O ministro deu 24 horas para Musk indicar o representante da plataforma, sob pena de suspensão da X. O embate entre o ministro e o bilionário se intensificou a partir de abril deste ano. Musk e Moraes são personagens de disputa entre STF e rede X Getty Images/g1; SERGIO LIMA/AFP O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu ao bilionário Elon Musk prazo de 24 horas para nomear um novo representante legal de X no Brasil, sob pena de suspensão da rede social no país. Este é o episódio mais recente da série de embates entre o empresário e o magistrado. Para entender como a disputa chegou a esse estágio é preciso voltar um pouco no tempo. Mais especificamente, em 2020 e 2021, quando o Supremo Tribunal Federal abriu duas investigações para apurar a disseminação de conteúdos falsos e a existência e financiamento de organizações criminosas que atuam contra a democracia brasileira. Além disso, a Corte também abriu, no início de 2023, um inquérito para apurar as atividades de apoiadores e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que culminaram na fracassada tentativa de golpe de Estado em janeiro do ano passado. Moraes é relator, no STF, das investigações sobre fake news, milícias digitais e atos golpistas de 8 de janeiro. Entre outras decisões, o ministro determinou, no âmbito destas investigações, o bloqueio de uma série de perfis em redes sociais geridos por pessoas acusadas de agredir a democracia e atacar o processo eleitoral brasileiro. O Estado Democrático de Direito é princípio fundamental previsto no artigo 1º da Constituição Federal. O artigo 102 diz que o STF tem o papel de guardião da Constituição. As decisões de Alexandre de Moraes geraram insatisfação entre direitistas e políticos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que acusam o juiz de censura e restrição à liberdade de expressão nas redes sociais. Moraes, porém, conta com o apoio dos demais ministros do STF, que afirmam que a liberdade de expressão não pode ser confundida com a permissão para desrespeitar leis e agir contra a ordem democrática. O relator das investigações do STF costuma dizer que as redes sociais não são uma terra sem lei, nem uma terra de ninguém. Em abril deste ano, expressando o descontentamento da direita com as decisões de Moraes, Elon Musk usou seu próprio perfil no X para atacar o juiz e ameaçar não cumprir mais suas ordens judiciais. Com a postagem na rede de sua propriedade, o bilionário iniciou uma disputa pública com Alexandre de Moraes, que levou à inclusão do empresário na investigação das milícias digitais, além da abertura de uma nova investigação contra Musk. A novela continuou com a aplicação de multas, e com as decisões do bilionário de fechar o escritório X no Brasil e retirar o representante legal da plataforma do território nacional. Nesta quarta-feira (28), como X não tem mais representante no Brasil – obrigação prevista na legislação brasileira – Moraes utilizou plataforma própria para intimar Elon Musk. O ministro agiu dessa forma para exigir a nomeação do mandatário, como já havia feito em relação ao Telegram no passado. A decisão também visa fazer com que X pague multas que foram aplicadas à plataforma. Musk reagiu com um meme. Relembre nesta reportagem (clique no link para acompanhar o conteúdo): Musk ataca Moraes Inclusão do bilionário na investigação da milícia digital O que diz a lei sobre representação e remoção de conteúdo? Musk ataca Moraes Após uma série de ordens de Moraes para bloquear contas na rede X, Elon Musk fez uma postagem atacando o ministro e ameaçou não cumprir mais suas decisões, reativando perfis bloqueados judicialmente. Isso aconteceu no dia 6 de abril de 2024, um sábado. Em sua própria plataforma, respondendo a uma postagem feita por Alexandre de Moraes sobre outro tema, Musk perguntou em inglês: “Por que vocês estão exigindo tanta censura no Brasil?” Horas depois desta primeira postagem, o bilionário voltou a atacar Moraes. Também por meio do X, Musk ameaçou reativar contas bloqueadas, desrespeitando a justiça brasileira, mesmo que isso custasse o fechamento da empresa no Brasil e prejudicasse seus lucros. “Estamos suspendendo as restrições. Esse juiz aplicou penas massivas, ameaçou prender nossos funcionários e cortar o acesso ao X no Brasil”, disse o empresário. No dia seguinte, um domingo, Musk voltou a atacar o ministro. Inclusão do bilionário na investigação da milícia digital No dia seguinte aos primeiros ataques de Musk, Moraes reagiu. O magistrado determinou que a conduta do