, cadeiras, armários e utensílios de cozinha. Além disso, não estavam formalmente inscritos como empregados e as equipes de fiscalização também detectaram uma série de irregularidades no trabalho. Entre as irregularidades estavam a ausência de condições mínimas de segurança no canteiro de obras e a ausência de equipamentos de proteção individual, deixando os trabalhadores expostos a riscos como choques elétricos e quedas de altura. O trabalho foi bloqueado. Os trabalhadores receberam verbas rescisórias, no valor de R$ 252 mil, além de R$ 268 mil a título de indenização por danos morais individuais, que serão pagas em três parcelas mensais. Além disso, o MTE concederá o Seguro Desemprego ao Trabalhador Resgatado, em três parcelas mensais de um salário mínimo cada (R$ 1.412,00). ‘Número de pessoas resgatadas é bastante significativo’ Além dos resgates em Goiás e São Paulo, cinco trabalhadores que trabalhavam em atividades de pedreiras em Monte Alegre do Piauí foram resgatados no Piauí, em 2024. Totalizando 26 piauienses resgatados este ano. O número de pessoas resgatadas ainda é bastante significativo, afirma o procurador do Trabalho Edno Moura, coordenador regional de Combate ao Trabalho Escravo no Piauí. “Infelizmente, ainda vemos muitos piauienses saindo do estado em busca de oportunidades em outros lugares e se tornando vítimas de trabalho escravo. São enganados com falsas promessas e, sem alternativas, acabam se submetendo a condições degradantes”, explicou. Edno Moura destacou a importância das fiscalizações. “São tão importantes porque conseguimos resgatar os trabalhadores para que tenham uma nova oportunidade de entrar no mercado com condições dignas de trabalho e com os seus direitos preservados”, afirmou. O procurador destacou ainda que o apoio da população é fundamental neste processo. Visto que é possível contribuir com as instituições denunciando casos de trabalho escravo. As denúncias podem ser feitas pelo site do MPT, em www.prt22.mpt.mp.br, na aba Solicitações/Relatórios, pessoalmente na sede do MPT em Teresina, Picos ou Bom Jesus, ou pelo WhatsApp (86) 99544 7488. Eles podem ser confidenciais. Confira as últimas notícias do g1 Piauí Acompanhe o g1 Piauí no Facebook e Instagram VÍDEOS: Assista as notícias mais vistas da Rede Clube
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