Após quatro anos de testes e atrasos, o Google recuou e não descontinuará mais cookies de terceiros no navegador Chrome. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (22) pela empresa.
Segundo o comunicado, a marca tomou a decisão após uma série de experimentos e recebendo feedback de participantes do setor. Além de empresas do setor publicitário, que seriam diretamente afetadas pela medida, o Google manteve contato com o órgão regulador britânico Competition and Markets Authority (CMA) e com o Information Commissioner’s Office (ICO).
A empresa diz reconhecer que a transição para uma navegação sem tantos rastreadores exigiria “trabalho significativo por parte de muitos participantes“e isso teria um impacto enorme”editores, anunciantes e todos os envolvidos na publicidade on-line“.
Iniciativa que visa reduzir a coleta de dados do usuário no navegador. (Imagem: Getty Images)Fonte: GettyImages
Em vez de combater os cookies, a empresa prometeu “uma nova experiência do Chrome” realizado a partir de “uma abordagem atualizada que permite aos usuários escolher.” Na prática, o próprio usuário determinará seu método de navegação a qualquer momento.
Entre as alternativas, ela prometeu continuar fornecendo suporte para as APIs do Privacy Sandbox e apresentam recursos isolados, como um Proteção IP no modo de navegação anônima.
Ainda não há prazo para a implementação da iniciativa, pois os testes e os debates internos continuam. “Estamos discutindo esse novo caminho com os reguladores e envolveremos a indústria à medida que o implementarmos”, explica a nota oficial.
A luta contra os cookies foi longa
O Google delineou pela primeira vez planos para descontinuar o rastreamento de usuários no navegador ainda em 2020. Na época, a abordagem foi descrita como ousada e promissora em termos de privacidade online.
O caminho, porém, não foi fácil: os dois órgãos reguladores citados pela empresa foram os principais responsáveis pelo adiamento, sem chegar a um acordo para liberar a função. No ano passado, a iniciativa foi adiada pela primeira vez.
A implementação limitada começou em janeiro deste ano, mas a empresa logo adiou novamente a disponibilização em massa do recurso. Depois de meses sem novidades, o Google confirmou a desistência.
“Somos gratos a todas as organizações e indivíduos que trabalharam conosco nos últimos quatro anos para desenvolver, testar e adotar o Privacy Sandbox. (…) Esperamos continuar a colaboração com o ecossistema na próxima fase do jornada para uma web mais privada”, conclui a nota.
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