O Ministério Público do Rio disse que acompanha o caso e tem feito fiscalizações permanentes no local, mas que o município não está cumprindo as determinações. Procurada, a Prefeitura de Queimados não respondeu. Abrigo municipal em Queimados tem infiltração, choque e até ratos Funcionários de um abrigo para crianças e adolescentes em Queimados, na Baixada Fluminense, relatam todo tipo de problema no local. Há vazamentos nos quartos, interruptores de luz que causam choques e até infestações de ratos. O espaço é de responsabilidade do município e atualmente 16 crianças e adolescentes estão abrigados no espaço. São crianças que foram afastadas de suas famílias por terem sofrido algum tipo de violência. Porém, a realidade é que essas vítimas enfrentam um novo cenário de descaso por parte da Prefeitura de Queimados. Segundo funcionários locais, o ambiente é insalubre – há banheiros entupidos, vazamentos de água nos banheiros, na caixa de descarga e na pia, além de armários quebrados e outros armários enferrujados. Além disso, as máquinas de lavar estão quebradas e os adolescentes precisam lavar todas as roupas, desde blusas e shorts, até roupas de cama e toalhas de banho. Não há cadastro para tomar banho no banheiro dos educadores. Sem salários e sem comida. Para piorar a situação, os cozinheiros e motoristas não recebem salários há 7 meses. A alimentação das crianças e adolescentes acolhidos no abrigo também é precária. Na última semana, os jovens não tiveram arroz para comer. Eles também não estão recebendo pão, pois a Prefeitura de Queimados deixou de repassar recursos para a padaria que fornecia os alimentos. Fiação exposta no chuveiro Reprodução/TV Globo São os educadores e demais funcionários que levam a alimentação, paga com dinheiro de seus salários. Segundo relatos, a instituição não recebe legumes ou verduras para o preparo das refeições, e é comum que a carne oferecida seja empanado de frango industrializado. O atual abrigo municipal deverá ser temporário, pois o abrigo oficial está em construção. Porém, as crianças e adolescentes estão no local temporário há 2 anos. Os funcionários exigiram a conclusão da obra, mas a prefeitura afirma não ter previsão de conclusão. O que dizem os citados O Ministério Público do Rio (MPRJ) disse que acompanha o caso e tem feito fiscalizações permanentes no local. Ainda segundo o MPRJ, o Ministério Público ajuizou ação na Justiça do Rio exigindo que a Prefeitura de Queimados garanta o bom funcionamento do serviço e exigindo que o município apresente projeto de reforma do abrigo principal no prazo de 30 dias. Os armários estão sem portas Reprodução/TV Globo O MPRJ também solicitou na ação a substituição de eletrodomésticos e móveis e melhorias no imóvel. O Ministério Público reforçou em nota que este é um espaço de acolhimento para vítimas de situações extremas, mas o município descumpre uma série de normas, e as crianças acabam por ser submetidas a condições inadequadas, mais uma violação dos seus direitos. A Prefeitura de Queimados foi contatada. No entanto, ele não comentou o caso.
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