Os adversários por uma vaga nas quartas de final da Libertadores têm mais em comum do que parece. Bolívar e Flamengo estão conectados em um multiverso? Quando a bola rolar na noite desta quinta-feira, às 21h30 (horário de Brasília), no estádio Hernando Siles, apenas um deles seguirá na Conmebol Libertadores. Mas quem for eliminado nas oitavas de final terá um caminho semelhante ao da equipe qualificada fora de campo. Acontece que ambos têm mais em comum do que parece. Camisa 10 de Sávio do lado oposto: meio-campista do Bolívar explica seu nome e “persegue” o Flamengo desde 2016 Artilheiro do primeiro gol do Flamengo em La Paz, Edson lembra de se sentir em altitude: “Estou gordo?” Thiago Lima mostra estrutura do CT de Bolívar com Bruno Sávio como guia A reestruturação Qual rubro-negro não se lembra da icônica frase de Mário Braga em coletiva de imprensa em 2009, dizendo com todas as palavras que “acabou o dinheiro”? Na primeira década do século, o Flamengo passou por grandes crises financeiras, tinha salários atrasados rotineiramente e enfrentava o rebaixamento. A reconstrução do clube, iniciada em 2013, permitiu ao clube atingir o nível atual. Bolívar experimentou algo semelhante. Depois de ser vice-campeão da Copa Sul-Americana de 2004, após perder a final para o Boca Juniors, o clube se endividou e esteve à beira da falência. – Em 2008, Bolívar estava prestes a desaparecer. Eu tinha tantas dívidas, tantos processos judiciais, que não aguentava mais. Estava prestes a cair para a Segunda Divisão e desaparecer. Neste momento, Guido Loayza (ex-diretor do time na década de 80), que era amigo de Marcelo Claure, decide chamá-lo para salvar o clube – disse Eduardo Valdivia, presidente do Bolívar, ao ge. Marcelo Claure, presidente da Bolívar, na Hernando Siles Divulgação Claure, neste caso, é um empresário bilionário e considerado o boliviano de maior sucesso dos últimos tempos. E também um torcedor fanático de Bolívar. Disposto a salvar seu time do coração, assinou um acordo de 20 anos, que vai até novembro de 2028, para saldar suas dívidas e comandar o clube, do qual é presidente desde 2020 (em substituição ao amigo Guido Loayza, que estava no cargo desde 2008). ). A reestruturação de Bolívar assenta em quatro pilares: sucesso desportivo (manter a soberania nacional e emergir no cenário internacional); oferecer melhores condições aos jogadores; apostar e investir nas categorias de rebatidas; e tornar o clube autossustentável. Marcelo Claure investiu dinheiro do próprio bolso e foi quem construiu a nova base e os CTs profissionais. – Marcelo pensa assim: “Como o Uruguai, um país com 3 milhões de habitantes, desenvolve tantos jogadores? A Bolívia é um país maior, se fornecermos a mesma comida, o mesmo treinamento, as mesmas condições, não há razão científica para não desenvolver jogadores”. Para jogar bem temos que ter boas condições de treino e na Bolívia os campos são muito ruins. Por isso criamos um CT com o melhor gramado do país. O Bolívar precisa criar jogadores próprios e vender. Existem excelentes exemplos de clubes que fazem isso, como o Independiente del Valle. E na Bolívia não existem clubes autossustentáveis. Eles vivem do “vamos chegar à Libertadores ou não?” Pelos nossos cálculos, esperamos que no próximo ano possamos ser autossustentáveis – projetou Valdivia. Eduardo Valdivia, CEO do Bolívar PC Júnior/TV Globo Essa reestruturação começou a dar frutos em 2014, quando o Bolívar fez sua melhor campanha da história na Libertadores e chegou às semifinais, sendo eliminado pelo campeão San Lorenzo. No ano passado, o clube eliminou o Athletico-PR e chegou às quartas de final, onde caiu para o Inter. O sonho de Claure é poder levar o time à final do principal torneio do continente. E nos últimos anos o clube ganhou um importante aliado no seu processo de reestruturação em curso: o Grupo City, que tem Claure como sócio. Não é como a Bahia, por exemplo, que virou uma SAF comandada pelo grupo. No caso do Bolívar, é mais uma assistência que passa o know-how de fazer projetos, cuidar do gramado, ajudar na parte comercial… E também indicações de reforços: Bolívar chegou ao semi-campo final da Libertadores em 2014 e caiu para o campeão San Lorenzo EFE – Por exemplo, um jogador de nível médio do Brasil se for convocado para a Bolívia diz não. Mas quando o City te liga: “Olha, o Bolívar faz parte do grupo, se ele se sair bem lá pode ir para a Europa”. Está começando a ser um clube muito mais atraente. E uma forma de torná-lo sustentável é comprar um jogador por 500 mil dólares e vender por 2 ou 3 milhões de dólares. Então, além de formar jogadores, trata-se de trazer alguns que não vêm se aposentar no Bolívar. E temos excelentes exemplos: Bruno Sávio, Francisco da Costa… Acredito que se não fosse a parceria com o City seria muito difícil atraí-los – disse Valdivia, explicando que a parceria também poderia envolver troca de jogadores entre equipes do grupo: – Sim, temos dois exemplos. Álex Granell foi o primeiro jogador vindo do Grupo City. Foi capitão do Girona e passou dois anos no Bolívar. Depois foi para o Lommel, que também está no City, e agora está de volta. O segundo exemplo é o Renzo Orihuela, jogador do Montevideo City Torque, que nos emprestou este ano. Por que? Eles também veem a possibilidade de uma jovem promessa mostrar muito mais jogando a Libertadores. O próximo passo, que ainda não aconteceu, é os jogadores daqui irem para outros