Além de bloquear R$ 11,2 bilhões para cumprir o limite de gastos, o governo fez uma contingência: congelou R$ 3,8 bilhões para cumprir a meta fiscal de déficit zero para 2024. Governo formaliza corte orçamental e publica pior estimativa para o limite de tolerância das contas públicas à regra fiscal. O presidente Lula falou sobre o corte orçamentário em entrevista a agências internacionais no Palácio da Alvorada. Ele disse que bloqueará sempre que necessário e que carrega no coração a responsabilidade fiscal. Lula disse ainda que daqui a dois meses pode não ser necessário cortar o mesmo valor que será cortado agora; que tudo, segundo ele, depende da receita. À tarde, técnicos dos Ministérios do Planejamento e da Fazenda explicaram a redução de R$ 15 bilhões no Orçamento, anunciada na semana passada. Segundo eles, houve aumento das despesas obrigatórias, principalmente o pagamento de benefícios previdenciários e do BPC – Benefício de Prestação Continuada, pago a pessoas com deficiência e idosos com 65 anos ou mais. Esse aumento foi superior a R$ 11 bilhões. Como há limite de gastos, o governo precisa compensar os aumentos nas despesas obrigatórias e cortar outras despesas, como investimentos e financiamento do setor público. Por isso, decidiu bloquear R$ 11,2 bilhões. Além desse bloqueio para cumprir o limite de gastos, o governo também fez uma contingência: congelou R$ 3,8 bilhões para cumprir a meta fiscal de déficit zero para 2024, ou seja, equilíbrio entre receitas e despesas. Essa meta – de déficit zero – tem margem para mais ou para menos, que hoje varia entre um superávit de R$ 28,8 bilhões e um déficit na mesma proporção. Na prática, a meta será considerada cumprida se o resultado das contas do governo ficar dentro dessa faixa de tolerância. No relatório, o governo atualizou a previsão de déficit nas contas e passou a prever déficit dentro do limite permitido. No último documento, de maio, o déficit previsto era de pouco mais de R$ 14 bilhões. Mesmo assim, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, insistiu que o governo continuará buscando o déficit zero e repetiu que, se necessário, serão feitos novos cortes. “O modo e padrão de conduta e cumprimento das regras fiscais não está em risco e não sofrerá alterações em relação ao que tem sido feito com extremo rigor. Quanto à meta, o que sinalizamos neste bimestre e está muito claro é que devemos Estamos muito próximos, somos capazes de alcançá-lo, não há necessidade de discussão sobre o descumprimento dessa meta ou necessidade de mudança de meta”, afirma Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, na próxima semana, o governo. vai detalhar quais ministérios terão seus orçamentos reduzidos LEIA TAMBÉM Governo federal anuncia congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 Lula diz que bloqueará o Orçamento ‘sempre que necessário’ e que traz responsabilidade fiscal ‘nas entranhas’.
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