Um corpo estranho foi deixado durante tratamento de hemodiálise em São Vicente (SP). O Estado de São Paulo arcará com o atraso na concessão da cirurgia de remoção. Médico esqueceu fio-guia entre pescoço e coração de paciente em São Vicente (SP) Arquivo pessoal e Reprodução Um homem de 47 anos teve um fio-guia esquecido por um médico entre a veia jugular e o átrio direito do coração. A situação aconteceu durante tratamento para insuficiência renal. De acordo com o parecer médico incluído no processo, o paciente corria risco de morte por ter o instrumento no corpo. O estado de São Paulo foi condenado a pagar R$ 50 mil por não ter realizado a cirurgia para retirada do fio-guia no prazo estabelecido. Clique aqui para acompanhar o canal g1 Santos no WhatsApp. Os advogados do autônomo Vanes de Jesus da Silva conseguiram liminar na Justiça para que o estado realizasse a cirurgia de retirada do instrumento, esquecido em 2022. Parte do fio-guia só foi retirado este ano e, portanto, por não cumprimento atender o pedido com urgência, foram aplicadas multas no valor de R$ 50 mil. Vanes tem diabetes [alto nível de açúcar no sangue] e, por isso, desenvolveu insuficiência renal grave em julho de 2022. Nessa época, iniciou a hemodiálise, tratamento que funciona como rim ‘artificial’ e exige a inserção de um cateter na região do tórax, com auxílio de um fio-guia, que acabou esquecido dentro dele. A filha de Vanes, Jullyana Dionísio, de 24 anos, explicou ao g1 que o pai é morador de Itanhaém, litoral paulista, mas o procedimento foi realizado no Instituto Segumed, em São Vicente (SP), por meio do Serviço Único Sistema Único de Saúde (SUS). Em abril de 2023, foi colocada uma fístula arteriovenosa no braço na mesma unidade de saúde. Esse dispositivo tem a mesma função do cateter que, por esse motivo, foi retirado em junho daquele ano. “Mesmo que o médico tenha retirado o cateter, ele não percebeu que o fio-guia estava esquecido”, disse a filha. A Prefeitura de São Vicente informou ao g1 que possui contrato de prestação de serviços com a Segumed e não foi notificada sobre o caso. O ministério, porém, afirmou que investiga o ocorrido com a empresa, que atende pacientes da Baixada Santista por meio do Departamento Regional de Saúde (DRS). Como você descobriu? Aproximadamente oito meses após o início da hemodiálise, Vanes começou a sentir dores no peito. Em julho de 2023, o paciente foi submetido a exame radiográfico no Centro de Especialidades Médicas de Itanhaém (Cemi) e foi constatado que o fio-guia do cateter estava alojado desde a veia jugular até o átrio direito. À esquerda, parte do fio-guia esquecido no corpo do paciente. À direita, exame radiográfico de Vanes Arquivo pessoal e reprodução Ele foi encaminhado para agendamento de cirurgia para retirada do instrumento pelo SUS, mas, em dezembro do ano passado, ainda não havia recebido resposta. Por conta disso, ajuizou ação contra a Prefeitura de Itanhaém e a Fazenda do Estado de São Paulo e obteve tutela de urgência. A filha do autônomo destacou, conforme consta do parecer médico anexado ao processo, que foi necessária a retirada rápida porque o fio-guia estava em uma área que poderia causar a morte de Vanes. O átrio direito é uma câmara do coração que recebe sangue de diferentes partes do corpo, enquanto a veia jugular é a principal veia que drena o sangue da cabeça e do pescoço. Condenação A Prefeitura de Itanhaém também foi alvo da ação por ser a cidade onde ele mora e deveria receber atendimento médico. Mas, de acordo com o documento de decisão obtido pelo g1, a Justiça entendeu que a administração municipal não tinha culpa no caso e apenas o estado deveria responder ao processo. A Fazenda Estadual foi notificada em 2 de janeiro de 2024 e teve 15 dias para conceder a cirurgia. Em nota, o Departamento Regional de Saúde (DRS) da Baixada Santista informou que a operação foi realizada no dia 20 de março deste ano. Ou seja, mais de dois meses após o prazo estipulado pelo Tribunal. Hemodiálise (imagem ilustrativa) Julio Cavalheiro/Arquivo/SECOM Segundo a pasta, o procedimento de remoção não é realizado nos hospitais da região, devido ao nível de complexidade da operação. Por isso, Vanes foi operado no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo. Devido ao atraso, a Fazenda do Estado de São Paulo foi condenada ao pagamento de multa de R$ 1 mil por dia de atraso, limitada ao valor de R$ 50 mil. Além disso, a agência também foi obrigada a pagar honorários advocatícios, custas e despesas processuais. A filha do fio-guia Vanes disse que foi informada por médicos do Instituto Dante Pazzanese que não foi possível retirar completamente o corpo estranho. Segundo ela, a ponta ficou presa em uma fibrose [formação de tecido] que foi criado devido ao fio guia. “Isso aconteceu porque o médico responsável pelo erro tentou retirá-lo a sangue frio, na hora que descobriu. O que só acabou prejudicando mais ele”, disse Jullyana. Ela acrescentou que o pai continua fazendo hemodiálise no mesmo local porque não conseguiu transferência da unidade de saúde. A família, porém, está pagando médicos particulares para avaliarem com precisão os riscos da peça que sobrou após a cirurgia. Segundo a filha, ainda havia cerca de dez centímetros de fio-guia no corpo de Vanes. Máquina de hemodiálise (imagem ilustrativa) Reprodução/EPTV “O mínimo que esperamos é o nosso direito de que ele possa ter um tratamento digno, com respeito e qualidade. Lutamos para que ele tenha uma vida boa, e que esse erro não aconteça repita com ele e com ninguém”, finalizou Jullyana. Em nota, os advogados Alexandre Celso Hess Massarelli e Diego Renoldi Quaresma de Oliveira afirmaram que, diante de todo o sofrimento de Vanes, entrarão com uma nova ação na Justiça para que ele seja indenizado por danos morais. O g1 entrou em contato com o Instituto Segumed, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos
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