clubes do Grupo Cidade. Só na base: mandamos crianças por dois, três meses para Bélgica, Girona, Bahia… Álex Granell comemora gol do Girona contra o Atlético de Madrid em 2019 EFE Em relação à base, há envolvimento maior do Grupo da Cidade : no CT de Santa Cruz de la Sierra, a quinta academia foi criada com sua metodologia e administrada pelo grupo em todo o mundo, junto com as de Manchester (Inglaterra), Nova York (Estados Unidos), Montevidéu (Uruguai) e Sydney ( Austrália). A parceria geral com Bolívar começou no início de 2020 e vai até o final de 2025, mas nada impede que seja renovada. O estádio Outro ponto que une Bolívar e Flamengo é o sonho de ter uma casa própria. Enquanto o Rubro-Negro deu o primeiro passo ao adquirir o terreno do Gasologista, os bolivianos que sempre jogaram no estádio público Hernando Siles começarão a construir o seu ainda este ano. Uma arena com campo de qualidade e onde é possível lucrar com a venda de ingressos faz parte do pilar de oferecer “melhores condições”. Área onde Bolívar está construindo seu estádio em La Paz Richard Souza Ao contrário do Flamengo e da briga judicial com a Caixa Econômica Federal, o terreno não deu dor de cabeça aos bolivianos. Isso porque o local escolhido, no bairro Tembladerani, em La Paz, foi onde ficava o estádio Simón Bolívar, que pertencia ao clube, mas só servia para treinamentos antes de o CT ficar pronto. Sua estrutura foi demolida para abrigar a nova casa, com capacidade para 20 mil pessoas. – Será um estádio mais fechado, o que vai gerar mais pressão. E foi pensado com algumas estratégias, por exemplo: quando o time visitante entrar, terá que dar toda a volta no estádio e passar por baixo de onde estará a nossa torcida, para sentir o estádio vibrar desde a chegada. Existem temas psicológicos que tornam tudo muito mais difícil. Será um campo espetacular, melhor que o de (Hernando) Siles, onde a bola viajará muito mais rápido. A altitude é boa, mas se você não aproveitar, não sabe brincar com ela, não ajuda muito. A ideia é ter mais vantagens: se você tiver um time muito rápido, que toque muito na bola, com uma grama boa para a bola correr e um ambiente de gritos bem altos, vai ser realmente um inferno para quem vier. brincar lá – disse Valdivia. Projeto do novo estádio Bolívar em La Paz Divulgação / Bolívar O Grupo City também trabalha no projeto de construção do estádio, estimado entre 45 e 50 milhões de dólares. Desse valor, Marcelo Claure já destinou R$ 20 milhões ao clube para iniciar as obras. Quem passa pelo local atualmente vê que ainda não há estrutura erguida, mas a primeira parte foi colocar vários pilares 30 metros abaixo do chão porque é um terreno por onde passa água, segundo o CEO: – Já temos mais de 700 pilares colocados no chão e não visíveis. A obra está avançada, demolimos o estádio antigo, colocamos pilares no chão e agora estamos construindo o muro de contenção, depois vai começar a obra bruta. Para terminar esta primeira etapa são uns 30 milhões de dólares. Vamos pegar os 10 milhões restantes para começar. Nossa ideia inicial era estrear nosso estádio no dia 12 de abril, na comemoração dos 100 anos do clube. É claro que não atingiremos esse prazo, mas esperamos ter a primeira etapa concluída até o final de 2025, onde já poderá ser utilizado. Outra realidade Não é um multiverso, mas, apesar de todas as semelhanças, Bolívar e Flamengo são tão diferentes que parecem estar em realidades paralelas. O salário da seleção boliviana, por exemplo, é de 8 milhões de dólares por ano, enquanto o do Rubro-Negro gira em torno de 6 milhões de dólares por mês. Eduardo Valdivia e Bruno Spindel em encontro antes de Fla x Bolívar em maio Divulgação/Flamengo Só neste ano, o Flamengo pagou 16 milhões de dólares à vista para comprar De la Cruz, enquanto a contratação mais cara da história de Bolívar foi de 1,5 milhão de dólares para o centroavante brasileiro Chico da Costa. O próprio atacante mais tarde se tornou o campeão de vendas do clube por um total de 3 milhões de dólares (somando empréstimo, transferência percentual e transferência). Um valor que não chega a 6% dos 45 milhões de euros da maior venda rubro-negra com Vini Júnior. – Nosso salário anual é de 8 milhões de dólares, o Flamengo gasta isso com dois jogadores (risos). Praticamente o que gastamos num ano, eles gastam num mês. Estamos muito longe do que queremos que é ter uma média de vendas de 3 a 4 milhões de dólares por ano. Mas há três anos o Bolívar não vendia, e nos últimos três anos vendemos entre 1 e 2 milhões de dólares em players diferentes – ponderou Valdivia, que mantém os pés no chão sobre um dia competir financeiramente com as potências da América do Sul: Chico da Costa é a maior contratação e maior venda do Bolívar até o momento Divulgação/Bolívar – Somos realistas, sei que contra o Brasil não vamos competir. Quando olho o meu nível de gastos e o do Flamengo, estamos falando de 10 vezes mais. E há um tema importante: os direitos televisivos. No Brasil você recebe por meio de concorrência. Um Palmeiras, um Flamengo, recebem 15, 20 milhões de dólares da televisão. Aqui recebemos 600 mil dólares por ano da televisão, a Bolívia está muito atrasada nisso. É por isso que a Copa Libertadores é tão importante para nós pelo que ela paga. Leia mais notícias do Flamengo Ouça o podcast ge Flamengo Assista: tudo sobre o Flamengo no ge, Globo e sportv
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