A ministra Cida Gonçalves informou que uma reunião em setembro com representantes da igreja deverá definir ações. Em 2023, foram 1.467 mulheres vítimas de feminicídio em todo o país. Ministra da Mulher, Cida Gonçalves, em imagem de arquivo TV Globo/Reprodução A Ministra da Mulher, Cida Gonçalves, afirmou nesta sexta-feira (2) que o ministério busca estabelecer um diálogo com as mulheres evangélicas para uma mobilização nacional que busque eliminar o feminicídio no país. A afirmação foi feita durante café com jornalistas nesta sexta-feira em Brasília. Segundo Cida, o diálogo com as mulheres evangélicas já começou, mas as diretrizes para essa abordagem serão definidas em setembro. “Os pastores evangélicos foram nosso primeiro contato, aliás, já enfrentamos esse desafio há muito tempo. Eles vão entrar […] Eles levarão isto para as igrejas. […] O que aprendemos é que em setembro possivelmente faremos uma reunião virtual ou presencial com mais tempo para definir de fato quais são as ações, como podemos chegar à base das igrejas nesse debate”, informou o ministro. Além de buscar apoio de mulheres evangélicas, Cida relatou que a secretaria também buscou o diálogo com times de futebol, empresas e movimentos sociais. Após Anuário indicar aumento da violência contra a mulher, governo federal faz apelo nacional pelo feminicídio zero em agosto O aumento de mortes de mulheres no Brasil, revelado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, vai na contramão dos números nacionais. Em 2023, o país teve 46.328 mortes violentas intencionais, uma redução de 3,4% em relação a 2022. Das 1.467 vítimas de feminicídio no ano passado, 63,6% eram negras, 71,1% tinham entre 18 e 44 anos e 64,3% foram mortas em casa. Destes, o assassino era o companheiro em 63% dos casos, o ex-companheiro em 21,2% e um familiar em 8,7% dos registros. Violência contra mulheres, roubos de celulares e golpes aumentaram no ano passado Parceria no futebol Em relação aos times, a ministra disse que apresentou dados de pesquisa realizada pelo Fórum de Segurança Pública com o Instituto Avon em 2022 aos dirigentes de clubes e à CBF . Segundo o estudo, o número de denúncias de ameaças contra mulheres aumenta 23,7% nos dias em que um dos times da cidade joga e quando a partida acontece na própria cidade, o aumento nas denúncias de lesões corporais aumenta 25,9%. %. Segundo o ministro, entre as ações que serão implementadas pelos clubes estão o uso de braçadeiras pelos jogadores e ações de conscientização. “Falei tanto com o presidente do Corinthians quanto com o presidente do Flamengo, o que demorou mais, na perspectiva de que precisamos tomar medidas agora em agosto, a posição, os jogadores entrando com braçadeira, tendo faixas, tendo luminária, mas fora isso, os times também precisam pensar em um programa para suas bases, seus jovens e futuros jogadores”, disse Cida. Uma preocupação do ministério é que a busca pelo feminicídio zero vá além do “Agosto Lilás” – mês dedicado à conscientização contra a violência que atinge as mulheres. O governo, diz Cida Gonçalves, quer um combate permanente nesta questão. Cortes no orçamento Durante o café, membros do ministério também comentaram sobre o corte no orçamento do ministério feito pelo governo no ministério. Segundo eles, ainda será avaliada a forma como será feita a redução de custos. A ministra disse que não vê o corte como “descrédito” e que a secretaria fará todo o possível para cortar apenas a gestão administrativa e continuar investindo em projetos e políticas para as mulheres. “Não entendo isso como uma perda de prestígio, mas como um desafio que precisamos enfrentar”, disse Cida.
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