Em meio ao recesso no Legislativo, a coordenação para a presidência da Câmara segue a todo vapor. Um dos candidatos, o deputado Elmar Nascimento, nome próximo ao presidente da Câmara, Arthur Lira, deverá assumir a liderança do chamado “bloco da Lira”, o maior da Câmara, em agosto. O bloco de Lira é formado por oito partidos – União Brasil, Progressistas, Federação PSDB-Cidadania, PDT, Avante, Solidariedade e PRD – e reúne 161 deputados.
Para os aliados de Elmar, a mudança no comando do bloco, atualmente liderado pelo deputado Waldemar Oliveira, do Avante, é vista como um indício de que ele poderá ser confirmado pelo presidente da Câmara como candidato à sua sucessão. A expectativa é que Lira anuncie seu candidato em agosto, mês que vem.
Nas últimas semanas, além de Elmar, outros dois candidatos fizeram acenos ao governo e também buscaram apoio de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL. O partido do ex-presidente, que ainda não decidiu qual posição assumirá na sucessão de Lira, tem a maior bancada da Câmara e, por isso, tem sido alvo de disputa entre os principais candidatos à presidência da Câmara.
Embora o ex-presidente não tenha formalizado apoio, aliados afirmam que Elmar receberá apoio de Bolsonaro porque sempre apoiou o ex-presidente, inclusive na Bahia, seu estado natal, que tem forte influência petista. Em mais um aceno ao PL, Elmar nomeou o deputado Rodrigo Valadares, também do União, para ser relator do projeto de lei que pretende anistiar os condenados do dia 8 de janeiro. Elmar já havia tentado somar pontos com os bolsonaristas no caso de Chiquinho Brazão, mas foi derrubado. Com a justificativa de defender as prerrogativas dos parlamentares, o líder sindical tentou articular a libertação de Brazão no caso Marielle.
Tido como candidato ao governo, Antonio Brito, candidato do PSD, tem se dedicado, nas últimas semanas, a dialogar mais com a ala Bolsonaro da Câmara, chegou a se reunir com o ex-presidente Jair Bolsonaro no início do mês e ainda ganhou uma medalha de “imbrochável” do ex-Chefe do Executivo. Brito também realizou um megaevento em Brasília, no início do mês, com a presença do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Na ocasião, Valdemar disse aos jornalistas que Brito tem a simpatia de Bolsonaro.
Marcos Pereira, presidente do Republicanos, que foi vetado pelo ex-presidente após insatisfação com as sinalizações do parlamentar ao governo Lula, também tenta contornar a situação. Aliados chegam a afirmar que o deputado pode ter o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de FREITAS, mas interlocutores de Tarcísio negam que ele esteja diretamente envolvido nessa questão.
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