O prédio pertenceu ao presidente do Tribunal de Justiça em 1940, já foi sede do Iphan e é um exemplar da arquitetura do século XIX em Cuiabá. Casa que pertenceu a Oscarino Ramos fica no centro de Cuiabá Stephane Gomes/g1 Uma casa histórica que pertenceu a Oscarino Ramos, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, em 1940, está abandonada. A última vez que o imóvel foi ocupado foi em 2018, quando ali funcionou a superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Clique aqui para acompanhar o canal do g1 MT no WhatsApp O patrimônio tombado pelo Iphan em 1988 fica na Rua 7 de Setembro, no Centro de Cuiabá, e foi objeto de estudo. Após análise dos materiais do imóvel, comprovou-se que a construção é um exemplar da arquitetura do século XIX em Cuiabá. Atualmente a ‘Casa do Patrimônio’ apresenta sinais de deterioração causada pelo tempo, como pintura descascada, manchas de umidade nas paredes, a porta principal de madeira também apresenta sinais de desgaste, com algumas peças lascadas. Segundo o dono de um comércio na mesma rua, Vanderlei Reis, o imóvel está abandonado há muito tempo e não há movimentação no imóvel. “Quase não há comércio por perto e não sei exatamente há quanto tempo, mas está abandonado e parado há cerca de 6 anos. Acho que nunca vi ninguém entrar lá”, comentou o lojista. Clique aqui para acompanhar o canal g1 MT no WhatsApp Incêndio que atingiu a antiga sede da Superintendência do IPHAN no dia 22 de junho As instalações da Casa do Patrimônio ficaram ainda mais danificadas após um incêndio, ainda sem causa conhecida, que a atingiu no dia 22 de junho deste ano. O Corpo de Bombeiros foi acionado ainda na madrugada e quebrou as grades de uma janela para combater as chamas no interior do imóvel. Não há data exata de sua construção, mas o Iphan informou que, segundo o mapa de Cuiabá feito em 1786, a construção deve ter ocorrido no final do século XVIII. A casa que pertenceu ao juiz Oscarino Ramos, um dos intelectuais históricos de Cuiabá, foi adquirida em 2009 para que fosse instalada a Superintendência do Iphan-MT. Casa histórica em Cuiabá está abandonada há mais de 6 anos. Quem foi Oscarino e como foi vendido o imóvel Oscarino Ramos nasceu em 1891, em Cáceres (MT), formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade do Rio de Janeiro, exerceu o cargo de procurador dos Tribunais Distritais do município de Rosário Oeste e Foi membro titular da Academia Mato-Grossense de Letras aos 40 anos. Cerca de 20 anos após sua morte, o imóvel foi adquirido pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1988. A revitalização do imóvel os serviços foram realizados de 1990 a 1993 e foram concluídos para atender o espaço cultural do IPHAN. O Iphan começou a funcionar em Mato Grosso em 1970 e, após nove anos, a 8ª Diretoria Regional passou a ocupar o casarão. Depois, em 2009, passou a Superintendência após a última reformulação do Iphan. Clique aqui para acompanhar o canal do g1 MT no WhatsApp Projetos de restauração Segundo o Iphan, as novas obras de restauração no local haviam sido iniciadas em março de 2019, mas, em outubro de 2023, devido a alterações no projeto, o prazo foi concluído com a prefeitura hall não teve continuidade, mesmo já tendo sido investidos mais de R$ 166 mil nas obras. “A reforma estava quase pronta, né? Teve toda a obra e profissionais aqui em 2018, mas como parou e sumiu o financiamento do Governo, ficou assim”, disse Cristóvão Luís, coordenador do Museu da Imagem e do Som de Cuiabá (MISC). O Iphan informou que a vacância do imóvel estava pendente devido à indisponibilidade de outro imóvel para abrigar as dependências da Superintendência, em decorrência de dois chamados públicos realizados e fracassados. O casarão recebeu recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, em 2014. O PAC é uma linha de investimento autorizada e criada em 2013, destinada a sítios históricos urbanos protegidos pelo Iphan. A paralisação das obras foi resultado da falta de adequação de projetos e planilhas orçamentárias. Telhado da Casa Patrimônio pós-incêndio onde estava a lona Stephane Gomes/g1 Com a estrutura sem restauração desde 2019 e pós-incêndio, a situação da casa piorou. Um estudo realizado no ano passado por cinco engenheiros e uma arquiteta (Camila Mendes, Waldelaine Hoffmann, Aylson Costa, Bárbara Corradi e a arquiteta Luciana Pelaes) mostrou que a madeira utilizada na construção foi classificada com nota 3 para o índice de deterioração, o que indica podridão intensa ou ataque de cupins. A intensa deterioração indicava a necessidade de substituição das peças por outras do mesmo tipo para preservar o patrimônio. A restauração do Casarão faz parte do Programa de Aceleração do Novo Crescimento (Novo PAC), para que o imóvel volte a abrigar a Casa do Patrimônio, mas não há data confirmada para as próximas obras e ocupação. *Sob supervisão de Kessillen Lopes Clique aqui para acompanhar o canal g1 MT no WhatsApp
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