A atividade física tem efeitos biológicos, psicológicos e sociais que contribuem para a prevenção ou controle da depressão e da ansiedade Setembro Amarelo é o mês da valorização da vida, da conscientização sobre a importância da saúde mental e da prevenção do suicídio. Com isso, as atenções se voltam para práticas que podem ajudar a melhorar o bem-estar emocional. E o exercício físico é um aliado no combate à depressão e à ansiedade, pois proporciona uma série de efeitos benéficos à saúde mental. — Vários estudos demonstraram a eficácia da atividade física na prevenção e tratamento de transtornos mentais. Indivíduos fisicamente ativos apresentam menor risco de desenvolver depressão e ansiedade em comparação com indivíduos sedentários. Evidências sugerem que exercícios podem ser tão eficazes quanto medicamentos antidepressivos para alguns indivíduos com depressão leve a moderada — aponta o médico Francisco Tostes, especialista em Medicina Esportiva e Endocrinologista. + 60% dos brasileiros não praticam atividade física; conheça os riscos + O que acontece no corpo quando nos exercitamos? O exercício físico traz uma série de benefícios para a saúde mental iStock Por que o exercício físico faz bem para a saúde mental Os benefícios do exercício físico para a saúde mental estão relacionados à liberação de neurotransmissores como serotonina, dopamina e norepinefrina, que atuam regulando o humor, o prazer e a motivação . O exercício físico regular contribui para a neurogênese, que é a formação de novos neurônios, principalmente na região do hipocampo cerebral, responsável pela memória e outras funções cognitivas. Sabe-se também que os exercícios ajudam a reduzir a inflamação em todo o corpo, o que inclui os neurônios, reduzindo a chance de transtornos mentais. Há também uma série de benefícios psicológicos e sociais que contribuem para a prevenção e tratamento de problemas mentais. — O exercício físico se consolida cada vez mais como um dos principais fatores preventivos dos transtornos depressivos e ansiosos. Praticar exercícios não impede que você tenha um quadro como esse, mas reduz a chance de tê-lo — explica o psiquiatra Higor Caldato. O educador físico e personal trainer Lincoln Cavalcante detalha que isso acontece devido a uma combinação de efeitos biológicos, psicológicos e sociais. Efeitos biológicos Liberação de endorfinas: a atividade física estimula a liberação de endorfinas, neurotransmissores conhecidos como “hormônios da felicidade”, que promovem sensação de bem-estar e alívio da dor; Redução dos hormônios do estresse: o exercício físico ajuda a reduzir os níveis de cortisol e adrenalina, hormônios associados ao estresse. Níveis mais baixos desses hormônios podem reduzir a sensação de ansiedade; Neuroplasticidade: o exercício físico promove a neurogénese (formação de novos neurónios) e melhora a plasticidade sináptica, fundamental para a saúde do cérebro e pode proteger contra a depressão; Regulação do sono: A atividade física regular pode melhorar a qualidade do sono, o que é crucial para a saúde mental, uma vez que os problemas do sono estão frequentemente associados a distúrbios de ansiedade e depressão. Efeitos psicológicos Melhoria da autoestima: o exercício físico regular pode melhorar a imagem corporal e a autoestima, fatores que desempenham um papel importante na prevenção da depressão e da ansiedade; Redução dos sintomas de ansiedade: a atividade física pode funcionar como forma de distrair as preocupações, além de aumentar a sensação de controle e capacidade de lidar com situações estressantes; Resiliência mental: o exercício físico ajuda a desenvolver maior resiliência ao estresse, ensinando o cérebro a lidar melhor com situações desafiadoras. Efeitos sociais Interacção social: participar em actividades físicas com um personal trainer ou em grupo pode promover a interacção social, reduzir o isolamento e proporcionar um sentimento de pertença, o que é benéfico para a saúde mental; Apoio social: praticar esportes ou atividades físicas com personal trainer ou em grupo também pode proporcionar um apoio social significativo, sendo um fator de proteção contra transtornos mentais. — A actividade física regular não só contribui para a saúde física, como também é uma estratégia eficaz para a prevenção e gestão de perturbações mentais. Ao incorporar exercícios físicos à rotina diária, as pessoas podem melhorar a qualidade de vida, fortalecer a resiliência emocional e reduzir significativamente o risco de desenvolver depressão e ansiedade — comenta