Mineiro, Eustáquio Araújo “Takão” comandou a seleção de futsal nos títulos mundiais de 1992 e 1996 Pentacampeão da Copa do Mundo da FIFA, o Brasil dominou o esporte na década de 1990. O comandante da equipe, Eustáquio Araújo “Takão”, dividiu seu tempo entre a profissão de consultório odontológico e a paixão pelo esporte em quadra. Sob a liderança de um dentista/técnico, a seleção brasileira conquistou duas Copas do Mundo de Futsal: 1992 (Hong Kong) e 1996 (Espanha). O Brasil estreia neste sábado contra Cuba, às 9h30 (horário de Brasília), em busca do hexa. Conheça os jogadores que representam o Brasil na Copa do Mundo de Futsal “Foi muita satisfação, muita coisa boa que aconteceu comigo naquela época. Não sinto falta, o que tenho são lembranças lindas” Takão (o penúltimo posição) na comemoração do título da Copa do Mundo de 96 FIFA/Divulgação Sem receber salário, Takão passou mais de 10 anos no comando técnico da Seleção Brasileira de futsal – do segundo semestre de 1989 até março de 2000 -, período em que o Brasil conquistou 18 dos 19 torneios disputados. Antes do início da Copa do Mundo de Futsal 2024, que será realizada no Uzbequistão, entre os dias 14 de setembro e 6 de outubro, o ge conversou com o bicampeão Takão. O treinador relembrou boas histórias da época em que se aventurou no esporte de alto rendimento. “Se você tem atletas bons e disciplinados, é só não fazer besteira” Takão foi bicampeão mundial no comando da seleção brasileira de futsal Arquivo Pessoal Conciliando profissão e paixão Desde que se formou em Odontologia, no final da década de 1960, Takão gostava de praticar e acompanhar esportes. Como tinha boa capacidade de liderança, treinou o Arsenal, time de futsal do Colégio Santo Antônio, em Belo Horizonte. No início da década de 1980, concluiu especialização em ortodontia nos EUA, iniciou carreira acadêmica na área e, simultaneamente, tornou-se treinador de futsal do Minas Tênis Clube. Foi no comando do Minas, em torneio disputado em São Paulo, que Takão foi procurado pela Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) para assumir o comando da Seleção. “Liguei para minha esposa e falei: Tereza, o que eu faço? Me convidaram para ser técnico da seleção. Vou dizer que não vou.” – Aí, ela falou: “Eu sempre te dei a maior força para soltar, mas agora que chega o filé mignon, você vai soltar?” Sem chance! Você vai aceitar” Para aceitar a proposta, Takão estabeleceu algumas condições. Ele conta que precisava de ajuda de familiares para manter a prática ativa nos momentos de ausência e foi muito direto com os diretores da CBFS. – Não sou treinador, sou sou dentista e professor de ortodontia. Essa é a minha profissão. Só aceitei a seleção devido ao planejamento prévio do calendário. A diretoria da Confederação me informou com pelo menos três meses de antecedência todos os eventos que teríamos. Horizonte, então isso não me incomodou nem um pouco. O dentista Takão construiu uma carreira renomada na área de ortodontia Arquivo Pessoal “Tenho dois cunhados que são dentistas, eles me disseram que eu poderia viajar e eles levariam. cuidados da clínica. E eles realmente cuidaram disso. Lembro-me que em 1996 estive quase 45 dias afastado da Selecção Nacional. Sem eles eu não conseguiria fazer isso” Cargo não remunerado O acordo de Takão com a Confederação Brasileira de Futsal não previa o pagamento de salários. Isso porque o próprio técnico acertou com a direção da CBFS que não receberia remuneração. O dentista revelou como foi a conversa na hora da negociação – Não quero ganhar um centavo, não quero receber. Aí me perguntaram o porquê. fora, eu vou embora. Não estou aqui por causa do salário. Estou aqui porque gosto do que faço e acho que esse desafio vai ser legal para mim.” Na seleção, Takão teve como braço direito Beto Vieira, auxiliar e preparador físico. futsal e analisou seus adversários como auxiliar Beto Vieira ao lado de Takão no banco Arquivo Pessoal Baseado na conversa Na seleção, Takão treinou grandes craques do futsal brasileiro (Manoel Tobias, Vander Iacovino, Fininho, Choco, Falcão, Lenísio e muitos outros). e a principal virtude dele como técnico era a liderança – conversava muito com os jogadores. Às vezes, passava pelo quarto deles, batia na