*Por Andréa Migliori
Tem sido fácil encontrar estudos e artigos sobre a nova geração que está ingressando no mercado de trabalho, suas necessidades e desejos. Eu mesmo já escrevi sobre o assunto, analisando o que os “zoomers” querem e como as empresas devem se comportar para atrair e reter esses talentos.
Contudo, penso que é importante trazer o outro lado da moeda para esta discussão. Não só as empresas precisam se adaptar, mas também há uma necessidade real da própria Geração Z se ajustar de alguma forma ao mercado como ele é hoje.
As demandas deste grupo são válidas e podem, e provavelmente irão, mudar a forma como trabalhamos. Mas nenhuma mudança cultural acontece da noite para o dia e as pessoas precisam de empregos agora, não amanhã. Vivemos, portanto, num período de transição que muitas vezes resulta na insatisfação de todas as partes.
A Geração Z precisa se adaptar ao mercado de trabalho atual (Foto: GettyImages)
Por um lado, a Geração Z pede um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mais sentido de propósito no trabalho e mais flexibilidade – conforme citado na última “Pesquisa da Geração Z e da Geração Millennial” da Deloitte. Por outro lado, as empresas precisam de tempo para reconsiderar todos os seus processos e observar o que pode ser transformado, seja agora ou mais tarde.
Na verdade, nenhuma empresa conseguirá fazer estas mudanças sem o apoio da própria Geração Z. Se a proposta é mais flexibilidade, por exemplo, como as tarefas podem ser realizadas em horários diferentes? Como organizar o dia a dia remotamente, ou reduzir o número de dias trabalhados sem sobrecarregar ninguém?
Toda ideia precisa de um plano, e quem tem a ideia em primeiro lugar também precisa vir com o plano em mãos, ou, pelo menos, contribuições reais para tornar o projeto algo real e concreto.
Isso significa sujar as mãos. Na maioria das vezes, pular de emprego em emprego até encontrar a empresa que atenda a todas as suas necessidades é insustentável. Não que não seja uma possibilidade, mas a realidade envolve contas a pagar e taxas de desemprego variáveis no Brasil.
Além disso, para as pequenas empresas, a alta rotatividade rapidamente se torna inviável. Segundo pesquisa da consultoria de RH e terceirização EDC Group, realizada com 328 brasileiros, os colaboradores de 18 a 25 anos são os que mais relatam não cumprir a jornada de trabalho.
A pesquisa mostra ainda que 12,50% dos jovens entre 18 e 25 anos afirmam não cumprir horário de trabalho, tendem a iniciar a jornada após o horário combinado e terminá-la antes do esperado. E mais: outro estudo, da revista online Intelligent, ouviu 800 gestores de empresas americanas e mostra que 4 em cada 10 evitaram contratar jovens licenciadoscom medos que começam durante a entrevista.
Por outras palavras, esta atitude pode estar a causar mais problemas do que soluções, e a atrasar ainda mais a concretização das mudanças. É melhor iniciá-los você mesmo, em vez de esperar que o mercado atinja seus ideais.
O futuro reserva muitas promessas se a Geração Z, de fato, trabalhar por aquilo em que acredita. Um dia, essas pessoas serão líderes. Em alguns anos, as empresas terão dados comprovando o que funcionou e o que não funcionou com base nas mudanças implementadas, e cada “zoomer” poderá ajudar nos ajustes e na construção de um ambiente cada vez melhor.
Pesquisa mostra que 12,50% dos jovens entre 18 e 25 anos afirmam não cumprir horário de trabalho, tendem a iniciar a jornada após o horário combinado e terminá-la antes do previsto.
Quem sabe, a flexibilidade, a atuação em prol da saúde mental e do meio ambiente, entre tantas outras exigências da nova geração, será o novo padrão corporativo.
Mas agora é hora de paciência e preparação. Algumas empresas estão à frente das mudanças, outras não, e é natural que isso aconteça, pois cada local tem sua cultura e forma de agir. Para que este seja realmente um mercado novo, só o tempo poderá resolvê-lo. E a vontade e a ação de quem quer ver essas coisas novas acontecendo. Se você apenas sentar e esperar, poderá acabar sentado por muito tempo.
*Andréa Migliori, CEO da Workhub, HRTech que oferece soluções para portais corporativos, pioneira no segmento em incorporar inteligência artificial em seus serviços.
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