o educador físico. + 10 efeitos da atividade física na saúde mental Quais exercícios fazer Segundo o especialista, a maioria das diretrizes sugere que pessoas com transtornos mentais pratiquem exercícios físicos de intensidade moderada pelo menos três a cinco vezes por semana. + Estudo revela melhores exercícios para tratar a depressão Cada sessão de exercício físico deve durar de 30 a 60 minutos. Para iniciantes ou com limitações físicas, é possível começar com períodos mais curtos e aumentar gradativamente a duração. Atividades de intensidade moderada, como caminhada rápida, ciclismo leve ou natação, geralmente são recomendadas. Esses exercícios são suficientes para aumentar a frequência cardíaca e liberar endorfinas, sem causar exaustão. Em alguns casos, exercícios de alta intensidade, como corrida, podem ser incorporados para quem já possui um nível de condicionamento físico adequado e está preparado para isso. + Kiwi pode melhorar o humor rapidamente, mostra estudo Esses exercícios podem proporcionar alívio mais rápido dos sintomas de ansiedade e depressão, mas devem ser introduzidos de forma gradual e cuidadosa, especialmente em indivíduos que não estão acostumados a atividades vigorosas. — Embora todos os tipos de exercício possam beneficiar a saúde mental, os exercícios aeróbicos, de resistência, mente-corpo e atividades ao ar livre são particularmente eficazes. A escolha do tipo de exercício deve considerar as preferências pessoais e a capacidade física de cada indivíduo, garantindo que a atividade seja prazerosa e sustentável no longo prazo — destaca o psiquiatra. — A integração do exercício no tratamento tradicional da depressão e de outras doenças mentais oferece uma abordagem holística que potencializa os efeitos da medicação e da psicoterapia. Ao melhorar o bem-estar físico, mental e emocional, o exercício pode ser um componente essencial para a recuperação e manutenção da saúde mental a longo prazo. Para garantir eficácia, essa integração deve ser cuidadosamente planejada, monitorada e ajustada de acordo com as necessidades individuais do paciente — acrescenta. + Como baixar a pressão arterial elevada emocional e tratar o problema Cuidados e contra-indicações Pacientes com transtornos mentais graves podem ter condições físicas pré-existentes, como doenças cardíacas, hipertensão, diabetes ou problemas articulares, que podem limitar ou contra-indicar certos tipos de exercício. Por isso, segundo especialistas, é necessária uma avaliação médica completa antes de iniciar qualquer programa de exercícios. Além disso, certos medicamentos usados para tratar transtornos mentais graves, como antipsicóticos e estabilizadores de humor, podem causar efeitos colaterais como desidratação, ganho de peso e desequilíbrios eletrolíticos. — O exercício intenso pode agravar estes efeitos, exigindo uma monitorização cuidadosa e ajustes no plano de atividade física. + Musculação reduz pressão arterial em pessoas com hipertensão + Exercícios isométricos ajudam a controlar a pressão arterial Em pacientes com transtornos alimentares, principalmente anorexia nervosa, o exercício pode ser utilizado como forma de compensação, agravando a perda de peso e comportamentos obsessivos em torno da atividade física. — Nestes casos, o exercício deve ser muito bem controlado e supervisionado, podendo até ser contraindicado até que o estado nutricional do paciente melhore. Fontes: Higor Caldato é psiquiatra, sócio do Instituto Nutrindo Idealis e especialista em psicoterapias e transtornos alimentares. É formado em Medicina pelo Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC/FAHESA), com residência médica em Psiquiatria, especializações em Psicoterapias e Transtornos Alimentares pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Lincoln Cavalcante é educador físico, personal trainer, fundador do Neuro Performance EMS Training e criador do método TOP10Rounds. Com experiência em artes marciais, é faixa preta em kickboxing e faixa preta em Muay Thai. Francisco Tostes é médico especialista em Medicina Esportiva, atua em Endocrinologia e sócio do Instituto Nutrindo Idealis. É pós-graduado em Medicina Clínica e Endocrinologia, especialista em Medicina Esportiva e mestre em Bioquímica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
empréstimo pessoal itau simulador
taxa juros emprestimo consignado
emprestimo bradesco cai na hora
como antecipar décimo terceiro pelo app bradesco
código 71 bolsa família o que significa
empréstimo quanto de juros
simular empréstimo fgts itau
0