O sepultamento está marcado para esta segunda-feira, no Cemitério do Catumbi, em horário ainda não definido pela família Alcyr Cavalcanti, fotógrafo-repórter, com experiência em diversos veículos de imprensa cariocas, inclusive O GLOBO, onde trabalhou nas décadas de 1970 e 1980, faleceu na tarde de domingo, depois de sofrer um ataque cardíaco fulminante. Sua morte foi confirmada pelo neto, o advogado Gulherme Cavalcanti. Morador do Rio Comprido, Alcyr estava em casa com a família quando adoeceu. Uma filha veio em seu socorro e chamou uma ambulância que o levou à UPA da Tijuca, mas ele não resistiu. O sepultamento está marcado para esta segunda-feira, no Cemitério do Catumbi, em horário ainda não definido. —Foi uma morte sem sofrimento. Não poderia ser diferente. Meu avô era uma boa pessoa e tinha muitos amigos — disse o neto. Imagem emblemática da marcha do movimento Diretas Já, na Cinelândia Alcyr Cavalcanti 16/02/1984 A carreira de Alcyr Cavalcanti começou no cinema, mas logo se apaixonaria pelas lentes das câmeras. Caminho percorrido a partir de 1971, ano de sua estreia no Fluminense. Depois disso trabalhou em diversos veículos de comunicação, como Correio da Manhã, Última Hora, Diário de Notícias, Editora Vecchi, O GLOBO, IstoÉ, Tribuna da Imprensa, Jornal do Brasil, O Dia, Estadão, Folha de S.Paulo, Lance e Placar. — Eu era apaixonado por cinema. Fiz curso de direção de cinema no MAM, Museu de Arte Moderna, onde também se ensinava fotografia. Aprendi a fotografar e logo optei pelo fotojornalismo — disse Alcyr em entrevista de 2015, publicada no site da Associação Brasileira de Imprensa. Uma de suas fotos mais emblemáticas do fotógrafo repórter, publicada pelo GLOBO, mostra milhares de pessoas participando de uma marcha do movimento “Diretas Já”, na década de 1980, percorrendo a Avenida Rio Branco da Igreja da Candelária até a Cinelândia. Quase tão vasta quanto o número de lugares onde Alcyr trabalhou é sua formação acadêmica. Era formado em Filosofia pela Uerj (na época, Universidade Estadual da Guanabara) e mestre em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Foi também professor do Instituto Cândido Mendes de Humanidades. No período dos governos militares, emprestou seu talento a veículos de imprensa alternativos, de linha desafiadora, como O Pasquim e outros. Mesmo afastado do jornalismo diário, manteve seu vínculo com a fotografia trabalhando como freelancer e expondo seus trabalhos.
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