O crime ocorreu em julho de 2015. Eliana Freitas Areco Barreto entrou com pedido para avançar para o regime semiaberto e poder estudar. Exame criminológico concluiu que não há contraindicação psiquiátrica para que ela obtenha o benefício. O juiz ainda deverá avaliar o pedido de progressão de pena. Imagem de arquivo – Eliana é levada à delegacia do Brooklin suspeita de participação na morte do marido Luis Eduardo Barreto (à direita) Isabela Leite/G1 e Reprodução/Facebook Condenada a 21 anos de prisão por ter mandado matar o marido no caso que ficou conhecido como ‘Crime de Berrini’, a professora Eliana Freitas Areco Barreto, que havia pedido à Justiça a progressão para o regime semiaberto, foi submetida a exame criminológico na Penitenciária “Santa Maria Eufrásia Pelletier”, a P1 Feminina de Tremembé, em interior de São Paulo. Clique aqui para acompanhar o canal g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp O exame criminológico foi realizado no dia 8 de maio, mas o documento só foi anexado ao processo nesta terça-feira (2). Segundo a reportagem, Eliana se comporta de acordo com as normas da instituição e não se envolve em infrações disciplinares ou atitudes agressivas. O exame mostrou que a presidiária tem inteligência acima da média, demonstrou maturidade e que assume a responsabilidade pelo ocorrido. O documento menciona ainda que ela atua como monitora de educação e que afirmou “que seu testemunho de vida pode ajudar muitos reeducandos”. O relato da assistente social Daniele Couto de Oliveira destacou algumas características de Eliana, como: calma; demonstra que possuem futuros sólidos e condizentes com a sua realidade; apresenta discurso lógico, coerente e sequencial; expressiva autocrítica criminal, reconhecendo os danos causados a terceiros e principalmente não permitindo que os filhos convivam com o pai. O laudo psicológico, assinado por Monique Zacharia Chagas, menciona que o condenado lamenta “ter se envolvido com a pessoa errada”. “Sobre o crime, ele diz que se arrepende de ter se envolvido com a pessoa errada, assume a responsabilidade pelo ocorrido. Diz que embora não tenha cometido o ato, nada fez para evitar que acontecesse”, diz o relatório. O documento refere ainda que Eliana afirmou que, caso seja concedida a progressão para o regime semiaberto, “pretende iniciar uma faculdade de enfermagem, prevendo trabalhar com os seus irmãos médicos no hospital que gerem”. O diretor técnico I do Centro de Trabalho e Educação do presídio destacou as atividades desenvolvidas por Eliana no presídio, como serviços de limpeza geral, artesanato, monitoria e trabalho na unidade de vestuário da Funap. Na avaliação do profissional, o preso tem nota “muito bom”. “Ela também é uma aluna de reeducação muito educada, que desempenha suas tarefas de forma satisfatória e mantém um bom relacionamento no ambiente ocupacional […]. Desta vez, o desempenho da candidata à reeducação é classificado como muito bom”, diz o documento, datado de 20 de junho. Acusada de matar o marido em SP diz que não planejou o crime A diretora técnica II, Ludimila Martins Pombo Albanese conclui que Eliana “apresenta uma bom processo de amadurecimento, sendo adequado ao regime mais brando”. Após a reportagem, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), em documento assinado pelo procurador Silvio Brandini Barbagalo, emitiu parecer favorável à progressão de Eliana ao regime. semi -aberto. “Este é um pedido de progressão de regime. Assim, temos: O prazo foi cumprido. Os autos mostram exame criminológico favorável. É o breve relatório. Do exposto, fica claro que a condenada cumpriu todos os requisitos legais, razão pela qual a Parquet entende que o pedido foi deferido”, diz o parecer. O laudo do exame criminológico e o parecer emitido pelo MP deverão agora ser avaliados por um Juiz, que deve decidir se o preso pode prosseguir ou não com a pena, g1 tenta contato com a defesa de Eliana A matéria será atualizada caso os advogados se manifestem. Glauco Araújo/g1 Pedido semiaberto O pedido da defesa de. A professora, que morava em Aparecida (SP) na época do crime, foi feita no final de março. No pedido, os advogados da mulher se baseiam no artigo 112 da Lei de Execuções Penais. casos como o de Eliana – crime hediondo cometido por réu primário – é necessário cumprir 40% da pena em regime fechado “Será cumprido o prazo de 2/5 da pena do preso (…). em 24 de março de 2024, por isso solicitamos a transferência de Eliana Freitas para uma unidade de regime semiaberto”, diz trecho do documento ao qual o g1 teve acesso. Gerente de empresa é executado durante assalto na zona sul da capital. Além disso, os advogados mencionam que a professora tem boa conduta prisional, o que ‘demonstra a eficácia do processo de ressocialização’. “A presa apresenta comportamento excepcional, tendo realizado uma série de atividades em busca de sua reinserção social, não tendo registrado nada referente a infrações disciplinares ou qualquer envolvimento faccioso.” Entre as atividades realizadas por Eliana Freitas no presídio estão oficinas de trabalho, como monitoria de cultura, serviços gerais e artesanato, além de participação em oficinas de estudos, como clube de literatura. Condenação Inicialmente, a professora Eliana foi condenada a 24 anos de prisão, por triplo homicídio doloso: pagamento pelo crime, motivo torpe e dissimulação. Além disso, considerou-se que o agravante do crime foi cometido contra o marido. O julgamento ocorreu em dezembro de 2020. Em 2022, porém, o tribunal acatou pedido da defesa da professora e reduziu a pena para 21 anos, 4 meses e 15 dias de prisão. Imagem de arquivo – Luiz Eduardo de Almeida Barreto e sua esposa Eliana Freitas Areco Barreto; professora é acusada de planejar com o amante o assassinato do marido Reprodução/Arquivo pessoal O crime O Ministério Público (MP) acusou Eliana e seu amante, o inspetor de segurança Marcos Fábio Zeitunsian, de contratar o pistoleiro Eliezer Aragão da Silva por R$ 5 mil simular um assalto e matar Luiz Eduardo. A vítima foi morta a tiros na tarde do dia 1º de junho de 2015, quando voltava do almoço com um colega de trabalho, na rua James Watt, viela da Avenida Luis Carlos Berrini, no Brooklin, bairro nobre do bairro. Zona Sul. O caso ficou conhecido como “crime Berrini” em referência à avenida. Câmera registrou o momento em que Eliezer Silva (direita) atira em Luiz Eduardo (esquerda). Reprodução/Arquivo/TV Globo Segundo o Ministério Público, o casal de namorados Eliana e Marcos decidiu mandar matar Luiz Eduardo porque a mulher queria se separar do empresário. Os dois planejavam se casar, morar juntos e pegar o dinheiro da herança da vítima para abrir um negócio para o fiscal, segundo a acusação. O professor e o empresário moravam em Aparecida, no Vale do Paraíba, mas trabalhava na capital. O casal tem dois filhos. Após o crime, a vítima foi sepultada em Guaratinguetá. Confira aqui a condenação do amante de Eliana e do homem contratado para praticar o crime Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região de Bragantina
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