Corpos das vítimas do acidente com o avião que caiu no interior de São Paulo começam a ser levados para o IML | São Paulo

Durante as primeiras horas da manhã, equipes forenses escanearam o que restava da aeronave. O perito coletará sangue de familiares para facilitar a identificação das vítimas.

No acidente morreram sessenta e uma pessoas: 57 passageiros e 4 tripulantes. O avião caiu sobre uma área residencial, mas não houve vítimas no solo, segundo a Prefeitura.

A Polícia Federal e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Força Aérea Brasileira investigam as causas do acidente.

Dez peritos criminais da Polícia Federal, especializados em acidentes aeronáuticos e identificação de vítimas, foram transferidos de Brasília para o local do acidente. Segundo a Polícia Federal, a prioridade nesta primeira etapa é a identificação das vítimas.

Do Cenipa, serão dez pesquisadores. Em entrevista coletiva no final da tarde desta sexta-feira, o chefe do Cenipa informou que foram encontradas duas caixas pretas, com gravações de voz e dados.

O brigadeiro Marcelo Moreno disse que é prematuro falar sobre as possíveis causas do acidente e reforçou que o avião estava em condições de voar.

O avião que caiu pertence à empresa Voepass Linhas Aéreas, que opera mais de 200 voos diários para mais de 50 destinos.

Uma das hipóteses investigadas para a queda do avião é que as hélices do bimotor teriam congelado.

No momento do acidente, o céu estava nublado e chovia fracamente na região de Vinhedo. O mapa meteorológico mostrou dois tipos de nuvens no Sul e Sudeste do país, incluindo nuvens cumulonimbus.

Cumulonimbus são nuvens densas, evitadas pelos pilotos. A carta também mostra outro fato preocupante: forte gelo nas aeronaves.

O especialista em gerenciamento de riscos, Renato Cunha Melo, analisou imagens registradas no momento da queda e o histórico do modelo ATR-72. Ele explicou que o acúmulo de gelo poderia prejudicar as condições de voo.

O chefe de investigação e prevenção do Cenipa, Carlos Henrique Baldin, afirmou que o avião foi certificado para voar em condições severas.

O avião que caiu era um turboélice de médio porte considerado seguro pelos especialistas e estava em boas condições.

O ATR 72-500 é uma aeronave produzida na França pela ATR, um dos maiores fabricantes de aeronaves do mundo.

O Ministério dos Portos e Aeroportos criou um comitê de crise com o governo de São Paulo para acompanhar as investigações sobre a queda do avião que matou 61 pessoas em Vinhedo.

O presidente Lula e os governos de São Paulo e do Paraná declararam três dias de luto pela tragédia.

O presidente Lula estava em um evento em Santa Catarina quando soube do acidente. Pediu um minuto de silêncio e manifestou solidariedade às vítimas e familiares:

Governadores do Sul e Sudeste estavam reunidos no Espírito Santo. Os governadores dos dois estados envolvidos na tragédia, Ratinho Júnior, do Paraná, e Tarcísio de Freitas, de São Paulo, abandonaram o evento assim que foram informados.

O ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, está em São Paulo para acompanhar as ações.

Em nota, o ministério informou que a Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, monitora a prestação de atendimento aos familiares pela companhia aérea.

A lista de passageiros do voo 2.283, que partiu de Cascavel, no Paraná, com destino a São Paulo, tem 27 nomes de mulheres e 30 de homens.

Entre as vítimas, está uma menina de 3 anos, que morreu junto com o pai. Há médicos, professores, advogados, estudantes e pessoas ligadas ao desporto.

Uma das 61 vítimas da queda do avião esta sexta-feira publicou um vídeo do avião nas redes sociais antes de embarcar. Isabella Santana Pozzuoli ainda estava em Cascavel, onde pegou o voo, quando registrou a imagem.

Isabella morava na cidade do Rio de Janeiro. Ela apoiou o Flamengo. Ela tinha 11 gatos. Ela era professora de educação física e técnica de um time de vôlei. Ela havia mudado recentemente de emprego. O novo emprego a fez viajar frequentemente para Cascavel. Segundo colegas, ela estava feliz com a nova fase de sua vida.

A farmacêutica Eliane Andrade Freire foi mais uma vítima. Ela deixa uma filha, Laura. Eliane embarcou no voo para visitar a família. Atua há mais de 20 anos na área farmacêutica e atualmente atua na indústria Prati-Donaduzzi. A empresa lamentou o ocorrido: “Eliane será sempre lembrada pela dedicação e profissionalismo”.

Outra vítima foi Simone Miriam Rizental. Nascida em Ponta Grossa, ela era professora aposentada de uma escola técnica estadual de Cascavel, no Paraná, de onde partiu o vôo. Ex-alunos e colegas de trabalho prestaram homenagens nas redes sociais, lembrando que ela era “uma pessoa doce”, “uma mulher sensacional”, “carinhosa e dedicada” e que foi “uma honra” trabalhar e estudar com ela. Ela se formou na Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Outro ex-aluno da faculdade morreu no voo, o professor Adriano Daluca Bueno. Foi torcedor do Operário Ferroviário. O time lamentou a morte do “torcedor fiel” e disse que ele continuou frequentando os jogos mesmo após se mudar para outra cidade. No momento. Foi professor em uma escola estadual da cidade de Toledo. Adriano ministrou curso técnico em segurança do trabalho.