Na véspera, a moeda norte-americana subiu 1,16%, cotada a R$ 5,4534. O principal índice de ações da bolsa fechou em queda de 0,25%, aos 122.331 pontos. Notas do dólar Gary Cameron/Reuters O dólar sobe nesta quarta-feira (25), dia em que o mercado analisa novos dados da prévia da inflação brasileira para junho. O aumento de preços foi de 0,39% em junho, abaixo das expectativas do mercado financeiro. Na véspera, houve piora na taxa de câmbio e o dólar voltou ao patamar de R$ 5,45, já que os investidores refletiram as sinalizações na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Os deputados enfatizaram um discurso mais cauteloso na gestão da taxa básica de juros, a Selic. (saiba mais abaixo) Além disso, o cenário no exterior continua incerto, principalmente depois que uma declaração de um diretor do Federal Reserve (Fed, banco central americano) também reiterou que os juros americanos devem permanecer elevados por mais tempo. O mercado aguarda os dados de inflação dos EUA na sexta-feira para reafirmar esta posição. Veja abaixo um resumo dos mercados. Dólar Às 9h, o dólar subia 0,31%, cotado a R$ 5,4704. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,4719. Veja mais citações. Na véspera, a moeda norte-americana avançou 1,16%, cotada a R$ 5,4534. Com o resultado, acumulou: alta de 0,23% na semana; ganho de 3,89% no mês; aumento de 12,38% no ano. Ibovespa O Ibovespa funciona apenas a partir das 10h. Na véspera, o índice fechou em queda de 0,25%, aos 122.331 pontos. Com o resultado, acumulou: alta de 0,82% na semana; ganhos de 0,19% no mês; perdas de 8,83% no ano. DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens? DÓLAR: Qual é o melhor momento para comprar a moeda? Entenda o que faz o preço do dólar subir ou descer O que movimenta os mercados? O destaque da agenda nacional desta terça-feira (25) foi a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Após sete reduções consecutivas da taxa Selic, o conselho decidiu pausar o ciclo de cortes e manter os juros em 10,50% ao ano. A decisão veio em linha com as atuais expectativas do mercado, mas ainda representa uma previsão de taxa de juros maior para 2024 em relação ao observado no início do ano, além de indicar que os riscos que o BC leva em conta ao alterar a Selic são mais preocupante. O comitê informou, no documento, que o controle das estimativas de inflação, que estão em alta, exige “ação firme” da autoridade monetária, e acrescentou que permanecerá “vigilante”. Além disso, avaliou que “eventuais ajustes futuros” na taxa de juros, com possíveis aumentos na Selic, “serão ditados pelo firme compromisso de convergir a inflação para a meta”. A instituição disse que o seu papel na fixação da taxa de juros é técnico, e que busca conter a inflação e colocá-la dentro da meta de 3% para 2024, que pode variar entre 1,5% e 4,5%. Até maio deste ano, a inflação acumulada em 12 meses era de 3,93%, enquanto a inflação acumulada em 2024, até o momento, era de 2,27%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE). Mas as expectativas do mercado vêm piorando, o que gera alerta no BC. “O cenário das contas públicas ainda é um grande problema e estamos entrando em um período eleitoral e de possível aumento de gastos. Isso é uma preocupação para o Copom e para o mercado financeiro”, afirma Helena Veronese, economista-chefe da B. Side Investimentos. “Além disso, o BC trouxe projeções de inflação mais elevadas, que em breve poderão ultrapassar o teto da meta. Isso piora a percepção de risco da economia e impacta o câmbio”, explica. Embora os números ainda mostrem inflação dentro da meta, o IPCA vem acelerando nos últimos meses e, em maio, subiu acima das expectativas do mercado: alta de 0,46%, contra projeções de 0,42%. O aumento foi impulsionado, sobretudo, por aumentos significativos nos preços dos alimentos. A alta do dólar também gera preocupação, tendo em vista que a maior parte dos produtos consumidos no Brasil são importados e, com a moeda americana mais cara, os preços também tendem a subir. “Ficou clara a preocupação do comitê em criar uma mensagem suficientemente dura para pelo menos iniciar o processo de recuperação de sua credibilidade e, consequentemente, estabilizar as expectativas no médio e longo prazo”, destaca Matheus Pizzani, economista da CM Capital. Para Leonado Costa, economista da ASA, a ata indica um “aumento da incerteza do cenário, com agravamento do ambiente externo e ancoragem das expectativas de inflação”, que se encontram agora em níveis mais distantes da meta de 3%. Além disso, diz o economista, confirma a interrupção do ciclo de quedas e manutenção de uma taxa Selic mais elevada, em patamar contracionista para a economia, até que o processo de desinflação se consolide após essa recuperação. Também na terça-feira, a diretora da Reserva Federal, Michelle Bowman, reiterou a sua opinião de que manter as taxas de juro dos EUA estáveis “por algum tempo” será provavelmente suficiente para controlar a inflação. Taxas de juros mais altas nos Estados Unidos tornam os mercados emergentes menos atrativos, o que inclui o Brasil. Assim, os investidores levam investimentos para as economias desenvolvidas e o real tende a se desvalorizar ainda mais. “A inflação nos EUA continua elevada e ainda vejo vários riscos para o aumento da inflação que afectam as minhas perspectivas”, disse Bowman em comentários preparados para uma apresentação em Londres. Bowman também disse que os conflitos regionais podem exercer pressão ascendente sobre os preços da energia e dos alimentos, e que condições financeiras mais flexíveis ou estímulos fiscais também podem estimular a inflação. “Se os dados disponíveis indicarem que a inflação está a mover-se de forma sustentável em direção à nossa meta de 2%, será apropriado, em algum momento, reduzir gradualmente a taxa de juro para evitar que a política monetária se torne excessivamente restritiva”, disse ele. ela. No entanto, Bowman destacou que a economia “ainda não está” nesse ponto, acrescentando que “permanecerá cautelosa” na sua abordagem à política monetária e previu que os bancos centrais de outros países poderão aliviar-se mais cedo ou mais rapidamente do que o Fed. cenário externo, os investidores estarão atentos à divulgação, na sexta-feira, dos números do índice PCE de maio, indicador de inflação preferido do Federal Reserve. Os analistas projetam estabilidade, ante alta de 0,3% em abril.
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