porta, sentava ali e conversava um pouco sobre a vida, se eles são casados, têm filhos. .. entrar realmente na vida deles, com todo o respeito, e isso foi fantástico, essa relação que tive com eles “Meu maior problema no vestiário era a união. Esses nossos times, tanto de 92 quanto de 96, estavam muito unidos” Takão com o elenco durante a Copa do Mundo de 1992 Arquivo Pessoal Nos jogos, o principal pedido do técnico Takão era que o Brasil tivesse a posse de bola o maior tempo possível e se movimentasse bastante na quadra. – Se tivermos a bola, eles [os adversários] eles não são. Gostei da movimentação do basquete, da mudança de posição. Todo mundo tinha que saber jogar na lateral, como parado e como pivô, porque nosso time se movimentava muito. Vander Iacovino e Takão ao lado de um monumento em Hong Kong em 1992 Arquivo Pessoal Manoel Tobias e Falcão Ser o técnico que convocou pela primeira vez os craques Manoel Tobias e Falcão para a Seleção Brasileira é algo de que Takão se orgulha. Manoel Tobias foi bicampeão mundial junto com Takão em 1992 e 1996 Divulgação A primeira convocação de Falcão, campeão mundial em 2008 e 2012, foi feita pelo técnico Takão na década de 90 Photo-net Manoel Tobias foi bicampeão mundial junto com o treinador. Falcão se tornou um nome regular na seleção após a Copa do Mundo de 1996. De 1997 até o início de 2000, Takão teve as duas estrelas no elenco e lembra como foi trabalhar com elas. – Teve uma vez em um tour que o supervisor me perguntou como distribuir os quartos. Aí eu falei: junta o Manoel e o Falcão. Falcão reclamou do violão de Manoel, que ele não parava de cantar. Aí eu falei: ‘Falcão, resolve isso com ele’. Se houvesse uma briga, eles acabariam com isso ali mesmo. E eles nunca me deram nenhum trabalho. “Quando me perguntam quem foi melhor, o Falcão ou o Manoel Tobias, eu digo os dois. Um foi artilheiro e teve finalização certeira, que foi o Manoel Tobias. E o Falcão, além de muito inteligente, foi um espetáculo, um gênio” Takão lembra também de uma entrevista concedida por Falcão, um dos maiores jogadores da história do Futsal, citando o ex-técnico ao falar sobre o amadorismo do esporte no Brasil há algum tempo. “Achei interessante… parece que o Falcão disse em entrevista para um podcast: ‘éramos tão amadores que o nosso técnico era dentista’. – Mas ele não sabe dessa história que eu nunca ganhei um centavo. Não exigi. Depois de um tempo, meu assistente começou a receber, mas eu não. Palestra inesquecível Um dos momentos marcantes de Takão na seleção brasileira de futsal aconteceu no vestiário da arena Palau Sant Jordi, em Barcelona. , antes da final contra a Espanha, na Copa do Mundo de 1996. Como dentista, Takão atendeu o atacante Ronaldo em Belo Horizonte, quando jogava pelo Cruzeiro. Como a Copa do Mundo de 96 foi realizada na Espanha, o Phenom acompanhou a decisão. e foi para o vestiário do time, era a final, e ele foi assistir ao jogo. Quando entrei no vestiário com os atletas antes do jogo, o Ronaldo entrou no vestiário para dar um abraço em todos. tiveram sorte e isso nos deu muita força. Isso causou um grande impacto” Ronaldo jogou pelo Barcelona em 1996 e assistiu à final entre Brasil e Espanha Christian Liewig/TempSport/Corbis via Getty Images Naquele dia, o Brasil venceu a Espanha por 6-4. , diante de quase 17 mil torcedores na Arena Barcelona, Takão lembra que mais tarde, por coincidência, Ronaldo reencontrou a Seleção Brasileira. – Quando pegamos o avião para voltar ao Brasil, quem estava lá de novo? mesmo avião em que ele estava vindo para o Brasil. Então foi uma festa, foi muito legal. Foco na odontologia Após a bem-sucedida passagem pela Seleção Brasileira, encerrada em março de 2000, Takão abandonou o futsal e passou a se dedicar ao futebol. mais dedicado à Odontologia, na carreira acadêmica e na prática clínica. Takão construiu uma carreira renomada na ortodontia Arquivo Pessoal Depois de deixar o esporte de lado, Takão alternou morar nos EUA e no Brasil. Desde 2018, voltou definitivamente para Belo Horizonte. Aos 78 anos, ele trabalha em consultório médico e leciona em uma faculdade na capital mineira. Aos 78 anos, Takão segue ativo em seu trabalho Arquivo Pessoal
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