bilionário seja investigada em novo inquérito. Também incluiu Musk entre os investigados no inquérito das milícias digitais. Na ocasião, Moraes também ordenou que a rede X não desobedecesse a qualquer ordem da Justiça brasileira. E estipulou multa de R$ 100 mil para cada perfil reativado irregularmente. Ao justificar as medidas, Moraes disse ver indícios de obstrução à justiça e incitação ao crime nas ações de Musk. Após as ações de Moraes contra o empresário, Musk chamou o magistrado de “ditador brutal” e disse que o ministro está com o presidente Lula “na coleira”. X fecha escritório no Brasil O clima de tensão entre Moraes e Musk continuou nos meses seguintes, até que, no dia 17 de agosto, a rede X anunciou o fechamento do escritório no Brasil. Cerca de 40 funcionários da plataforma em território brasileiro foram demitidos. A OX tomou a medida extrema alegando que Moraes “ameaçou” multar e prender a responsável pelo escritório no Brasil, Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição, por descumprimento de decisões judiciais. O perfil da rede X que trata de assuntos globais publicou um post falando sobre a decisão: “Estamos profundamente tristes por termos sido obrigados a tomar essa decisão. A responsabilidade é exclusiva de Alexandre de Moraes. Suas ações são incompatíveis com um governo democrático. brasileiro. as pessoas têm uma escolha a fazer – democracia ou Alexandre de Moraes”, afirma o comunicado. Embora o escritório tenha sido fechado, X continuou atuando no Brasil e chegou a ser utilizado pelo STF para intimar Musk. Ministro convoca Musk para a própria rede social A Rede X continuou descumprindo decisões do STF relacionadas ao bloqueio de perfis acusados de ilegalidades. Devido a esse descumprimento, Moraes aumentou a multa diária por desobediência para R$ 200 mil, até que as determinações fossem cumpridas. Diante da falta de representante legal, o ministro do STF emitiu um novo despacho nesta quarta-feira (28), determinando que a rede indique quem deverá responder às decisões judiciais no país. E, na ausência de um representante para receber a intimação, Alexandre de Moraes inovou e decidiu intimar o próprio Elon Musk sobre X, o que foi feito por meio do perfil institucional do STF na plataforma. Na intimação, Moraes dá prazo de 24 horas para Musk nomear um novo representante no Brasil. Além disso, o ministro fez um alerta: caso a ordem não seja cumprida, a rede social poderá ser suspensa no Brasil. Na postagem do STF, foram marcados os perfis de Alexandre de Moraes e da conta X para assuntos globais. Foi a primeira vez que a Suprema Corte utilizou a plataforma de Musk para intimar alguém. Neste caso, o dono do X. Além da intimação desta quarta, nesta quinta (29), Moraes bloqueou contas da empresa Starlink Holding, que também pertence ao bilionário Elon Musk. Empresário reage com meme e novo ataque Em resposta à decisão de Moraes que pode resultar na suspensão de X, o dono da rede social publicou imagem produzida por inteligência artificial ironizando o ministro do STF. A postagem, que compara o ministro a vilões de Star Wars e Harry Potter, foi feita na rede social à 1h39 desta quinta-feira, horário de Brasília. A decisão de Moraes de bloquear contas Starlink também gerou reações do bilionário. Em publicação no X, Musk chamou o ministro de “ditador do Brasil”. “O tirano Alexandre [de Moraes] Ele é o ditador do Brasil. O Lula é o cachorrinho dele”, escreveu Musk, em tradução livre. O Telegram acatou a ordem de Moraes. Nos episódios com rede o juiz determinou que o aplicativo de mensagens Telegram indicasse, também no prazo de 24 horas, o responsável por sua representação legal no Brasil. ministro tomou a decisão após o Supremo ter dificuldade em notificar o Telegram sobre medidas judiciais O Telegram acatou a determinação de Moraes e nomeou um escritório de advocacia brasileiro como representante O que diz a lei sobre representação e remoção de conteúdo de acordo com o Código Civil? , para operar no Brasil, a empresa estrangeira precisa de autorização do Poder Executivo. Além disso, entre outras obrigações, deve ter representante legal, conforme dispõe o artigo 1.138 da lei: “A empresa estrangeira autorizada a funcionar está obrigada a ter. , permanentemente, um representante no Brasil, com poderes para resolver quaisquer questões e receber notificações legais. pela sociedade.” O Marco Civil da Internet estabelece as regras para remoção de conteúdo pelas plataformas.
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