A volta triunfante da Banda Uó também se destaca na terceira edição do evento de Fortaleza, que começou vazia com show morno de Julia Mestre, mas terminou eletrizante na batida tropical de Pabllo. ♪ FORTALEZA (CE) – Treze horas se passaram entre o início pontual do show de Julia Mestre no Palco Mar, às 16h, do sábado, 24 de agosto, e o término do show de Pabllo Vittar, no Palco Sol, às 5h11 da manhã de domingo, 25. Foi o voo mais longo da história do Festival Zepelim cearense, realizado sob a direção de Gabriela Parente em Fortaleza (CE) desde 2022. Na edição de 2024, a terceira do Zepelim, a opção foi alocar todos os shows em um único dia. Alternando em dois palcos, Sol e Mar, montados lado a lado na área externa do Marina Park Hotel, 13 artistas se apresentaram ao longo de 13 horas para um público estimado em 15 mil pessoas para a produção do evento. Foram 12 shows de 13 artistas brasileiros. numa amostra da diversidade da atual cena pop nacional com soul, rap, pop, rock, funk, tecnobrega e forró. A diferença no total de apresentações e artistas ocorreu porque as apresentações dos pernambucanos Luiz Lins e Yvisson contaram como um único show, dividido em duas partes distintas, uma para cada artista. Com um salão colorido e com decoração tropical, com redes e pufes colocados estrategicamente sob uma área povoada por coqueiros, o público pode descansar e comer entre uma atração e outra. Marina Sena já é atração tradicional do Festival Zepelim Luan Kawee / Divulgação Festival Zepelim 2024 A rigor, o Zepelim 2024 começou vazio. Pouco mais de 100 pessoas compareceram ao show morno de Julia Mestre, que abriu com a música Clama Floresta (2022), parceria da artista com Zé Ibarra, lançada no primeiro e por enquanto único álbum da banda Bala Quero e regravada pela cantora em seu recente segundo álbum solo, Arrepiada (2023). Entre músicas da banda que o idealizou – como Passarinha (2022) – e composições do álbum solo, como Chuva de caju (parceria com Ana Caetano, de 2023), Julia deu um show padrão que não deu arrepios mesmo quando a artista deu voz a um rock da fase Tutti Frutti de Rita Lee (1947 – 2023), Agora só falta você (1975), parceria de Rita com Luiz Carlini. Em seguida, o cantor Yvisson mostrou músicas com tom mais introspectivo (mais adequado para espaços menores) e o rapper Luiz Lins representou o rap pernambucano, exibindo músicas como Sem Você (2021) e Replay (2023). Primeira atração para animar o público, o trio carioca Os Garotin mostrou com orgulho a alma suingada de São Gonçalo (RJ), pisando com o pé direito no palco que marcou a estreia de Anchietx, Cupertino e Leo Guima em Fortaleza (CE). Céu brilhou ao apresentar o novo show Novela, com o qual está em turnê pelo Brasil desde julho. O rapper paulista Yago OProprio se apresenta no Zepelim Festival 2024 Lukas Sá / Divulgação Festival Zepelim 2024 Depois (não imediatamente, pois problemas técnicos atrasaram a apresentação em cerca de uma hora), o rapper paulista Yago OProprio fez um show poderoso, seguindo um roteiro que já percorreu o repertório do primeiro álbum da artista, Oproprio (2024), lançado em junho. “Foi muito peso para o gerador”, gabou-se o rapper, antes de mostrar músicas como La noche (2024) e as explosivas Amor incendiario (2019) e Rajada (2020). Devido ao atraso de Yago Oproprio, o cantor Seu Jorge teve seu show antecipado para antes das apresentações do grupo Jovem Dionísio e Banda Uó. Jorge começou a rebolar exuberantemente num show de metais em brasa que transitava entre a bola preta e o salão da gafieira através de músicas como Mina do condomínio (2007), Chega no suingue (2001) e Carolina (2001). Entre o samba-rock Te quer (2001), o R&B Quem não quer sou eu (2011) e a abordagem da balada soul Na rua, na chuva, na fazenda (1973), carro-chefe do repertório de Hyldon, Seu Jorge e banda exibiram musicalidade refinada em um show que só acalmou nos tons graves da balada Everybody love the sunshine (2010), música do disco gravado pela cantora com o grupo Almaz. Se a banda Jovem Dionísio mostrou uma vibe que oscilou ao longo do show, a Banda Uó fez uma apresentação sedutora, luxuosa, com uma batida pop tropical que nunca perdeu o tom. Músicas quentes como Arregaçada (2015) e Tô na rua (2017) contribuíram para que o show fosse vibrante, colorido, com muita música e dança. Voltando à cena em 2014, após um hiato de seis anos, o trio goiano de tecnobrega – formado por Davi Sabbag e Mateus Carrilho com Candy Mel – triunfou ao fazer sua primeira apresentação em Fortaleza (CE) nesta turnê de retorno no Festival Zepelim . . Já tradicional atração do festival cearense, Marina Sena manteve a temperatura elevada em apresentação antecipada no line-up do Zepelim 2024. A cantora se apresentaria após BaianaSystem e Planet Hemp. Ao iniciar o show com Dano sarrada (2023) e seguir um roteiro que incluía Olho no gato (2023), a cantora provou que músicas do segundo álbum, Vício inerente (2023), já estão na boca das pessoas. Em seguida, a batida das bandas BaianaSystem e Planet Hemp eletrizou o público com a forte e já notória potência sonora desses dois grupos, atrações infalíveis em qualquer evento. Em outro tom, mas também elétrico, a cantora Pabllo Vittar encerrou o voo mais longo da história do Festival Zepelim com a vibe pop nordestina do show Batidão Tropical. ♪ O colunista do g1 viajou para Fortaleza (CE) a convite da produção do Festival Zepelim. Russo Passapusso, vocalista da banda BaianaSystem, no palco do Zepelim Festival Luan Kawee/Disclosure Festival Zepelim 2024
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