O caso ocorreu na manhã desta quarta-feira (31), em uma academia localizada no bairro Jacaré. Mãe e bebê estão internados na Santa Casa de Cabreúva (SP) e passam bem, segundo a família. Mãe e bebê estão internados na Santa Casa e passam bem, segundo a família Reprodução Uma adolescente de 17 anos deu à luz dentro do banheiro de uma academia, no bairro Jacaré, em Cabreúva, interior de São Paulo, esta Manhã de quarta-feira (31). O bebê, que nasceu prematuro de sete meses, teve que ser retirado do banheiro. Participe do canal g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp Segundo a coordenação do estabelecimento, a jovem estava na academia para acompanhar a mãe em uma aula. Depois de um tempo, ela teve que ir ao banheiro, onde entrou em trabalho de parto e deu à luz. A professora da academia, Sabrina Macedo, ajudou a adolescente junto com outros alunos e a acalmou durante todo o processo. Ela contou ao g1 que, após o nascimento do próprio filho, essa foi a experiência mais emocionante de sua vida. “Ver aquele ‘bebezinho’ ali no vaso e ter que fazer alguma coisa, ter que agir rápido… ao mesmo tempo que é desespero, é uma preocupação. Para nós que somos mães, meu menino tem dois anos. Ver o desespero dela também e a gente tendo que agir rápido, foi emocionante, desesperador, mas também cheio de amor, aquele amor pelo próximo”, afirma. Além de Sabrina, outros alunos da academia também ajudaram na ocasião. A professora explica que uma aluna retirou o bebê do banheiro. “Os homens são mais racionais e práticos. Enquanto eu tentava pegar o bebê de camisa para não machucá-lo, ele simplesmente colocou as mãos no vaso sanitário e pegou o bebê. a UPA [Unidade de Pronto Atendimento]. Deus foi tão maravilhoso que saiu a placenta, o que facilitou muito. Eu vim com o cobertor e a blusa e enrolamos o bebê. Tudo aconteceu muito rápido, demorou apenas alguns minutos e tomamos decisões muito rápidas, desde tirar o bebê do vaso sanitário com as mãos, embrulhá-lo numa blusa e sair correndo, descalço”, lembra a professora. Sabrina é professora da academia onde o bebê nasceu Arquivo pessoal O bebê foi levado pela professora e pelos alunos para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois transferido para a Santa Casa do município junto com a mãe. A família do recém-nascido informou ao g1 que tanto o bebê quanto a mãe passam bem. Para Sabrina, toda a situação causou euforia e medo, ao relembrar uma situação vivida durante o nascimento do próprio filho. “Tive muita dificuldade para engravidar e, quando engravidei, meu maior medo era esse: perder meu bebê. Então, parece que revivi todo o meu medo. E ver ele chorando ali naquela hora, quando ele chorava, foi a alegria maior depois de ver meu bebê chorar”, conta. Após deixar a criança e a mãe no hospital, o grupo que ela ajudou no parto se abraçou e chorou de alívio. “Foi tipo: nós conseguimos. Conseguimos e eles estão bem, graças a Deus. Foi uma sensação de alívio, de dever cumprido”, finaliza. Bebê e mãe estão bem A enfermeira obstetra e gerente técnica da Santa Casa de Cabreúva, Adriana Pinheiro, explicou que o bebê prematuro foi atendido na UPA da cidade e foi transferido para o hospital, onde estão internados. Ela reforça que tanto os cuidados oferecidos pelos alunos e professores da academia, quanto os oferecidos pelos profissionais da UPA e do hospital, foram essenciais para que a vida do bebê não corresse risco. Além de Adriana, participaram a enfermeira obstetra Jaqueline Luana, a ginecologista e obstetra Danielle Santos, os pediatras Wilson Lopes, Anderson e Elisandro Oliveira, o clínico geral Renato da Silva, e os enfermeiros responsáveis pela UPA Nixon, Tato, Júlia de Almeida e Aline Cristina Antunes. “O bebê nasceu muito bem […] A criança está bem no momento, ela não precisou de nenhuma outra transferência, nenhum outro cuidado por ser prematura, porque mesmo sendo pequenininha ela precisa de cuidados nossos, mas ela não precisou de unidade de terapia intensiva nem nada. A criança tem peso, a gente fala que é um limite, então é super fofo.” Adriana explica que todo bebê que nasce fora de uma área hospitalar requer cuidados devido ao risco de infecções, mas reforçou que o parto é uma questão fisiológica e sem local específico ou hora para que isso aconteça, e que o recomendado para momentos como esse é fazer o que os alunos da academia fizeram: levar a mãe e o bebê até a unidade hospitalar mais próxima “Sim, existe risco. [de infecções] porque caiu no vaso sanitário, mas a gente já estava preocupado com isso quando o bebê chegou. Já coletamos todos os exames, ele está fazendo a questão da glicemia capilar, mas coletamos toda a curva para ver a questão infecciosa, e antes da alta a gente repete essa coleta e observa se esse bebê não está com febre, se ele está com alguma coisa diferente, algum desconforto respiratório, tanto por ele ser prematuro quanto por ter nascido dentro de um banheiro.” “O que a gente tem que pensar é que o parto normal é um evento fisiológico, é único e qualquer mulher pode dar à luz no meio da rua. É muito bonito quando isso acontece, porque é sinal de vida, de vitalidade, é aquela correria dos profissionais, todo mundo fica um pouco assustado, mas no final fica um clima de vitalidade. Essas histórias são encantadoras”, finaliza. A equipe da academia se mobilizou para arrecadar fraldas, roupas, cobertores e itens de higiene para o bebê. Os interessados em ajudar podem entrar em contato com a unidade pelas redes sociais. Veja mais novidades da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM
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