O prazo foi cumprido com um mês de antecedência. Os imóveis tiveram que ser desocupados após decisão judicial, que destacou a precariedade da estrutura, com risco de desabamento. O cronograma inicial previa remoção total até 5 de agosto de 2024. Complexo Paulo Lúcio Nogueira, conhecido como prédio da CDHU, em Marília Reprodução/Google Maps O processo de remoção de famílias que moram no Conjunto Habitacional Paulo Lúcio Nogueira, conhecido como CDHU, no ao sul de Marília (SP), foi concluído. A informação foi confirmada pela prefeitura, nesta segunda-feira (1º). Participe do canal g1 Bauru e Marília no WhatsApp O prédio teve que ser desocupado após decisão judicial, o que indica precariedade na estrutura, com risco de desabamento. De acordo com o cronograma inicial, a remoção total dos apartamentos deverá ser concluída na semana do dia 5 de agosto. Porém, o cronograma foi finalizado com um mês de antecedência, na última semana de junho. A Prefeitura de Marília foi questionada sobre o pagamento do auxílio Fábio Modesto/TV TEM Para que os moradores deixem seus imóveis, a Prefeitura de Marília prometeu liberar R$ 600 em auxílio moradia e mais R$ 600 em auxílio mudança, totalizando R$ 1.200. O valor é depositado em conta em nome do morador ou repassado em cheque nominal emitido pela Secretaria Municipal de Fazenda. Segundo a Prefeitura, as famílias que moravam nas quadras I-1, I-2 e I-3, K-2, E-1, E-2 e E-3, além dos moradores das quadras H-1 e H- 2, foram os últimos a aderir ao programa que garante ajuda. De acordo com a decisão judicial, apenas têm direito ao benefício aqueles que moravam nos apartamentos durante o período de remoção, e não os ex-moradores ou os proprietários que alugaram os apartamentos. Durante o processo de afastamento, quase 100 pessoas se cadastraram para receber o benefício. Porém, após verificação e cruzamento de dados, o município constatou que essas pessoas não atendiam aos critérios determinados pela Justiça para recebimento dos benefícios, sendo indeferidos 89 pedidos. Após assinar o termo de remoção, as famílias têm um prazo para deixar os imóveis. Desde 25 de junho de 2024, as últimas 120 famílias que viviam nos prédios da CDHU aderiram ao convênio e, desde então, retiraram-se do complexo. Defesa Civil lacra primeiro quarteirão desocupado dos prédios da CDHU em Marília Reprodução/TV TEM Entenda o processo de despejo O conjunto habitacional, que conta com 880 apartamentos, divididos em 44 blocos de cinco andares cada, é alvo de ação judicial que apura responsabilidade pela precariedade na estrutura do local e que, segundo o Ministério Público, corre risco de desabar. Em janeiro de 2023, o juiz Walmir Indalêncio dos Santos Cruz fechou temporariamente o condomínio e determinou a remoção dos moradores, que deveriam ser encaminhados para outras moradias financiadas pelo poder público. No final de fevereiro daquele ano, porém, uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) suspendeu a proibição e solicitou mais informações ao perito, que já havia apontado o risco iminente de colapso. No final de julho do ano passado, laudo pericial realizado pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) apontou que os moradores eram os responsáveis pela precária estrutura dos prédios. No novo documento apresentado pelo CHDU ao Tribunal, foi acrescentada ao processo uma reportagem fotográfica com imagens de mau estado de conservação. Com base neles e no laudo elaborado por um engenheiro civil, a empresa pública voltou a afirmar que os problemas encontrados estavam relacionados à falta de manutenção adequada e, portanto, não seriam de responsabilidade da CDHU. Laudo pericial da CDHU aponta má conservação por parte dos moradores de Marília Reprodução Nas últimas semanas de 2023, o juiz negou novo pedido de remoção das famílias, citando decisão anterior contrária do tribunal superior. Após acusação e defesa recorrerem ao TJ-SP, alegando a existência de novo laudo que apontava agravamento dos riscos, o pedido foi acatado, em segunda instância, pela juíza Mônica Serrano. Na nova decisão, apenas a Prefeitura de Marília foi responsabilizada pela obrigação de realocar as famílias. Em setembro, a administração municipal publicou no Diário Oficial um decreto que estabeleceu o plano de ação para as famílias residentes no Conjunto Habitacional Paulo Lúcio Nogueira. No início de 2024, o Ministério Público chegou a pedir à Justiça a aplicação de multa diária de R$ 10 mil à Prefeitura de Marília por descumprir a decisão de desocupação da CDHU. O pedido foi acatado pelo Tribunal. Após nova ordem da juíza Mônica Serrano, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) ampliou o prazo para realocação de moradores de 40 para 60 dias. Porém, a CDHU e a Prefeitura de Marília descumpriram mais uma vez o segundo prazo dado pelo Tribunal de Justiça, que expirou no dia 8 de abril. Em 2 de abril de 2024, foi realizada audiência de conciliação para discutir como os prédios seriam desocupados. A prefeitura de Marília fez uma proposta na qual se compromete a arcar exclusivamente com os custos de desocupação dos imóveis, realocação de moradores e oferta de aluguel social por prazo determinado. Conjunto habitacional com infiltrações e fissuras no concreto passou por perícia em Marília Fábio Modesto/TV TEM Por parte da CDHU, houve o compromisso de enviar uma equipe técnica para acompanhar a realização de nova perícia exigida pelo juiz e analisar o suspensão dos pagamentos de financiamentos relativos a unidades residenciais durante o período de vacância. Uma decisão da Justiça de Marília também incluiu a Fazenda Pública do Estado de São Paulo no processo que determina a remoção e realocação de moradores locais. Segundo a Prefeitura de Marília, a taxa de vacância em prédios já passa de 60%. A realocação das famílias começou em maio, após uma série de entraves, incluindo processos judiciais. “Dos 44 quarteirões, 28 quarteirões (63,63%) já foram desocupados e a expectativa é concluir o cronograma antes do prazo inicialmente previsto”, destacou. Defesa Civil sela o primeiro quarteirão desocupado dos prédios da CDHU em Marília Reprodução /TV TEM Mau uso Em visita a Marília, o governador do estado de SP, Tarcísio de Freitas, falou sobre a questão que envolve as famílias do Conjunto Habitacional Paulo Lúcio Nogueira Segundo Tarcísio, a situação não é da competência do estado. já que as casas foram entregues há mais de 20 anos e que o mau uso dos próprios moradores causou os danos. Porém, apesar de isentar o Estado do problema, Tarcísio garantiu que o governo ajudaria na remoção das famílias em caráter emergencial. Veja mais notícias da região no g1 Bauru e Marília Confira mais notícias do centro-oeste paulista:
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