A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, repudiou o ataque contra o povo indígena Guarani Kaiowá, em Douradina, Mato Grosso do Sul. Desde a última sexta-feira, as tensões entre os povos originários e ruralistas da região vinham aumentando e resultaram no confronto. Pelo menos oito pessoas ficaram feridas e foram resgatadas, segundo o Ministério dos Povos Indígenas. O caso é investigado pelo Ministério Público Federal.
Durante convenção do PT em Belo Horizonte, a ministra Marina Silva afirmou que acompanha a situação e que está muito preocupada com os ataques aos povos indígenas no país. Segundo ela, o presidente Lula ordenou que um grupo de lideranças indígenas fosse a Brasília para debater a questão dos territórios.
“O presidente Lula está buscando formas de regularizar e criar áreas pertencentes a esses povos indígenas que foram desterritorializados. Há um problema sério aí, que foi o fato de que, na década de 1960, essas áreas foram destinadas pelo Estado aos produtores, sejam eles médio ou grande. Mas o compromisso do governo é dar uma resposta a uma das pessoas mais perseguidas, como estamos vendo agora, inclusive com a violência e a eliminação dessas comunidades”, disse.
Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, a população Guarani Kaiowá realiza retomadas no território Panambi-Lagoa Rica, já delimitado pela Funai em 2011. O documento que identifica a área como de ocupação indígena tradicional continua válido, porém, o O andamento do procedimento de demarcação está suspenso por ordem judicial, o que gerou conflitos na área.
Além deste assunto, a ministra Marina Silva voltou a comentar as tensões na Venezuela, após as eleições presidenciais. Ela disse que o Brasil lidera um grupo de países latino-americanos que exige do presidente Maduro a publicação dos registros eleitorais e transparência nos resultados.
Marina Silva também repudiou qualquer ato de repressão contra opositores no país.
“Numa democracia, os processos políticos devem estar centrados na transparência e não na perseguição dos que estão na oposição, porque na democracia isso pressupõe a alternância de poder. Esta é a minha opinião pessoal, mas vejo que o governo está a passar para a mediação na busca de transparência para evitar que tenhamos lá uma situação totalmente indesejável, incluindo o ressurgimento de pessoas que não concordam com a forma como as eleições foram conduzidas”, afirmou.
Além do Brasil, sete países europeus também pediram à Venezuela que publicasse a ata das eleições presidenciais de 28 de julho. Num comunicado conjunto, o grupo, formado por Alemanha, Espanha, França, Itália, Holanda, Polónia e Portugal, afirmou que “a verificação é essencial para reconhecer a vontade do povo venezuelano”.
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