A moeda norte-americana fechou em alta de 1,20% na véspera, cotada a R$ 5,6231. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa, fechou em queda de 0,95% nesta quinta-feira, aos 136.041 pontos. Freepik O dólar abriu em baixa nesta sexta-feira (30), antes de o Banco Central do Brasil realizar um leilão da moeda americana para controlar os aumentos significativos da taxa de câmbio ao longo desta semana. No leilão, o BC vende dólares ao mercado financeiro, na tentativa de aumentar a quantidade de moeda disponível e reduzir os aumentos cambiais, enquanto os investidores recorrem à moeda americana para se protegerem das incertezas sobre os juros dos Estados Unidos e do cenário econômico tributário no Brasil. Veja abaixo um resumo dos mercados. ENTENDA: Copom endurece discurso e deixa a dúvida: a Selic pode subir? Dólar Às 9h, o dólar caía 0,74%, cotado a R$ 5,5813. Veja mais citações. Na véspera, a moeda americana subiu 1,20%, cotada a R$ 5,6231. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,6620. Com o resultado, acumulou: alta de 2,62% na semana; queda de 0,55% no mês; aumento de 15,88% no ano. Ibovespa O Ibovespa começa a operar às 10h. Na véspera, o índice fechou em queda de 0,95%, aos 136.041 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumulou: alta de 0,32% na semana; aumento de 6,57% no mês; ganhos de 1,38% no ano. DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens? DÓLAR: Qual é o melhor momento para comprar a moeda? Entenda o que faz o preço do dólar subir ou descer O que movimenta os mercados? O BC promove, hoje, um leilão de até US$ 1,5 bilhão no mercado à vista, para tentar conter a alta expressiva do dólar nos pregões desta semana. De segunda para quinta, o dólar valorizou 2,62 e foi cotado acima de R$ 5,60. O leilão acontece entre 9h30 e 9h35. No leilão de dólares à vista, o BC vende dólares de suas reservas financeiras no mercado, para aumentar a quantidade disponível da moeda. Assim, a ideia é que os investidores interessados na moeda possam comprá-la sem que o preço do câmbio aumente ainda mais. Neste leilão, o dólar será vendido com base na Ptax, taxa referencial do BC para o câmbio. Esta é a segunda vez que a instituição realiza leilão de dólares desde que Lula assumiu a presidência em seu terceiro mandato. O movimento de alta do dólar ao longo do mês de agosto – no início do mês a moeda superava os R$ 5,80 – reflete principalmente dúvidas em relação às taxas de juros nos Estados Unidos e à situação fiscal dos Estados Unidos. Brasil. Nos Estados Unidos, o mercado aguarda a divulgação da inflação medida pelo PCE, indicador preferido do Federal Reserve. O PCE é um indicador que mede a inflação de forma mais flexível. Diferentemente do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), por exemplo, que tem uma cesta de bens e serviços já definida e acompanha mensalmente a inflação desses itens, o PCE mede a variação dos preços com cestas que englobam os itens mais consumidos pela população no país. esse período. Se a inflação vier forte – ainda mais depois de os dados de ontem terem mostrado um PIB de 3 no segundo trimestre e um número de pedidos de seguro-desemprego menor do que o esperado -, isso poderá levantar ainda mais dúvidas sobre qual será a conduta do Fed. com a sua política monetária na reunião de Setembro e nos próximos meses. Hoje, os juros no país estão entre 5,25% e 5,50% ao ano e o mercado já dá como certo que a instituição promoverá um corte em setembro, principalmente após o discurso do presidente, Jerome Powell, afirmando que “o momento veio para mudar a política (monetária)” na semana passada. O chefe da Fed, no entanto, não deu certezas sobre a magnitude deste corte nas taxas de juro, dizendo apenas que a instituição tem “amplo espaço” para o fazer. O tamanho desse corte e qual será a posição do Fed nas próximas reuniões até o final do ano estão no centro das atenções do mercado, que aguarda uma pista mais precisa sobre o que acontecerá para calibrar suas carteiras de investimentos. Quanto mais as taxas caem, maior o impulso para a actividade económica, uma vez que as taxas de juro mais baixas tornam mais barato para as empresas e para a população a contratação de crédito – o que estimula o consumo, os investimentos em activos de maior risco e a economia como um todo. Mas se a economia continuar a mostrar resiliência, com uma actividade económica crescente e um mercado de trabalho mais equilibrado, os cortes nas taxas poderão ser mais moderados, de modo a não permitir que a pressão inflacionista volte a atingir duramente os Estados Unidos. No Brasil, o cenário fiscal continua no radar, com dúvidas constantes sobre a capacidade do governo de pagar suas contas. O governo deve enviar hoje ao Congresso o Orçamento de 2025 e o mercado está monitorando isso. Nesta quinta-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse em evento da CNN que “a parte mais difícil da economia brasileira hoje é administrar a conta tributária. “A parte fiscal tem sido relevante e tem influenciado as expectativas de inflação e a curva de juros futura”, comentou Campos Neto. Além disso, a nomeação do economista Gabriel Galípolo para presidir o Banco Central (BC) na véspera também continua no radar do mercado. Galípolo atualmente faz parte da diretoria do BC. A nomeação foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (28), confirmando as expectativas do mercado financeiro. “O presidente da República me instruiu a fazer aqui um comunicado que hoje está encaminhando ao Senado Federal o seu indicado para a Presidência do Banco Central, que é o Gabriel Galípolo, que atualmente ocupa a Diretoria de Política Monetária do Banco”, declarou Haddad. Haddad explicou ainda que, após o anúncio, o governo “começará a trabalhar para definir os três nomes que comporão a diretoria até o final do ano”. Escolhido pelo presidente da República, Galípolo ainda precisa da aprovação do Senado Federal antes de assumir o cargo. A nomeação de Galípolo foi bem recebida pelos agentes do mercado financeiro. Desde sua nomeação para a diretoria, em maio do ano passado, especulava-se que ele poderia ser o futuro indicado de Lula à presidência da instituição. O mercado chegou a suspeitar que a proximidade entre eles poderia gerar interferência política nas decisões sobre taxas de juros do país. Mas o desempenho e as declarações de Galípolo em mais de um ano no BC deram algum conforto de que ele lideraria o BC com olhar técnico. Analistas ouvidos pelo g1 reforçam que ainda será preciso confirmar na prática que o BC permanecerá independente. Principalmente porque Lula passou os dois primeiros anos de mandato criticando a presidência da instituição.
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