Após ignorar convocação, opositor na Venezuela é intimado pela segunda vez para interrogatório sobre resultado da eleição

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A lei venezuelana permite a prisão quando alguém viola três intimações da Procuradoria-Geral da República; Edmundo González, que afirma ter vencido a disputa com Maduro, é suspeito de falsificar documentos oficiais, incitar atividades ilegais e outros crimes. Edmundo Gonzalez, candidato da oposição à presidência da Venezuela Reprodução O líder da oposição na Venezuela, Edmundo González, que afirma ter derrotado Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho, foi convocado pela segunda vez pela Procuradoria-Geral da República para comparecer a um interrogatório sobre site que publicou resultados detalhados da disputa presidencial do país, com parte da ata de votação. González não compareceu na manhã desta segunda-feira (26) na sede do Ministério Público venezuelano após receber a primeira intimação no fim de semana. Por isso, o procurador-geral Tarek Saab emitiu uma segunda intimação para que o líder da oposição compareça para audiência na terça-feira (27), às 10h. Clique aqui para acompanhar o canal de notícias internacionais g1 no WhatsApp Pela lei venezuelana, se alguém violar uma intimação três vezes, é permitido um mandado de prisão, informou a Reuters. Segundo a intimação, González deverá ser ouvido sob acusações de supostamente ter cometido os crimes de usurpação de funções de autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação a atividades ilegais, entre outros. No domingo (25), o líder da oposição afirmou, em vídeo nas redes sociais, que estava sendo chamado “sem precisão sobre a condição” em que prestará depoimento e “pré-acusado de crimes que não foram cometidos”. Leia também: 3 cenários possíveis para o futuro do país após o Supremo aprovar a vitória de Maduro Lula e Petro voltam a exigir que o governo de Maduro publique ata eleitoral ‘Você ouviu, Celso Amorim?’: Presidente da Assembleia da Venezuela envia recado a Lula conselheiro Após a votação de 28 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela e a Suprema Corte do país declararam que o presidente Nicolás Maduro venceria as eleições com pouco mais da metade dos votos. Porém, a ata publicada pela oposição mostrou a vitória de González. Suspeita de fraude e investigação A oposição, alguns países ocidentais e organismos internacionais, como um painel de especialistas das Nações Unidas (ONU), afirmaram que a votação não foi transparente e exigiram a publicação dos resultados completos pela autoridade eleitoral, com alguns dizendo abertamente em fraude. Autoridades do partido no poder, incluindo Maduro, acusaram a oposição de encorajar a violência, e o procurador-geral lançou investigações criminais contra a líder da oposição María Corina Machado, González e o site que publicou a ata no início deste mês. Desde as eleições, o país assistiu a protestos que resultaram em pelo menos 27 mortes e 2.400 detenções. Protestos após proclamação da reeleição de Maduro na Venezuela Reuters/Samir Aponte CNE reafirma vitória de Maduro A CNE da Venezuela afirmou que aceitou esta segunda-feira a decisão do mais alto tribunal do país de declarar Nicolás Maduro vencedor das eleições presidenciais realizadas em 28 de julho. a CNE e o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) são vistos como órgãos controlados pelo chavismo e alinhados com o regime de Maduro. O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela ratifica a vitória de Maduro nas eleições. O Tribunal também proibiu a publicação de registros eleitorais, que indicam os resultados da votação por zona eleitoral. A publicação da ata, que comprovaria o resultado da eleição, estava sendo exigida pela oposição e pela comunidade internacional. Segundo o próprio TSJ, a decisão do Tribunal é “incabível”. A oposição contestou a decisão do tribunal. O candidato da oposição Edmundo González publicou em suas redes sociais uma montagem com a palavra “nulo” acima de uma frase do TSJ. “A soberania reside de forma intransferível no povo”, declarou ele. “O país e o mundo conhecem a sua parcialidade [do TSJ] e, por extensão, a sua incapacidade para resolver o conflito; Sua decisão só piorará a crise”, escreveu González antes da divulgação da sentença.



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